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Notícias / Política de Classe

Chapa de Pio é impugnada para sucessão da OAB-MT

Da Redação - Renê Dióz

A candidatura do advogado Pio da Silva à presidência da seccional matogrossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi indeferida pela comissão eleitoral da instituição. A informação surgiu exatamente durante o penúltimo debate entre Pio e os outros dois candidatos, Maurício Aude e José Moreno Sanches, promovido na noite desta quarta-feira (21) pelo grupo OAB Jovem e Independente.

A impugnação atendeu ao pleito da chapa 2, encabeçada pelo também oposicionista Moreno. Ele argumentou perante a comissão eleitoral que a chapa de Pio não atendia a todos os requisitos para constar como opção da classe dos advogados na próxima sexta-feira para a sucessão de Cláudio Stábile, que confirmou a impugnação contra a chapa 3, de Pio.

De fato, as chapas de Pio, Moreno e do situacionista Aude representaram umas contra as outras pedindo as respectivas impugnações ao longo da campanha. A cada chapa foi concedido prazo para a regularização, mas a de Pio não teria cumprido com as devidas substituições dos nomes considerados inaptos para a composição.

Na composição de cada chapa, os advogados participantes devem ter mais de cinco anos de exercício efetivo da profissão, o que deve ser comprovado por no mínimo uma peça processual diferente por ano, entre outros. Na chapa de Pio, cerca de 20 integrantes não apresentaram a devida comprovação de exercício por cinco anos, problema que não foi sanado até a última segunda-feira, prazo final para a regularização.

O presidente Stábile explicou que as decisões da comissão eleitoral têm efeitos imediatos. Ou seja, já nesta quinta-feira será repassada determinação a todos os postos de votação do Estado para que retirem a chapa 3 das cédulas de votação. Mesmo se Pio recorrer ao conselho estadual ou federal da Ordem, a medida não será suspensa a não ser por decisão da Justiça Federal – e já durante o debate se falava que Pio intencionava protocolar um pedido de liminar no dia seguinte.

Logo após o término do debate, Moreno e Aude evitaram comentar a impugnação do adversário por desconhecerem a notícia oficialmente (os trabalhos da comissão eleitoral da OAB se desenrolaram exatamente durante o debate entre os candidatos, realizado a poucos metros de distância, no auditório Licínio Monteiro da Assembleia Legislativa).

Por sua vez, Pio também não comentou a notícia, posto que deixou o auditório assim que o debate se encerrou, irritado com o desfecho do evento: após chamar Moreno e a apoiadora Luciana Serafim de “filhotinhos” do grupo de situação, revoltou-se com o direito de resposta concedido a Moreno. Apesar de a comissão organizadora do debate ter avisado no início que aos direitos de resposta não cabiam réplicas, chegou a receber advertência do mediador para que se contivesse e revoltou-se por não poder ainda rebater as declarações de Moreno. Pio também não foi encontrado por telefone para comentar o caso.

Num primeiro momento, a notícia da impugnação de Pio ecoou por meio do Facebook e foi também repassada pela equipe do candidato Moreno. O atual presidente da Ordem, Cláudio Stábile, estava assistindo ao debate quando recebeu a informação, mas preferiu não confirmá-la porque os trabalhos da comissão eleitoral ainda não estavam concluídos. Àquela altura, todavia, o boato já desviava as atenções dos cerca de 40 presentes para assistir ao debate no auditório.

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