Dor de cabeça na "hora H" pode parecer desculpa, mas nem sempre é. A cefaléia do orgasmo é uma doença que atinge uma a cada cem pessoas no mundo, mas ainda é pouco relatada por vergonha dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Munster, na Alemanha, a cefaléia orgástica atinge cerca de três vezes mais homens que mulheres, e é mais comum entre os 20 e 25 anos.
"Os pacientes que sofrem deste problema relatam que, quando atingem o orgasmo, a cefaléia costuma perdurar por até 48 horas e, se o interrompem, a dor desaparece sozinha em menos de uma hora", conta o neurologista da Sociedade Americana de Dor de Cabeça e da Sociedade Internacional, Abouch Krymchantowski.
A causa principal da cefaléia do orgasmo ainda não foi descoberta. Há duas correntes de estudo: uma afirma que durante o ato sexual o aumento da pressão sangüínea, a dilatação de vasos na cabeça e a produção de serotonina podem provocar as crises. Já outra corrente acredita que o cérebro do paciente "enxaquecoso", que já apresenta um desequilíbrio químico natural, recebe o estímulo do orgasmo como um fator desencadeante da dor, como o estresse. A cefaléia do orgasmo representa de 0,2% a 1,3% de todas as dores de cabeça que se manifestam em caráter freqüente.
Remédios, psicologia e acupuntura
O tratamento para o problema geralmente é feito com analgésicos, mas também há terapias com substâncias mais específicas, indicadas após todas as outras drogas terem se revelado ineficazes. Abouch também defende a investigação psicológica do problema, buscando ajuda da terapia sexual. Há ainda a opção da acupuntura, técnica com agulhas para aliviar dores, que ajuda a reduzir o uso de remédios.
A esteticista Janira Neves, 50 anos, descobriu na prática a solução para o alívio da cefaléia que a atrapalhava até na hora do sexo. "Acredito que minha dor de cabeça também esteja associada à minha sinusite. Comecei o tratamento há duas semanas e já percebi um resultados", conta.
A acupunturista, Lúcia Rossi, explica que o tratamento tem eficácia em até 80% dos casos. "Avaliamos a raiz do problema e trabalhamos de forma integrada. A cefaléia pode ter inúmeras causas, como problemas de anemia ou estafa, por isso é preciso conhecer os pontos que a influenciam", explica.