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Notícias / Criminal

Filho e neta da fazendeira que confessou assassinato de advogado são soltos; desembargador impõe tornozeleira

Da Redação - Pedro Coutinho

O desembargador Orlando Perri concedeu liberdade provisória à Alessandro Henrique Vageti e Giovanna dos Santos Vageti, filho e neta de Cleusa Bianchini, acusada de orquestrar o assassinato do advogado José Antônio da Silva, em julho deste ano, em Nova Ubiratã (506km de Cuiabá). Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma dívida de R$ 4.5 milhões que Cleusa contraiu pelos serviços prestados por José Antônio. Ela confessou toda autoria do crime e, em seu depoimento, livrou Alessandro e Giovanna.

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Os advogados da neta e filho de Clusa ajuizaram habeas corpus contra as ordens que os mantiveram presos preventivamente, proferida no final de julho.

Giovanna alegou pela inexistência de indícios mínimos de sua participação no homicídio e que a comunicação falsa, embora tipificada, acabou revelando o corpo da vítima, impulsionando a investigação em vez de obstruí-la. 

Alessandro argumentou que a decisão é genérica, que faltam provas da sua participação e que sua mãe, Cleusa Bianchini, confessou o crime, o eximindo. Além disso, a defesa menciona as condições pessoais favoráveis de Alessandro e o fato de que ele possui um filho com necessidades especiais.

Examinando os requerimentos, Perri decidiu concedê-los. No caso de Giovanna, responsável por acionar a polícia alegando maus-tratos e abandono de animais no endereço do advogado vítima, o desembargador anotou que tal comunicação falsa acabou revelando o corpo da vítima de modo a impulsionar ao invés de obstruir as investigações. Também considerou que Cleusa confessou e confirmou com veemência que Giovanna não teve envolvimento.

Sobre Alessandro, Perri pontuou que ele não teve ligação direta com o homicídio, aparecendo nos depoimentos das testemunhas somente após o corpo ter sido encontrado. Também ressaltou que ele não coloca a tramitação da investigação em risco, e que possui predicados favoráveis, endereço fixo, renda lícita e filho com necessidades especiais que necessita de seus cuidados.

Diante disso, o magistrado concedeu liberdade provisória à Giovanna e a Alessandro, condicionada ao cumprimento de medidas cautelares como tornozeleira eletrônica, declaração de endereço à Justiça e proibição de manter contato com os demais investigados. Mete Bala e Cleusa seguem presos. 

Segundo a investigação, o trio da mesma família contratou Kall Higor Machado, vulgo “mete bala”, para executar o advogado. Cleusa acreditava que, com a morte dele e a falta de herdeiros diretos, se livrariam de quitar a dívida. A investigação acusa os três de atuarem como mandantes do crime, enquanto Kall Igor é apontado como um dos executores.

Na ação em questão, os honorários advocatícios que João Antônio deveria receber alcança o montante de R$ 4.5 milhões.  Antes de ser assassinado, José Antônio enviou áudios a familiares relatando ameaças por parte dos investigados, mas deixou claro que não abriria mão das ações judiciais em que representava os interesses de cobrança.

As prisões ocorreram durante a Operação Procuração Fatal, com mandados cumpridos também nas cidades de Sorriso, Nobres e Tangará da Serra, com apoio de delegacias locais.

Submetidos à Custódia, Giovanna e Alessandro responderam o juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Sorriso, que decidiu mantê-los presos temporariamente. Já Cleusa respondeu à juíza Marina Dantas Pereira, da Vara Única de Arenápolis, que também ratificou a ordem de detenção cautelar. Giovanna e Alessandro foram encaminhados à Cadeia Pública de Sorriso, e Cleusa à de Nortelândia.
 
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