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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Educação superior gera oportunidades a reeducandos

Preso por tráfico de drogas, Jackson Santos de Queiroz, 39 anos, foi condenado a 15 anos e dois meses de reclusão. O reeducando ingressou no Sistema Prisional com o ensino fundamental imcompleto. Permaneceu sete anos entre o regime fechado e semi-aberto. Completou os estudos na Penitenciária Central do Estado e foi estimulado a prestar vestibular. Hoje, Jackson está no 5º período do curso de pedagogia, pelo EADCOM, e leva na bagagem uma vida de aprendizado educacional e evolução pessoal.


O reeducando faz parte do grupo de 13 homens privados de liberdade do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) que deram um passo além, fazendo o ensino superior. Investir e garantir o acesso a educação dentro do Sistema Prisional é uma das diretrizes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). “Acredito que tudo começa com a educação. Hoje percebo como eu era e como sou agora”, disse Jackson.

Assim como Jackson, outros reeducandos do Sistema Prisional de Mato Grosso têm acesso à educação nas unidades como a Penitenciária de Água Boa, Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, Centro de Ressocialização de Cuiabá, Penitenciária Central do Estado, Cadeia Pública do Capão Grande, Presídio Agrícola das Palmeiras, Cadeia Pública de Rondonópolis, Penitenciária da Mata Grande, Penitenciária Ferrugem, em Sinop, Cadeia Pública de Mirassol do Oeste, Cadeia Pública de Juína, e Cadeia Pública de Cáceres.

Em 2008, 1.394 reeducandos fizeram o curso de alfabetização, ensino fundamental, médio e superior nas unidades prisionais do Estado. No interior, as unidades com maior número de reeducandos em sala de aula são penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira “Ferrugem”, em Sinop, Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, e Cadeia Pública de Cáceres.

Na penitenciária de Sinop 104 reeducandos aprenderam ler e escrever e 97 fizeram o ensino fundamental. Em Rondonópolis, na Penitenciária da Mata Grande, 124 reeducandos fizeram o ensino fundamental e 19 o ensino médio. Na Cadeia Pública de Cáceres, 98 reeducandos fizeram o ensino fundamental e 43 o ensino médio.

Na capital, no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), 168 reeducandos concluíram o ensino fundamental. Na unidade feminina, Ana Maria do Couto May, 75 reeducandas terminaram o ensino fundamental e 33 o ensino médio.

Na Cadeia Pública de Várzea Grande, 46 reeducandos foram alfabetizados, 47 concluíram o ensino fundamental e 128 o ensino médio.

JET CASA – Além da educação, outra política da Sejusp é a resinserção social dos reeducandos por meio do trabalho fora da unidade prisional. Cinco reeducandos, entre eles Jackson Santos de Queiroz, trabalham na construção de 42 casas que serão entregues no bairro Distrito Industrial, em Cuiabá. As obras fazem parte do projeto “Jet Casa”, que conta com a parceria do Governo do Estado e visa à construção de casas populares pré-moldadas que são destinadas a pessoas de baixa renda ou que se encontram em situação de risco.

O projeto existe desde 2003, e, no início, trabalhavam nas obras 13 reeducandos do regime fechado e cinco reeducandas da unidade feminina, além de outros operários. Jackson é responsável pela montagem e concretagem das casas. “Ao mesmo tempo em que estou estudando me qualifico por meio do projeto”, ressaltou.

Pelo trabalho, Jackson é remunerado em cerca de R$ 700. Para participar do projeto, o reeducando passou por uma seleção por meio de avaliação psicológica e social feita no CRC, unidade prisional em que está albergado. A cada três dias trabalhados o reeducando tem um a menos de pena a cumprir.

CUIABÁ VEST- Vinte e cinco reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) e 35 da Penitenciária Central do Estado (PCE) se preparam para o vestibular numa proposta de reinserção social de cursinho pré-vestibular dentro do Sistema Prisional. A ação é uma parceria inovadora entre a Sejusp e a Prefeitura de Cuiabá.

No cursinho Cuiabá Vest, os reeducandos contam com cinco professores que ministram disciplinas como Português, Matemática, Química, Espanhol, entre outras. O objetivo da ação educacional dentro do presídio é fazer com que os reeducandos tenham a mesma oportunidade que as outras pessoas.

Com o Cuiabá Vest, os 50 reeducandos poderão se preparar para ingressarem, assim como Jackson Santos, em um dos cursos ofertados pelo EADCOM. Jackson pretende dar continuidade aos estudos fazendo pós-graduação em psicopedagogia. “A educação nos proporciona uma nova visão da vida. Tenho a consciência de que serei sempre um ex-presidiário, entretanto, serei uma pessoa que sairá do sistema qualificado, com capacitação em nível superior”, enfatizou.
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