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Terça-feira, 16 de abril de 2024

Notícias | Economia

Cerâmica Chiarelli entra com pedido de concordata

No apagar das luzes de 2008, a crise de crédito e a desacelaração econômica fizeram mais uma vítima. Na última terça-feira (dia 30), a Cerâmica Chiarelli, fabricante de pisos, revestimentos cerâmicos e de porcelanato, com sede em Mogi Guaçu (SP), entrou com pedido de recuperação judicial na comarca local. 


Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia - que atua no mercado há 70 anos e tem ações em Bolsa - informou que o cenário da crise econômico-financeira global acabou por desacelerar bruscamente o desempenho do setor cerâmico, afetando a empresa, que passou a ter dificuldade em obter crédito para seu giro financeiro. A Chiarelli também alegou que qualquer novo aporte de recursos estava sendo condicionado à apresentação de requerimento de recuperação judicial e de um plano de reestruturação.

Os problemas financeiros da companhia vinham se avolumando nos últimos exercícios. A Chiarelli não fecha um ano no azul desde 2002. Nas últimas demonstrações financeiras divulgadas, a companhia informou ter registrado perdas de R$ 7,571 milhões entre os meses de julho e setembro do ano passado, acumulando prejuízo de R$ 15,725 milhões nos primeiros nove meses de 2008. Em todo o ano de 2007, as perdas haviam alcançado R$ 13,469 milhões. No terceiro trimestre do ano passado, foi a conta financeira que mais pesou para a fabricante de cerâmica, devido à "necessidade crescente de recursos destinados a suportar o acréscimo de produção e estoques", de acordo com a companhia. No fim de setembro, o passivo a descoberto da cerâmica chegava a R$ 85,6 milhões.

Em comentários sobre o desempenho divulgados em novembro, a empresa já alertava sobre o momento especialmente difícil. "A recente turbulência na economia mundial tem gerado muita preocupação a todos os setores da economia, especialmente para o setor da construção civil, cujas empresas necessitam de recursos para realizarem suas operações, e que devido à retração no volume de créditos, começa a sentir gradativamente os efeitos dessa crise em seus negócios", dizia o comentário. "Os efeitos da crise para o setor ainda são difíceis de serem mensurados, devido à instabilidade reinante no mercado, mas com certeza, será bastante afetado, pois o País será obrigado a reduzir seu ritmo de crescimento, sendo que grande parcela deste plano de crescimento esta baseada na construção civil", concluía.

Durante o ano, a Chiarelli concentrou suas vendas no mercado interno, mantendo exportações apenas para atender a cliente tradicionais. Em agosto, com os estoques em grau elevado, a empresa paralisou a produção em sua fábrica matriz e aproveitou para efetuar uma manutenção preventiva em seus equipamentos. Em dezembro, o diretor Industrial Caio Albino de Souza acumulou as funções de diretor-presidente e de Relações com Investidores, após a destituição de Manoel Inácio Pinto.
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