A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as ligações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários pediu cópias de todos os contratos celebrados entre o governo do Estado de Mato Grosso com a empresa Delta. A decisão consta de uma série de requerimentos aprovados nesta terça-feira (14.8) pelos membros da Comissão.

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O governo e a Delta têm 15 dias para apresentar cópías dos contratos à CPI. Também foram solicitadas cópias de contratos entre o governo estadual e a JM Terraplanagens e a Rio Tocantins, empresas apontadas como laranjas da Delta em suposto esquema comandado por Cachoeira.

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Os contratos com a Delta foram celebrados entre 2010 e 2011 pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) para aluguel de carros e viaturas e totalizaram R$ 14.260.152.

Também formalizaram contratos o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Casa Militar e o gabinete do vice-governador. Os dados foram levantados pelo Diário no Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças), do governo do Estado.

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Prevendo problemas futuros, o governador Silval Barbosa (PMDB) solicitou em abril ao conselheiro José Carlos Novelli, do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), a criação de uma força-tarefa unindo seis relatorias para fazer uma ampla auditoria nso contratos do governo com a empresa.

Também a pedido do governador, a Auditoria Geral do Estado (AGE) abriu procedimento para analisar minuciosamente o contrato firmado com a Sesp e determinou a suspensão do processo de criação da Loteria do Estado de Mato Grosso (Lemat) após a Polícia Federal ter flagrado que a Lemat interessava ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Obras federais
A Delta Construções ainda executou obras federais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso, como as de duplicação e reparos das BRs 163, 364 e 070. O valor contratado chegou a R$ 39,6 milhões. a Delta foi contratada por R$ 12,5 milhões pelo Dnit para reparos em 125 quilômetros da BR-364.

A Controladoria Geral da União (CGU) divulgou no mês de abril um relatório que cita Mato Grosso como um dos Estados que possuem contratos com irregularidades em obras tocadas pela empreiteira. O principal problema detectado pelos auditores da CGU foi sobrepreço de R$ 6,8 milhões em serviços de manutenção em trechos das rodovias.

Em setembro de 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o bloqueio de R$ 9.980.673,88, que seriam destinados ao pagamento de serviços de manutenção rodoviária da BR-364, licitados pela superintendência do Dnit em Mato Grosso, após detectar superfaturamento nas obras.

Dentre os problemas detectados estão superfaturamento decorrente de quantitativos inadequados e oriundos de preços excessivos frente ao mercado, além da execução de serviços com qualidade deficiente.

A empresa também detém contrato para a coleta de lixo urbano com a prefeitura de Cuiabá. Os membros da CPI também debateram a importância de estender as investigações sorbe o alcance dos contratos entre a Delta e os demais estados e prefeituras.