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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Saiba quais são as alternativas para quem não consegue quitar o carro

Ao somar as parcelas do financiamento do carro, do seguro e do IPVA, mais todas as despesas de manutenção de um veículo como revisão, combustível, lavagem, entre tantas outras, o consumidor pode chegar a um gasto bem acima daquele planejado, quando decidiu adquirir o bem.

Ao somar as parcelas do financiamento do carro, do seguro e do IPVA, mais todas as despesas de manutenção de um veículo como revisão, combustível, lavagem, entre tantas outras, o consumidor pode chegar a um gasto bem acima daquele planejado, quando decidiu adquirir o bem. Com o orçamento ‘estourado’, as chances de não conseguir pagar o financiamento são grandes. E o que fazer? Segundo os especialistas, antes de ficar inadimplente, o consumidor deve tentar renegociar a dívida e mudar os hábitos de compra.


“Quando o consumidor compra o automóvel financiado, ele não tem noção que vai ficar num prazo longo sem poder comprar nas ‘datas do comércio’, que são Natal, Páscoa, Dia das Mães etc. Comprar em longo prazo exige uma disciplina muito grande. Então, o primeiro passo é renegociar a dívida e mudar os costumes”, diz o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida.

E controlar os gastos significa também fugir do apelo mercadológico das compras a prazo, justamente o que alavancou as vendas da indústria automobilística nacional de 2006 até meados de 2008, quando a crise financeira internacional atingiu o país. Com o receio do aumento da inadimplência, os bancos limitaram a liberação de crédito, mas até então, os prazos de financiamento praticados no setor chegaram a 84 meses, ou seja, sete anos.

Segundo o assessor jurídico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Diegues, pode ser difícil conseguir renegociar o débito com o credor, mas não é impossível. “O banco pode preferir facilitar o pagamento do que deixar de receber, o que pode ser um bom negócio para os dois lados”, observa Diegues. Porém, o assessor do Idec destaca que a renegociação, assim como assumir outro financiamento para pagar a dívida, está sujeita à cobrança de juros mais altos - o crédito fica mais caro.

Por esse motivo, o Idec também aconselha a pessoa em dificuldade a tentar vender o automóvel para alguém que consiga assumir a dívida. Difícil é achar quem possa arcar com o compromisso.

O assessor jurídico do Idec, Marcos Diegues, alerta ainda para as compras de veículos por meio de financiamentos chamados de “alienação fiduciária”. No caso, o banco paga parte do valor e o carro só será de propriedade do comprador quando este terminar de pagar as parcelas. “No caso de uma pessoa, por exemplo, que em um carro de R$ 20 mil, pagou R$ 10 mil de entrada e financiou o resto, ela terá na verdade uma dívida de R$ 15 mil por causa dos juros. Ela recebe o carro e não tem a propriedade dele: fica alienado ”, ilustra Diegues.

Caso o consumidor deixe de pagar uma parcela e não consiga renegociar a dívida, o banco se apropria do carro e tenta vender por meio de leilão. “O banco usa o dinheiro para quitar a dívida, mas dificilmente consegue vender o bem pelo valor que cobra”, ressalta Diegues. Isso significa que o consumidor perde o carro e continua a dever para o banco. “E para reformular esta dívida, o consumidor tem que recorrer a outro financiamento”, ressalta.

Mais de uma dívida

Mesmo com a dívida do carro renegociada, o assessor econômico da Serasa alerta para as conseqüências que um financiamento mal planejado pode trazer. “O consumidor inadimplente não fica em uma dívida só. Se ele tem dificuldade de pagar o carro, acaba fazendo compras com o cartão de crédito. Com dificuldade para pagar os dois, vai para o cheque especial”, afirma Carlos Henrique de Almeida.

Segundo ele, o cheque especial é a carteira que mais cresce dentro do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). De acordo com a Serasa, no primeiro bimestre o cheque especial acumulou alta de 8,9%. “Cheque especial é um produto para emergência, não para complementar salário. Mas este aumento é um indicativo de que as pessoas têm 'pagado dívidas com dívida' ou o cheque especial tem complementado o salário de forma direta”, observa o especialista.

Observar os gastos e fazer a projeção da renda para os próximos meses é importante para buscar a renegociação do débito antes de ficar inadimplente. ‘Ter o nome sujo na praça’ significa portas fechadas para a obtenção de crédito. “O consumidor precisa ter a cultura de que constrói sua historia de crédito”, alerta Almeida.

Por outro lado, quem quita a dívida antecipadamente tem direito a um desconto proporcional aos juros cobrados. “Se você perdeu o emprego, mas tem dinheiro guardado e quita antes acaba tendo esta vantagem”, diz Marcos Diegues, do Idec.

Inadimplência no setor de veículos

De acordo com a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o índice de inadimplência acima de 90 dias nos financiamentos de veículos, por meio de CDC, chegou ao patamar de 4,7% em janeiro deste ano ante 3,1% de janeiro de 2008. Já os planos máximos de financiamento oferecidos pelas financeiras caíram de 84 meses em janeiro de 2008 para 60 meses em janeiro deste ano.

Como o índice de inadimplência no setor está abaixo da média de todos os bens que, segundo o Banco Central, foi de 8,3% no período, as financeiras e montadoras consideram o nível de débitos “sob controle”. No entanto, segundo os especialistas, quem deve ficar atento são os consumidores. Principalmente, porque o apelo do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode “iludir” quem pretende apertar o orçamento para realizar o sonho da compra do carro novo. "O grande risco é o prazo", destaca Almeida.

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