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MPF arquiva investigação contra professor que fez comentários preconceituosos sobre turbantes e dreadlock

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Colegiado do Ministério Público Federal (MPF) homologou arquivamento de representação que investigava possível prática do crime de racismo por docente do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT) que teria feito comentários preconceituosos relacionados aos acessórios e penteados indenitários da cultura negra, como turbante e dreadlock. O nome do professor não foi divulgado.
 
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Segundo consta em publicação no Diário Oficial do MPF divulgado nesta quarta-feira (29), o representado, durante reunião para esclarecimentos sobre festa de colação dos formandos, ao tratar sobre o enquadramento da imagem dos alunos no vídeo fez declaração polêmica.
 
“Observem se vocês estão cabendo dentro da imagem, né. Imaginem que vocês ‘tão’ me vendo aí, que eu tivesse com um turbante desse tamanho, ia ficar uma coisa muito desproporcional. E aí por aquilo que você gostaria de mostrar não ‘tá’ entrando na imagem, você acaba se afastando. (...). E eu não ‘tô’ dizendo de cabelo só pra mulheres, não, pra homens também, porque a gente sabe que tem aí gurizada que já usa dread, já usa um cabelo mais ‘armado’. Tentem se colocar dentro de um enquadramento. Eu acho que isso é muito importante: vocês enquadrarem a imagem que vai ser projetada", teria dito o docente.
 
Conforme ressaltado pela procuradora oficiante, as falas analisadas foram ditas em um contexto no qual o docente visava orientar alunos para que estes se “enquadrassem na imagem” de câmera de uma cerimônia. Não haveria elementos para indicar dolo de praticar o crime de racismo. "Nota-se que, em reunião posterior, o representado desculpou-se pelo que foi dito". 
 
Em sessão do MPF, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto da relatora Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
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