A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, instalada no Congresso Nacional para apurar as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados, deve ouvir o depoimento de Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) no dia 28 deste mês. 

“Houve por parte de Pagot algum tipo de declaração que envolvia a sua posição no Dnit com a empresa Delta. Ao acusador cabe inicialmente o direito de se manifestar, por isso iniciaremos pelo depoimento de Pagot”, disse Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPMI, em referência à mudança de datas. A comissão havia anunciado que ouviria o dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, no dia 28 – o depoimento foi transferido para o dia 29.

Pagot é alvo de 4 requerimentos apresentados à CPMI do Cachoeira

“Essa CPI é diferente. Nessa CPI, os depoimentos não têm tanto valor quanto as provas técnicas. O Cavendish tem uma posição no processo diferente de outros, que virão como agentes colaboradores. E, nessa condição, eles podem ajudar muito”, disse Rêgo, sobre a importância do depoimento de Pagot.

A comissão pretende ouvir também Adir Assad (dono da empresa Rock Star, que recebeu recursos da Delta) e Paulo Vieira Souza (ex-diretor da Dersa, que tinha contratos com a Delta) nos dias 28 e 29, respectivamente.

Pagot chegou a se colocar à disposição da comissão para contar o que sabe sobre os contratos do Dnit com a construtora. Ele chegou ao departamento em 2007 por indicação do então governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). No governo de Maggi, comandou as pastas de Infraestrutura, Casa Civil e Educação.

Contratos -- Os governos dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins e do Distrito Federal deverão mandar à CPMI informações sobre contratos com a Delta Construções. Vital do Rêgo afirmou ao Olhar Direto que não há previsão de quanto tempo durará a análise dos documentos pela comissão.