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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Carros & Motos

Banco de carro vira cadeira de rodas motorizada em feira de SP

O automóvel é um dos poucos transportes que dá ao deficiente físico o direito de ir e vir sem que ele tenha que disputar espaço com calçadas esburacadas, ônibus lotados e locais sem rampas de acesso. Para se ter uma idéia, até o mês passado, nenhum dos 33 mil táxis que rodam a capital paulista era adaptado.

O automóvel é um dos poucos transportes que dá ao deficiente físico o direito de ir e vir sem que ele tenha que disputar espaço com calçadas esburacadas, ônibus lotados e locais sem rampas de acesso. Para se ter uma idéia, até o mês passado, nenhum dos 33 mil táxis que rodam a capital paulista era adaptado.


Dificuldades assim tornam cada vez maior a procura de deficientes por carros adaptados. Só em fevereiro foram 1.568 veículos vendidos como essa finalidade – um aumento de 7,76% em relação ao mesmo período de 2008. E é neste cenário que sete montadoras e algumas oficinas participam este ano da Reatech - VIII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, que acontece até o dia 5 no Expo Imigrantes, em São Paulo. 

Entre as novidades, a empresa Cavenaghi traz um banco giratório que pode usado pelo passageiro tanto como banco do carro como cadeira de rodas motorizada. Para entrar ou sair do veículo, basta que o usuário tenha a cadeira encaixada na porta do carro. A partir daí, ela se desprende da base e desliza sobre uma plataforma. A novidade custa a partir de R$ 46 mil.

A empresa também lança um miniguincho instalado no porta-malas para erguer cadeiras de rodas mais pesadas. Apelidado de “auto lift”, ele suporta até 180 quilos e não sai por menos de R$ 7 mil.

Tanto as adaptações mais sofisticadas como as mais simples, como freio e acelerador manuais com alavanca, são feitas pelos proprietários em empresas especializadas. No entanto, programas como o da Volkswagen permitem que modelos como Gol G4, Parati, Fox, Crossfox, por exemplo, já saiam adaptados de fábrica. 

Descontos na compra
Durante a feira, Fiat, Ford, GM, Honda, Peugeot e Toyota apresentam seus programas de mobilidade e orientam quem pretende adquirir um veículo adaptado e com isenção de impostos como IPI, ICMS e IOF, conforme prevê a legislação. Em alguns estados como São Paulo, o veículo fica livre, inclusive, de IPVA. Com os descontos, o preço do Ford EcoSport 2.0l flex automático, por exemplo, cai de R$ 55.327 para R$ 42.870,00.

Montadoras como Fiat e Volkswagen concedem, ainda, 5% de desconto sobre o valor do automóvel. No entanto, para ter direito a todos esses benefícios, o valor do carro deve ser inferior a R$ 60 mil. Caso contrário, há apenas isenção de IPI. 

“Acho injusto, pois não existem carros de grande porte nesse valor. Um cadeirante precisa de um carro espaçoso para guardar a cadeira de rodas. Por outro lado, há poucos carros automáticos para pessoas com baixo poder aquisitivo”, reclama o aposentado Francisco Henrique Fonseca, de 58 anos. Proprietário de um Corolla e de um Fielder, ambos da Toyota, ele perdeu o movimento das pernas há 31 anos, quando um caminhão na contramão atingiu o veículo em que estava.

Para Fonseca, hoje em dia o deficiente é mais respeitado nas concessionárias. “Já cheguei a entrar em lojas e sequer ser atendido. Agora os vendedores estão mais preparados”, diz. 

Ricardo Rodrigues, supervisor de vendas especiais da Honda, líder no segmento, concorda. Segundo ele, uma das maiores preocupações da empresa, que em 2008 vendeu 4.900 veículos para deficientes, é preparar a rede. “Ao contrário de hoje, essa venda era encarada como trabalhosa e menos rentável. Os vendedores não estavam capacitados”, reconhece.

O auxiliar administrativo Tadeu de Lollo, de 27 anos, visita o evento pelo terceiro ano consecutivo. Paraplégico desde os 16 anos, quando um mergulho mal sucedido causou uma lesão em sua medula, ele pretende deixar a feira de carro novo. Entre as tecnologias que mais o atraíram está a embreagem computadorizada. O equipamento permite que o deficiente dirija um carro manual graças a um sensor que aciona a troca com o toque das mãos. “Procuro um carro espaçoso e confortável. Andar de ônibus em São Paulo é muito difícil. Às vezes não consigo sequer chegar ao ponto de ônibus”, diz. 

Reatech
Com entrada gratuita, a Reatech estará aberta ao público neste fim de semana das 10h às 19h. Com atrações como cinema para deficientes visuais, terapia com animais e atividades esportivas, os organizadores da feira esperam receber um público de 40 mil pessoas.

No evento também é possível conferir o trabalho de instituições filantrópicas, como a Fundação Dorina Nowill e as belíssimas telas pintadas por artistas do grupo “Pintores com a boca e os pés”.

Integrante da associação, Etedsued Pereira Carvalho, de 49 anos, tinha 36 quando foi atropelado na porta de casa. Tetraplégico, o ex-caminhoneiro encontrou na arte uma nova profissão. Hoje, com a boca, ele traça linhas de um futuro promissor.

VIII Reatech - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade
Data: de 2 a 5 de abril
Local: Centro de Exposições Imigrantes
Endereço: Rodovia dos imigrantes – km 1,5
Horários: de quinta à sexta (das 13h às 21h); aos sábados e domingos (das 10h às 19h)




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