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Mensalão: Veja como foi o 2° dia do julgamento dos 38 réus

De Brasília – Catarine Piccioni e Vinícius Tavares / Da Redação – Rodivaldo Ribeiro e Julia Munhoz

O julgamento do Mensalão teve nesta sexta-feira a acusação dos réus, feita durante cinco horas de sessão pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele dedicou o início de sua fala a tentar provar que o ex-ministro José Dirceu era o chefe de uma quadrilha criminosa e continuou procurando estabelecer qual seria a linha de comando e a conexão entre as áreas do que definiu como "quadrilha criminosa". 

Confira como foi a cobertura em tempo real do primeiro dia do julgamento do Mensalão.

Após cinco horas de sessão, Procurador Roberto Gurgel pede a prisão de 36 dos 38 acusados pelo Mensalão

"Autoridades públicas devem servir de paradigma para a sociedade no que tange ao seu comportamento ético". Foi com essa frase e a citação textual de "Vai passar", de Chico Buarque, que Roberto Gurgel encerrou sua acusação. Antes de pedir a condenação de 36 (ele livrou Luiz Gushiken e Antonio Lamas por insuficiência de provas)  dos 38 acusados de participar do esquema do Mensalão.

A cobertura online contou com atualizações feitas direto de Brasília pelos repórteres Vinicius Tavares e Catarine Piccioni, análises jurídicas e notas de caráter técnico feitas pelos consultores atualizadas pela repórter Júlia Munhoz e coordenação de publicação e edição de Rodivaldo Ribeiro. 

LEIA ABAIXO A COBERTURA MINUTO A MINUTO DO JULGAMENTO DO MENSALÃO:

20:05 - O julgamento do Mensalão prossegue na próxima segunda-feira (06), quando começa a parte das defesas dos acusados. Os advogados de José Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares, José Genoíno e do ex-diretor do Banco Rural Ramon Hollerbach terão uma hora cada um para apresentar seus argumentos.

20:00 - Trabalharam nesta cobertura os repórteres Catarine Piccioni e Vinícius Tavares, com colaboração em Cuiabá dos jornalistas Rodivaldo Ribeiro (edição e coordenação de publicação) e Julia Munhoz (atualizações de notas técnicas e análises).

19:58 - Com esta sessão, o Olhar Jurídico segue a pausa do STF em sua cobertura on line em tempo real, onde informações de bastidores foram sendo publicadas minuto a minuto pela equipe do Olhar Jurídico e do Olhar Direto..

19:55 - Cada advogado de defesa terá uma hora para derrubar os argumentos apresentados por Roberto Gurgel. Serão, no total, 38 horas de defesa contra cinco de acusação.

19:52 - Chega ao fim apenas o segundo dia de julgamento. O dia de hoje foi dedicado à acusação. A partir da próxima semana, começa a fase de defesa dos réus.

19:51 - Em mais de cinco horas, o procurador geral da República expôs argumentos para tentar convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal da culpa dos réus.

19:49 - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, declara encerrada a sessão de julgamento do Mensalão nesta sexta-feira, com previsão de retorno às 14h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira.

19:45 - Diante do pedido, o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, indeferiu a questão de ordem e manteve o tempo de uma hora para a defesa.

19:44 - Ao final da explanação de Gurgel, o advogado do empresário Marcos Valério apresentou questão de ordem pedindo a prorrogação do prazo destinado à defesa para duas horas, ao invés da uma hora previamente estabelecida.

19:43 - O procurador geral da República cita Chico Buarque na conclusão de sua explanação, em seus versos "Passagem desbotada na memória/ Das nossas novas gerações/ Dormia a nossa pátria mãe tão distraída/ Sem perceber que era subtraída/ Em tenebrosas transações", da canção "Vai Passar", de 1985.

19:42 - Sem citar nomes, Gurgel ressaltou ainda a pressão que recebeu para não apresentar as acusações que foram formuladas pelo Ministério Público. Foi, sem dúvida, segundo ele, o mais atrevido esquema de desvio de recursos públicos.

19:40 - Gurgel pediu a expedição dos mandados de prisão de todos os culpados tão logo se encerre o julgamento do Mensalão.

19:39 - Para Gurgel, não há indícios concretos suficientes do envolvimento de Luiz Gushiken e Antônio Lamas, aos quais o procurador geral da República pede absolvição.

19:38 - Gurgel está quase sem voz. Foram mais de cinco horas de sessão e fala ininterrupta. Uma sessão cansativa, desgastante, para poucos. Segundo ele, toda prova contra os réus foi produzida. Nunca um delito foi tão materialmente provado. Ele pede punição a todos os 36 réus, mas livra Luiz Guschiken e Antônio Lamas.

19:36 - O procurador geral da República afirma que estes são os fatos detalhadamente apresentados. Ele está prestes a encerrar sua participação

19:33 - Aparentemente, Gurgel faz uma espécie de resumo dos principais ilícitos cometidos pelos principais integrantes da quadrilha no que se refere à lavagem de dinheiro e à remessa de divisas em contas no exterior.

19:26 - "Ele não trouxe fatos novos, inclusive porque não existem fatos novos", complementou o advogado de José Dirceu.

19:23 - O advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil, apontado como o "chefe da quadrilha" pelo MPF), também criticou a sustentação oral do procurador da República Roberto Gurgel. "A manifestação do procurador deixou claro que o MPF fechou os olhos para o processo. Ele não fez referência a provas da instrução criminal", diz Oliveira.

 19:19 - É visivel o incômodo e o cansaço nos bastidores do plenário do STF. Ministros permanecem calados. Advogados e convidados na platéia evitam comentários. O silêncio impera na sessão.

19:16 - Ao todo, são mais de cinco horas de sessão. Gurgel utiliza toda cautela para detalhar os fatos e argumentar aos ministros julgadores a contundência das acusações.

19:13 - Segundo o procurador, fica claramente constatada a lavagem de dinheiro por meio de transações falsas entre a SMP&B e o Banco Rural.

19:10 - O roubo do dinheiro público é nítido. De acordo com Gurgel, os acusados fraudavam os empréstimos. Na verdade, o banco fingia que cobrava e os devedores fingiam que pagavam as parcelas.

19:06 - Prazos de contratos previstos para seis meses ultrapassavam os dois anos, entre várias outras irregularidades praticadas dentro do Banco Rural. "É tanta coisa errada que só se acredita [no que era feito no Rural] quando se lê", afirma Roberto Gurgel, que chama o ato de "lavagem de dinheiro" disfarçada.

19:03 - De acordo com a Procuradoria, o Banco Rural realizou empréstimos arriscados porque tinha a garantia de receber lucros da liquidação do Banco Mercantil, do qual tinha 20% das ações.

18:58 - Os crimes cometidos por integrantes da cúpula do Banco Rural são agora relatados pelo procurador. Segundo ele, os envolvidos falsificaram empréstimos no Banco no valor de R$ 32 milhões. Tudo sem prévia autorização do Banco do Brasil.

18:55 - Falta pouco mais de uma hora para o procurador geral da República encerrar a leitura das acusações aos 38 réus do mensalão. Em uma sessão cansativa para ministros, convidados, advogados e jornalistas, Gurgel é o centro das atenções.

18:52 - Como era de se esperar, Gurgel recebe bem mais críticas que elogios dos advogados de defesa. Advogados de Genoíno e de ex-dirigente de banco criticam sustentação oral do MPF.  O defensor do ex-presidente do PT diz que o procurador-geral está focando em indícios colhidos pela CPI e na fase policial e não na fase judicial.

18:47 - BASTIDORES: Sempre há um "mas" nos elogios entre advogados adversários. Logo depois de elogiar Gurgel, Thomaz Bastos disse que houve um argumento apresentado nas alegações finais que não deveria ser considerado no julgamento. De acordo com a Procuradoria, o Banco Rural realizou empréstimos arriscados porque tinha a garantia de receber lucros da liquidação do Banco Mercantil, do qual tinha 20% das ações. “É uma alteração que surpreendeu a defesa. É uma ilação totalmente fantasiosa”, criticou Bastos

18:46 - BASTIDORES: O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, advogado que defende José Roberto Salgado (ex-dirigente do Banco Rural), avaliou que o procurador-geral Roberto Gurgel está fazendo o trabalho dele com competência, tentando chamar a atenção dos ministros para a releitura dos documentos.

18:43 - De acordo com Gurgel, a partir de 2003, as antecipações de recursos à DNA ficaram fora de controle. O dinheiro iria para as contas da DNA no Banco Rural, para a partir daí abastecer o Valerioduto e o Mensalão

18:39 - O crime praticado foi a assinatura do diretor de marketing do BB para permitir a antecipação de pagamentos à DNA propaganda, que emitiu notas fiscais frias e não executou serviços.

18:36 - ANÁLISE: O embate entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowiski no primeiro dia de julgamento do Mensalão deve refletir em todo o trâmite processual, segundo avaliação do senador Pedro Taques. Para ele, um dos maiores prejuízos é quanto ao voto do ministro Cesar Peluso, que se aposenta em setembro. “Houve um grande prejuízo na ação e isso pode impedir o Peluso de votar”.

18:33 - Perícia do Instituto de Criminalística constatou que, do total de recursos destinados ao fundo (R$ 442 milhões), foram destinados ao BB R$ 151 milhões e, deste total, R$ 91 milhões ficaram com a DNA Propaganda, de Marcos Valério, empresa que prestou serviços ao Banco por dez anos.

18:32 - O procurador segue agora falando do desvio de recursos do Banco do Brasil, mais especificamente da Visanet. Diretor de marketing do BB na época desviou R$ 73 milhões da Visanet, empresa privada constituída por acionistas.

18:26 - Analisando de forma isolada, um repasse R$ 50 mil ou de R$ 200 mil não parece muito dinheiro. Mas se for levado em conta o tamanho da rede de contatos que se beneficiou, o montante faz diferença. São recursos que deixaram de ser usados nos hospitais, na segurança pública e para pagar melhores salários aos professores.

18:23 - Cai a noite em Brasília e segue o julgamento do Mensalão. Roberto Gurgel começou a leitura da Ação Penal 470 pontualmente às 14h25 (horário de Brasília). Houve uma pausa de 30 minutos às 16h38 (BSB). Se Gurgel utilizar as cinco horas de que dispõe, a sessão pode se estender até por volta das 20h no horário nacional.

18:10 - E mais: serviços contratados por João Paulo Cunha não foram executados pela empresa IFT. A suspeita é de que o dinheiro pago pela Câmara foi desviado para pagar os serviços de um assessor de Cunha.

18:07 - Um agravante. Gurgel aponta João Paulo Cunha como culpado por ter recebido vantagens indevidas da quadrilha de Marcos Valério. Cunha teria desviado R$ 252 mil da Câmara em contrato com a SMP&B e autorizou contratação de empresa de assessoria para fazer campanha à presidência da Câmara.

18:03 - Roberto Gurgel voltou mais animado do intervalo. Tem dado mais ênfase a trechos da leitura e até está fazendo comentários não escritos. O último foi entre indignado e irônico, sobre a SMP&B, empresa de Marcos Valério: "É incrível que tudo que envolve essa empresa era feito de modo escuso, de modo embaçado". 

18:02 - Outra empresa de Valério, a SMP&B,  venceu o edital para ser a agência contratada pela Câmara dos Deputados.

18:00 - Em abril de 2003, Valério presenteou a filha de uma assessora de João Paulo Cunha com passagens aéreas de ida e volta para o Rio de Janeiro. Logo depois, João Paulo contratou a DNA Propaganda, de Valério, para a campanha que o elegeu à presidência da Câmara. A empresa de Valério venceu também o edital para ser a agência contratada pela Câmara dos Deputados

17:59 - O advogado Luiz Fernando Pacheco sustenta que não há provas de que José Genoíno tenha se relacionado financeiramente com deputados. “Ele se relacionou politicamente”, concluiu. Informou também que o réu acompanha o julgamento em casa.

17:58 - O deputado João Paulo Cunha recebeu R$ 50 mil para, enquanto presidente da Câmara Federal, praticar atos em benefício de empresa de Marcos Valério.

17:56 - Os pagamentos feitos a parlamentares estão todos documentados nos autos relatados pelo procurador geral da República.

17:54 - Procurador começa a ler acusações contra membros do PT. O primeiro é João Paulo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados. 

17:53 - Anderson Adauto, do PR, entre 2003 e 2004, recebeu R$ 950 mil do esquema quando era ministro dos Transportes.

17:50 - Para Luiz Fernando Pacheco, a ausência de provas colhidas na fase judicial enfraquece a acusação e fortalece a defesa. Ele ressaltou que a acusação de peculato foi afastada quando o STF recebeu a denúncia contra o seu cliente, José Genoíno.

17:49 - BASTIDORES: “O procurador está focando em indícios colhidos na comissão parlamentar de inquérito e na fase policial e não na fase judicial, que é o que interessa. As provas colhidas sob o crivo do contraditório, com a participação dos advogados e perante o poder Judiciário, não estão sendo mostradas”, disse o advogado de José Genoíno.

17:47 - Procurador Geral da República dá início à leitura do envolvimento dos deputados José Borba e Anderson Adauto, ambos do PMDB, no recebimento de dinheiro do Mensalão.

17:44 - BASTIDORES: De acordo com Pacheco, até a primeira parte da sustentação, o representante do Ministério Público Federal não havia apresentado novidades, isto é, fez apenas um resumo do que já consta do processo.

17:41 - BASTIDORES: O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-deputado José Genoíno (ex-presidente do PT e acusado de crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha) criticou nesta sexta-feira (3) a sustentação oral que está sendo feita pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

17:38 - Dedo-duro da existência do Mensalão, o deputado Roberto Jeferson assumiu o comando do PTB após o falecimento de José Carlos Martinez e dava continuidade ao esquema de venda de apoio político no Congresso.

17:35 - De acordo com a denúncia, parlamentares do PTB também foram beneficiados pelo esquema. O falecido José Carlos Martinez, além de Roberto Jeferson e Romeu Queiróz, receberam volumosas quantias do Mensalão.

17:33 - Além de Valdemar da Costa Neto, o ex-deputado Bispo Rodigues, também coordenador da bancada evangélica, recebeu vantagem indevida em troca de votos no Congresso Nacional.

17:31 - O envolvimento destes réus está ligado ao repasse dos recursos ilegais por intermédio de agências de publicidade de Marcos Valério.

17:28 - Gurgel está citando personagens menos conhecidos, como Rogério Tolentino e Simone Vasconcellos. A importância deles é o alegado envolvimento em operações financeiras de lavagem de dinheiro para o PP e o PL, então partidos dos réus Pedro Henry e Valdemar da Costa Neto.

17:25 - O procurador-geral agora lembra os repasses de dinheiro feitos via Bonus Banval, tentando demonstrar que repasses no valor de R$ 605 mil eram operações de lavagem de dinheiro. Ele rebate argumento de alguns réus dizendo que não se conheciam, afirmando que isso não descaracteriza o crime de formação de quadrilha num caso em que os réus colaboram para uma prática criminosa.

17:22 - ANÁLISE: O senador Pedro Taques, ex-procurador da República, considerou como uma estratégia a postura de Gurgel em não pedir o afastamento do ministro Dias Tóffoli, alegando prejuízo ao trâmite processual, e lamentou a postura adotada pelo ex-advogado do Partidos dos Trabalhadores (PT) em não se declarar impedido. “Ele é um excelente ministro, mas neste acaso não trilhou o melhor caminho”.

17:19 - Roberto Gurgel volta a falar, e terá mais duas horas e quarenta e nove minutos para fazer a acusação contra todos os réus.

17:17 - Ministros retornam e a sessão é reaberta pelo presidente Ayres Britto.

17:14 - O procurador geral da República, Roberto Gurgel, disse que o deputado federal Pedro Henry negociava o apoio político do PP diretamente com José Dirceu. Veja a matéria completa no Olhar Direto 

17:09 - ANÁLISE: Na avaliação do advogado Valber Melo, o relatório do procurador-geral nada mais é do que a confirmação do que já foi denunciado e a grande expectativa é quanto à defesa dos réus. “Não há nenhuma surpresa ele [Roberto Gurgel] apenas confirma a denúncia com mais detalhes. Eu entendo que a grande novidade, e o que todos esperam, são os argumentos da defesa”.

16:55 - Na primeira metade da sessão de hoje, Gurgel dedicou quase uma hora apenas para estabelecer a responsabilidade de José Dirceu como chefe do que considera ser uma quadrilha do Mensalão. O ex-ministro foi chamado de mentor e protagonista de um esquema de compra de votos e de desvio de recursos públicos. A defesa dele é a primeira a falar, na próxima segunda-feira.

16:45 - Os intervalos de sessões do Supremo normalmente duram meia hora só oficialmente. Os ministros costumam demorar muito mais para retornar e não são raras as vezes em que essas pausas chegam a uma hora. Ontem, no entanto, eles foram rápidos e voltaram na hora marcada. 

16:38 - RISOS NO PLENÁRIO: Ayres Britto pergunta se Gurgel quer uma pausa após duas horas e dez minutos. O procurador pede para continuar até metade do relatório, mas o ministro Marco Aurélio Mello faz graça: "Não sei se temos condições fisiológicas para suportar mais meia hora". Risadas ecoam pela corte. Sessão é suspensa por meia hora.

16:37 - Gurgel começa a falar sobre os parlamentares José Janene, Pedro Henry e Pedro Corrêa (todos do PP), que  receberam dinheiro para votar a favor do governo, segundo Gurgel. Ele especifica as quantias recebidas pelos pepistas

16:36 - Gurgel cita a votação do projeto da reforma tributária e ainda quantias recebidas por parlamentares na época. Gurgel diz que pagamentos estão "documentalmente comprovados" nos autos. 

16:34 - Procurador mostra que Simone Vasconcelos sacou grandes quantias de dinheiro em épocas de votações importantes no Congresso. Seria um indício de que o dinheiro estaria sendo usado para comprar apoio de parlamentares.

16:30 - Para o procurador, o processo mostra que as quantias recebidas pelos deputados consistiam em vantagens indevidas fornecidas por José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil)

16:27 - Gurgel explicou crimes do núcleo financeiro, composto por José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório.

16:23 - Gurgel passou a explicar os crimes cometidos por cada um dos réus.

16:21 - Gurgel lê sua longa acusação em um Ipad, sem pressa, com o mesmo tom de voz, enfatizando poucas palavras. O procurador é mais conhecido pela contundência de suas afirmações e consistência do raciocínio do que pelo brilho pessoal durante julgamentos. Diferentemente de muitos advogados e procuradores, não busca contato visual com os juízes, e não levanta a cabeça durante a leitura. 

16:17 - Gurgel ultrapassa duas horas de leitura do seu relatório. Até o momento, ele consolida todas as acusações que já estavam nos documentos enviados ao STF, argumentando que as provas são suficientes para a condenação, mesmo que sejam provas apenas testemunhais. A ligação entre os réus está sendo destacada, incluindo as datas em que teriam se encontrado.

16:13 - Procurador-geral começa a falar sobre Kátia Rabelo, da cúpula do Banco Rural.

16:10 - De acordo com Gurgel, o lucro que o Banco Rural obteve com o levantamento da liquidação do Banco Mencantil de Pernambuco, articulada pela quadrilha, superou mais de R$ 1 bilhão, valor que poderia facilmente encobrir as operações suspeitas, avaliadas em R$ 32 milhões.

16:06 - Os advogados Alberto Toron e Arnaldo Malheiros, que defendem os petistas João Paulo Cunha e Delúbio Soares, minimizaram a importância e o atraso, respectivamente, do julgamento do Mensalão. Já o defensor do ex-deputado Roberto Jefferson reafirmou que Lula deveria ser incluído na denúncia. Veja matéria no Olhar Direto.

16:02 - Os dirigentes do Banco Rural, aponta a denúncia, tinha interesse em operações do governo brasileiro. O banco era peça chave do sistema. O banco foi responsável pelo desvio (via empréstimos sem garantia e que jamais seriam pagos) de pelo menos R$ 32 milhões, denuncia o procurador.

16:00 - A cúpula do Banco Rural, descreve o procurador, serviu à quadrilha de Valério desde 1998. Ironicamente, o grupo era responsável pelo comitê anti-corrupção do banco.

15:56 - Geiza Dias teria dito que tinha "verdadeiro pavor de sair andando" com tanto dinheiro na rua. Algo que era constantemente obrigada a fazer. Ela teria confirmado que carros-fortes eram constantemente contratados para movimentar valores para a quadrilha. De uma só vez, uma dessas movimentações chegou a R$ 650 mil.

15:55 - As rés Simone Vasconcelos e Geiza Dias executavam materialmente o repasse do dinheiro. Geiza era gerente financeira da agência SMP&B e repassava os recursos às contas do Banco Rural.

15:51 - O volume de dinheiro sutraído era tamanho que carros blindados eram utilizados em Brasília pela quadrilha para transportar recursos ilegais para irrigar as contas dos mensaleiros, continua o procurador geral da República..

15:49 - Marcos Valério era interlocutor privilegiado e presença obrigatória para intermediar recursos para o PT. Até mesmo os parlamentares recorriam a Valério para obter os pedidos de nomeação ao governo.

15:46 - Os acusados Cristiano Paes, Ramon Hollerbach e Rogério Tolentino também são citados por serem nomes de confiança de Marcos Valério no esquema de apropriação de divisas.

15:42 - Valério fazia a ponte entre as diversas partes "legais e ilegais" no processo de desvio de dinheiro público em benefício próprio, continua o procurador geral da República, Roberto Gurgel.

15:40 - Marcos Valério era interlocutor privilegiado e presença obrigatória para intermediar recursos ao PT. Até mesmo os parlamentares recorriam a Marcos Valério para obter os pedidos de nomeação o governo.

15:35 - Sílvio Pereira, afirma o procurador, admitiu ao Ministério Público Federal que fazia pagamentos regulares ao envolvidos no esquema em quartos de hotel.

15:32 - Para executar o plano do Mensalão, era necessário reunir o dinheiro necessário. Marcos Valério era peça-chave neste esquema.

15:28 - Embora não seja réu, Sílvio Pereira exercia função de secretário geral do partido e teve papel importante em ações da quadrilha.

15:24 - O tesoureiro do PT, Delúbio Soares, segundo o procurador, não se limitou a indicar os beneficiários das propinas. Ele também recebeu recursos ilegais. O valor total rececido por Delúbio foi de R$ 550 mil.

15:21 - Delúbio Soares não se limitou a indicar os beneficiários das propinas. O valor total recebido por Delúbio foi de R$ 500 mil, afirma o procurador geral.

15:18 - O deputado Pedro Henry é apontado por Gurgel como representante do PP nas negociações com o PT para venda de apoio político da bancada em votações na Câmara

15:15 - Alberto Toron disse ainda esperar que o STF julgue a ação penal 470 com serenidade, sem agressões pessoais, e que cumpra a função de fazer justiça e não ser justiceiro. Pontuou que o objetivo do processo é produzir provas e não a condenação dos réus.

15:14 - Gurgel dedica todo o início de sua acusação a tentar provar que José Dirceu era o chefe de uma quadrilha, arquitetando todo o esquema de desvio de dinheiro e de compra de apoio ao governo Lula. Veja as acusações contra Dirceu e contra todos os 38 réus do Mensalão.

15:12 - Marcos Valério é caracterizado na denúncia de Gurgel como o grande intermediador entre interesses de investidores com o então ministro da Casa Civil José Dirceu

15:10 - BASTIDORES: O advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que o julgamento do mensalão não é o mais importante da história do país. Segundo ele, talvez seja o mais importante do início do século 21. Para ele, o mais nevrálgico da história da República foi o processo contra o então presidente Fernando Collor, que atualmente ocupa uma cadeira no Senado.

15:08 - As reuniões, cita Gurgel, representavam a continuação das negociações que Marcos Valério tivera com os donos do banco para a liberação dos oito milhões de euros. O encontro ocorreu na Casa Civil e teve presença de José Dirceu, Delúbio Soares e outros petistas.

15:07 - Gurgel cita negociação da Portugal Telecom e do Banco Espírito Santo, que faria investimentos no país e que recursos seriam usados para quitar dívidas de campanhas do PT e do PTB

15:04 - Diz a denúncia que José Dirceu tinha pleno conhecimento e domínio dos acordos com os parlamentares do PP. E que as negociações ocorreram no Palácio do Planalto com a presença do deputado Pedro Henry (PP-MT).

15:00 - O procurador afirma que Marcos Valério sabia dos acordos de José Dirceu para o pagamento dos acordos políticos com a base aliada. Nada acontecia, segundo Gurgel, sem o conhecimento de Dirceu.

14:59 - "O procurador Roberto Gurgel é um zagueiro de Lula. E, se tivermos que dar caneladas, vamos dar", disse Barbosa. O advogado informou que Roberto Jefferson deverá receber alta no domingo, mas ele deve não aparecer nas sessões do julgamento.(Roberto Jefferson luta contra um câncer).

14:58 - O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Barbosa, ressaltou ainda que Lula não só sabia como também ordenou os atos do esquema do mensalão, afinal, os envolvidos, incluindo o ministro José Dirceu, seriam empregados do Planalto (chefiado por Lula), que precisava de projetos de lei aprovados pelo Congresso. "Já era para ele [Lula] ter sido incluído na denúncia", reforçou Barbosa.

14:56 - José Dirceu, afirma Gurgel, na condição de líder do grupo, exerceu papel importante no esquema. Ele foi a principal figura, o mentor, o grande protagonista e responsável pelo pagamento da base aliada no Congresso

14:54 - "O jogo hoje é apenas do centroavante", disse Luiz Francisco Barbosa, em referência à sustentação oral da Procuradoria Geral da República. Só que, de acordo com ele, a Procuradoria "é ruim de bola" e "não joga nada".

14:51 - Marcos Valério, segundo a acusação, era visto como uma pessoa bastante envolve e carismática. E que já em 2002 havia participado da programação visual na campanha de João Paulo Cunha à Câmara

14:50 - O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, reafirmou hoje, ao chegar ao STF, que vai tentar incluir o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva como réu.

14:49 - O procurador lembra que foi o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que aproximou o empresário Marcos Valério de vários deputados federais da bancada petista e de dirigentes em Brasília

14:47 - Gurgel volta a chamar o Mensalão de "maior esquema" de subtração de dinheiro público da história do país.

14:44 - O procurador afirma que a acusação imputa aos acusados os crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, gestão fraudulenta e evasão de divisas.

14:41 - Sobre a possibilidade de mudar de lado e passar a ocupar uma cadeira no STF, o criminalista Arnaldo Malheiros afirmou que se trata de um cargo que não se pode recusar e que, se chamado, estará pronto para assumi-lo.

14:39 - Gurgel citou matéria do Jornal do Brasil veiculada no último dia 30 de julho, que lembra que o terno Mensalão foi cunhado pela primeira vez em setembro de 2004.

14:37 - Antes de abrir o caso, Gurgel afirma que o desafio da PGR é dar prova da Ação Penal, parafraseia Nicolau Maquiavel e afirma que "os fins não justificam os meios".

14:35 - O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), afirmou há pouco que o atraso gerado ontem por conta de uma questão de ordem não vai afetar o andamento do julgamento. Segundo ele, "um dia não faz diferença".

14:33 - Abertura do procurador aborda a ética na esfera política, cita o que ele chamou de "ética weberiana" (baseada no filósofo e cientista social alemão Max Weber). A análises dos fatos à luz da ética weberiana, ou a praticada "meta-ética weberiana" pelos mensaleiros, nas palavras do procurador, parece que será o ponto central das acusações.

14:30 -  Gurgel começa a fazer a apresentação das acusações contra os 38 réus do Mensalão. Critica fortemente a perpetução de favores e vantagens praticados por homens públicos que visam "concentração da riqueza e gozo de fausto e bem-estar"

14:28 - Roberto Gurgel começa sua acusação lembrando o clássico "Os donos do Poder", de Raimundo Faoro, dizendo que confusão entre negócios públicos e privados continua no Brasil após cinco séculos.

 14:26 - A palavra é passada por Ayres Britto ao procurador geral da República, Roberto Gurgel.

14:25 - Após 25 minutos de atraso, o presidente da corte, ministro Ayres Britto, declara aberta a sessão. O secretário começa a leitura da ata da sessão anterior. 

14:23 - Os ministros se preparam para ocupar o pleno do STF. Por enquanto, eles começam a deixar a sala reservada ao lado do plenário e passam a ocupar suas cadeiras.

14:22 - Enquanto não tem início o julgamento, uma coisa pode ser dita em relação ao primeiro dia do caso. Os ministros tiveram uma postura claramente política ao indeferirem a tese do desdobramento. Caso fosse aprovada a questão de ordem, certamente nenhum acusado sem foro privilegiado acabaria julgado em tempo hábil.

14:20 - E o início da sessão chega aos vinte minutos de atraso.

14:18 - Aqui fazemos apenas uma pequena correção ao que foi informado há pouco pela TV Justiça. O jugamento teve início nesta quinta-feira, dia 02 de agosto e não na quarta-feira (1º), como dito na TVJ.

14:14 - O julgamento do Mensalão vai começar em instantes. A expectativa é para as cinco horas de sustentação oral que o procurador geral da justiça fará para acusar os 38 réus do Mensalão.

14:11 - O movimento de pessoas em frente ao Supremo Tribunal Federal é aparentemente menor do que o verificado ontem. O clima é tranquilo e não há previsão, até o momento, de nenhuma manifestação em frente à Praça dos Três Poderes.

14:09 - A sessão ainda não começou. Pontualidade não parece ser o forte da mais alta corte do país.

14:03 - Sessão já está três minutos atrasada. Ontem, foram 26 minutos de atraso. 

13:58 - Céu claro e tempo seco na capital da República. O julgamento do Mensalão está prestes a começar. Um grande esquema de segurança está montado no prédio do STF. Só profissionais credenciados têm acesso ao local do julgamento.

13:49 - Uma segunda questão de ordem da defesa, pedindo uso de recursos audiovisuais, outra clara tentativa de atrasar e, se possível, protelar o julgamento, foi descartada antes de ser ouvida, mostrando talvez a falta de paciência do presidente da Corte, Ayres Britto, com esse tipo de manobra.

13:47 - A quinta-feira (primeiro dia de julgamento) ficou marcada pela manobra da defesa de tentar livrar 35 réus do julgamento no STF. Essa tentativa gerou tensão entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, respectivamente relator e revisor do caso.

13:44 - Os réus não precisam aparecer no Supremo, então os principais atores nestes dias serão o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, os juízes do Supremo e um time milionário de advogados, capitaneados pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos.

13:42 - Antes do início do julgamento, é bom relembrar exatamente o que está sendo avaliado pelos ministros. Esta lista mostra quais são os crimes a que cada réu do Mensalão responde.

13:41 - Boa tarde, internautas. Está tudo pronto para o segundo dia do julgamento do Mensalão. Nossos repórteres já estão na corte do Supremo e trazendo informações em tempo real, minuto a minuto.


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