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Notícias / Criminal

MPE aciona Medeiros no Supremo após episódio sobre divulgação de fake news

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O Ministério Público de Mato Grosso (MPE), por meio do procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, protocolizou no Supremo Tribunal Federal (STF), em 19 de agosto, uma petição sigilosa em face do deputado federal, José Medeiros (Pode). A ministra Carmén Lúcia foi escolhida relatora.

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O MPE emitiu nota em 11 de agosto afirmando que o deputado federal disseminou notícia falsa (fake news) para fazer crer que as urnas eletrônicas utilizadas pela Justiça Eleitoral brasileira não são seguras e confiáveis. A informação sobre a petição no Supremo foi inicialmente divulgada pelo site Gazeta Digital.

Na ocasião da nota, o órgão ministerial prometeu representar contra o deputado junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, para a apuração dos fatos e a devida responsabilização criminal.
 
Segundo o MPE, Medeiros utilizou uma manifestação da instituição em procedimento investigatório relacionado a uma eleição realizada em dezembro de 2019 pela Associação Beneficente de Saúde dos Militares de Mato Grosso, Hospital Militar.

De acordo com os autos, que se encontram em segredo de justiça e que a pedido do MPE foram declinados da Justiça Militar para a Justiça Comum, foram feitas denúncias de que boletins de urna falsos teriam sido produzidos com o objetivo de fraudar o resultado da eleição da entidade. Os autos, porém, não levantaram qualquer suspeita de problemas no funcionamento da urna eletrônica cedida pela justiça eleitoral e utilizada no pleito.
 
“De má fé, o parlamentar mato-grossense falseia a realidade dos fatos, em mais um gesto da sua cruzada pelo retorno do voto impresso, sistema utilizado no passado com ocorrências frequentes de fraudes e manipulação de resultados, o que atentava contra a vontade soberana do eleitor brasileiro de escolher livremente seus representantes. E, mais grave ainda, utilizando criminosamente documento público do Ministério Público de Mato Grosso que trata de eleição de uma entidade associativa administradora de uma unidade hospitalar, deixando a entender que se tratava de uma eleição parlamentar ou para cargo executivo”, afirmou trecho da nota.

Outro lado

No momento em que Mato Grosso, o Brasil e o mundo enfrentam uma crise sem precedentes provocada pela pandemia, o procurador-geral do Ministério Público do Estado de Mato Grosso ignora os assuntos de interesse coletivo e age a serviço de forças políticas, que estão preocupadas apenas com o processo eleitoral de 2022. 

Enquanto em Mato Grosso, delegado sofre retaliação por estar cumprindo o seu trabalho, pessoas estão morrendo por falta de leito de UTI e secretário de Estado é avo da CPI da Covid o procurador-geral mantém um silêncio perturbador e uma omissão inexplicável, que nos faz questionar por onde anda a costumeira indignação do MPE e sua imparcialidade política.

Infelizmente, essa narrativa do procurador-geral de taxar a verdade dos fatos de fake news não é diferente dos ataques que estão fazendo contra o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados em todo o país.

Diante da visível perseguição política e do uso da instituição para barrar o debate democrático, o deputado federal José Medeiros vai acionar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para investigar o possível uso político do MP de Mato Grosso.

Apesar do ocorrido, o parlamentar reafirma seu respeito pela instituição Ministério Público.  

 
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