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Notícias / Política de Classe

Contador de Cachoeira pede para ficar calado em depoimento

Agência Senado


Apontado como contador do esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Rubmaier Ferreira de Carvalho poderá usar o direito de ficar calado no próximo dia 8, quando for prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, que investiga as relações criminosas do contraventor goiano com agentes públicos e privados.

A defesa de Rubmaier impetrou habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo para exercer, sem qualquer restrição, seu direito constitucional de permanecer em silêncio ou de manifestar livremente sua versão dos fatos sem compromisso de responder por perjúrio. O contador é suspeito de ser o responsável pela abertura de empresas que seriam usadas como fachada por Cachoeira para lavar dinheiro. O relator do caso é o ministro Ricardo Lewandowski.
Outras convocações

Rubmaier Ferreira de Carvalho não será o único a depor na CPI mista na próxima semana. No dia 7, a partir das 10h15, está marcado o depoimento da atual mulher do bicheiro, Andressa Mendonça, que deve ser questionada sobre a acusação de tentativa de chantagem ao juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal de Goiânia. Segundo o magistrado, ela teria tentado chantageá-lo com ameaça de divulgar um dossiê com informações e fotos dele com políticos e empresários.

Para o mesmo dia, foi reconvocado o policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, considerado um dos arapongas do grupo. Joaquim Gomes já havia sido convocado no início de julho, mas apresentou atestado médico alegando ter sido submetido a um cateterismo.

Já no dia 8, será a vez da ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e do irmão dela, Adriano Aprígio de Souza, preso no dia 6 de julho, suspeito de ameaçar por e-mail a procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das responsáveis por denunciar o bicheiro e outros envolvidos na Operação Monte Carlo. Adriano foi solto na segunda-feira passada (23), após pagamento de fiança.

Balanço

Ao fazer um balanço dos trabalhos da comissão no primeiro semestre, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informou que a tendência é procurar ouvir pessoas que se dispuserem a falar, já que muitos depoentes usaram o direito de permanecer em silêncio durante as reuniões. Dos 24 convocados no primeiro semestre, nove prestaram depoimentos integrais e dois, apesar de falarem, não responderam a todas as perguntas. Os outros 13 convocados não se manifestaram.

Em agosto, a CPI deverá fazer oito reuniões, às terças e quartas-feiras, apenas uma de caráter administrativo. Entre os depoimentos mais aguardados estão o de Fernnado Cavendish, ex-presidente da Delta, provavelmente no dia 15; e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Também pode entrar em pauta a reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
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