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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Educação

País precisa rever modelo de escola para incluir aluno com deficiência, diz associação

A presidente da Associação Mães em Movimento (Amem), Lurdinha Danezi, defende a necessidade de se repensar o modelo de escola implementado no país para que crianças e adolescentes com deficiência possam, de fato, ser incluídos no ensino regular.


Mãe de um garoto de 13 anos que tem Síndrome de Down, ela conta que o filho sempre estudou em turmas regulares da rede pública de ensino, mas que, ao chegar à 5ª série, encontrou mais dificuldades de adaptação.

Entre os problemas enfrentados pelo filho, Lurdinha cita a falta de tempo dos professores para identificar as necessidades dos alunos com deficiência.

“A criança se vê em um ambiente completamente diferente daquele ao qual ela está habituada, em uma escola normalmente maior e com um número muito grande de professores que não têm tempo de interagir e conhecer essa criança. Logo no primeiro mês, ele teve muitos problemas, começou a ficar agressivo e, um dia, fez uma reunião familiar e falou que queria sair da escola.”

No ano passado, o governo publicou o Decreto 6.571/08 que, de acordo com o Ministério da Educação, visa a reestruturar a educação especial, consolidar diretrizes e ações já existentes voltadas para a educação inclusiva e destinar recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) ao atendimento de necessidades específicas de pessoas com deficiência.

“Acho que a gente não faz inclusão por decreto-lei. Você não pode impor às pessoas que elas estejam prontas para receber pessoas com deficiência dentro desse modelo de escola que a gente tem. Sou muito exigente e acho que o professor tem que dar conta, mas ele tem que querer e o governo tem que ajudar”, avalia a presidente da Associação Mães em Movimento.

O filho de Lurdinha, Lucio Piantino Bianchetti, afirma que gosta muito de escola mas, diante da experiência interrompida em agosto do ano passado na 5ª série, avalia que os professores são “horríveis”. Questionado sobre o que precisa mudar para que as escolas atendam melhor alunos especiais como ele, Lucio dá a dica: “Precisa ter parque, brinquedos, salas de pintura. Tem que ter mais coisa pra gente fazer. Estou muito ansioso [com a perspectiva de entrar em uma nova escola]. Vai ser bom.”
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