A Fundação Oswaldo Cruz lança em fevereiro sete filmes voltados para assuntos de saúde pública, que também serão distribuídos gratuitamente a escolas públicas e organizações não-governamentais (ONGs). Até agora, o único projeto já finalizado é o Adolescendo, que aborda os problemas de saúde comuns a essa faixa etária em todas as classes sociais. A previsão é de que os demais estejam prontos até o final de fevereiro.

Os projetos vencedores foram selecionados entre 155 roteiros inscritos no edital do primeiro concurso público promovido pelo Selo Fiocruz Vídeo, em abril de 2008, para fomentar a produção de audiovisual em saúde.

O objetivo do edital é facilitar o acesso da população em geral, profissionais de saúde e organizações da sociedade civil à educação em saúde por meio de audiovisual, destacou o diretor do Selo Fiocruz Vídeo, Umberto Trigueiros. “É [o audiovisual] um instrumento poderoso de circulação da informação”.

Um dos vídeos selecionados, O fim do silêncio, vem causando polêmica por trazer depoimentos de mulheres que fizeram aborto e que defendem a descriminalização dessa prática. Segundo estimativas, os abortos causam pelo menos 200 mortes de mulheres por ano no Brasil.

A Fiocruz, esclareceu Trigueiros, é uma instituição pública e acadêmica e não tem posição contra ou a favor do aborto, mas pode ignorar uma questão de saúde pública. “A questão da mortalidade materna por conta de abortos clandestinos é muito grave no país. A Fiocruz, como instituição de saúde, acadêmica, não pode se furtar a esse debate. Faz parte da nossa missão.”

Trigueiros também ressaltou que os projetos foram escolhidos por um júri independente da Fiocruz, composto por cineastas, profissionais de saúde, críticos de cinema e jornalistas.

O investimento total para a realização dos projetos foi de R$ 480 mil. A fundação estuda um novo edital para o segundo semestre deste ano.