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Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Musicoterapia favorece aleitamento, diz pesquisa

Toda terça-feira, mulheres cujos bebês estão internados na UTI neonatal da Maternidade Escola da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) se reúnem para participar de uma atividade inusitada. Às 14h, as cadeiras de amamentação são colocadas em círculo, o tapete recebe instrumentos como violão, teclado, pandeiro e chocalho e a sessão musical começa.


O projeto Mame (Musicoterapia no Aleitamento Materno Exclusivo) usa a música para favorecer o vínculo mãe-bebê e incentivar a amamentação. Musicoterapeutas conduzem a atividade, na qual as mães tocam e cantam.

Quando os bebês participam, são tocados acalantos à meia-luz. No fim, há uma conversa sobre a prática.

Martha Negreiros, musicoterapeuta que coordena o projeto, diz que a produção de leite acontece naturalmente devido à ação da glândula hipófise após haver sucção do peito. A descida desse leite, porém, é influenciada por estados emocionais. "A mulher que tem um filho na UTI fica muito fragilizada. Isso atrapalha a amamentação. A música entra para que ela se expresse por meio de canções que fazem parte de sua história".

Estudo clínico
Para avaliar cientificamente o que já observava na prática, a equipe fez um estudo clínico com 94 mães de bebês prematuros. Na primeira consulta após a alta dos bebês, 88% das mães que participaram da musicoterapia ainda ofereciam aleitamento materno a seus filhos. No grupo controle, o índice foi de 70%. O impacto positivo da musicoterapia foi maior em períodos mais próximos à intervenção, diminuindo à medida que decorria o tempo após a alta.

Não são feitas restrições a estilos musicais. "No início, as mães ficam inibidas, mas deixamos claro que aquilo não é um show. Elas escutam o que gostam: pagode, funk, louvor". 

Outros familiares são incentivados a participar. "Queremos envolver pai, avó, tia... Quando um bebê é prematuro, toda a família é afetada".
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