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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Aldemir Bendine assume presidência do BB com contrato de gestão

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou no início da tarde desta quarta-feira o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, como o novo presidente da instituição, destacando que ele assume o cargo com um contrato de gestão.


Entre seus compromissos estão aumentar o volume de crédito a ser liberado pelo banco e melhorar a concorrência entre bancos, o que deixa implícita a necessidade de reduzir as taxas de juros cobradas pela instituição.

Bendine substitui Antônio Francisco Lima Neto, cuja saída do cargo foi anunciada na manhã desta quarta-feira, em meio à pressão do governo pela queda dos juros. Conforme antecipado pelo colunista Ancelmo Gois na edição do dia do jornal "O Globo", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria insatisfeito com a lentidão na queda das taxas cobradas pelo banco.

Diante da notícia da mudança da presidência do BB, a cotação dos papéis da instituição desabou nesta quarta-feira (clique aqui e acompanhe o dia na Bovespa) , com os investidores temendo que a intervenção do governo na administração do banco prejudique seus resultados. A ação ON do BB despencou 8,15%, a R$ 17,35, a maior queda do Ibovespa.

Lima Neto permanece no cargo até 22 de abril e a posse de Bendine será no dia 23.

Durante entrevista coletiva esta tarde, quando Mantega foi questionado se o contrato de gestão do novo presidente do BB incluiria o compromisso de reduzir as taxas de juros cobradas pelo banco, o ministro não respondeu de forma direta, mas deu a entender que diminuir o spread bancário (diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação dos recursos e a taxa repassada ao consumidor) faz parte dos compromissos de Bendine.

- Vamos aumentar o volume de crédito, ter mais clientes. Em troca, vamos oferecer taxas menores. Mas não posso falar muito sobre isso ou a concorrência privada vai reclamar que estou fazendo propaganda - brincou. 

Ministro diz que banco continua administrado com responsabilidade
Segundo Mantega, o novo presidente terá os objetivos de implementar políticas mais agressivas que vão aumentar o volume de crédito a ser liberado, de ampliar a concorrência - que é " incipiente e insatisfatória " - e incorporar novos clientes.

- Tudo isso com segurança e responsabilidade, e ao mesmo tempo ousadia. Vamos manter a prática de excelência e segurança, porém vamos ser mais ousados, para disputar mercado e ver se com isso os outros bancos também baixem os juros. Os bancos não vão ter perda de rentabilidade, porque aumentará o volume de crédito - disse o ministro.

- Fizemos muito e ainda podemos fazer mais, e é isso o que esperamos do novo presidente do banco - prosseguiu Mantega.

Questionado sobre a atuação da Caixa Econômica Federal, Mantega descartou mudanças na instituição.

- Não está se cogitando nenhuma mudança na Caixa Econômica Federal.

O executivo demissionário, Antonio Francisco de Lima Neto, " completou um ciclo muito bem sucedido" , afirmou Mantega. O ministro disse que Lima Neto vinha anunciando sua disposição de deixar o cargo " há algumas semanas " e negou haver ingerência política ou partidária na mudança de cadeiras dentro do banco.

- Isso é bobagem. Não me pauto por isso - declarou Mantega.

Bendine, por sua vez, disse não ser filiado ao PT.

Questionado sobre o compromisso de corte dos juros, Bendine disse que a queda do spread será compensada com aumento do volume de crédito.

- Estamos em uma economia cada vez mais sólida. Do ponto de vista de rentabilidade, vamos combater a queda do spread com aumento do volume (de crédito) - disse o novo presidente do Banco do Brasil.

O ministro disse que irá convidar Lima Neto para outra posição dentro do conglomerado do BB. Ressaltou que sob o comando do executivo, funcionário de carreira do banco, a instituição continuou a ser uma das maiores do Brasil.

Ao lado de Mantega, Lima Neto negou acusações da oposição no Congresso de que teria excedido os poderes que a Medida Provisória o concedeu para a aquisição de carteiras de crédito e de bancos.

- É a primeira vez que ouço isso. Não temos nada que dê sinal amarelo de falhas na aquisição de carteiras - afirmou.

- A aquisição de carteiras é um negócio para o banco, e foram excelente negócio para o Banco do Brasil, sem possibilidade de ter irregularidades - acrescentou, destacando que o banco tem critérios severos de crédito e "todas as operações obedeceram a metodologias adequadas".

O ex-presidente do BB disse ainda que apesar de ter pedido para deixar o cargo, sai "satisfeito de ter concluído passos importantes para o crescimento do Banco do Brasil".

Lima Neto negou ainda pressão por juros e destacou que seu período na presidência do banco foi pautada por profissionalismo e negou que sua saída tenha ocorrido por problema de gestão.

- Não houve pressão. Entendo que de fato terminamos um ciclo. A aquisição da Nossa Caixa foi importantíssima, a presença do BB foi reforçada no estado de Minas Gerais e reformamos os resultados para o futuro. É um ciclo que se completa e temos que seguir adiante - disse Lima Neto, ao lado de Mantega.

A indicação do Aldemir Bendine, segundo Lima Neto, está "na linha de tradição do banco".

Lula se diz obcecado com a redução do spread
Mais cedo, Lula havia confirmado a saída de Lima Neto da presidência do BB.

- A informação que eu recebi do ministro (Guido Mantega) ontem é que ele (Lima Neto) queria sair -disse Lula a jornalistas, sem informar quem assume o comando do BB.

O presidente falou ainda que está obcecado com a redução do spread bancário e criou um grupo de trabalho dentro do governo apresentar uma proposta sobre o assunto.

- A redução do spread bancário neste momento é uma obsessão minha. Nós precisamos fazer o spread bancário voltar à normalidade no país. O Guido Mantega ( ministro da Fazenda) sabe disso, o Banco Brasil sabe disso a Caixa Econômica e o Banco Central também sabem disso - disse Lula na saída do encontro nacional de comunicadores.

- Não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no Brasil de julho para cá. Estamos numa fase que Banco Central e Ministério da Fazenda estão fazendo isso. Quem tem bancos públicos pode começar com essa tarefa de reduzir a taxa do spread bancário - acrescentou.

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