O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afirmou há pouco -- em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, instalada no Congresso Nacional -- que o deputado federal Wellington Fagundes (PR), de Mato Grosso, atuava de forma zelosa em relação às obras do estado e também às conduzidas pela construtora Delta.

A declaração ocorreu em resposta a questionamento do senador mato-grossense Pedro Taques (PDT) sobre a atuação de parlamentares junto à autarquia. A assessoria de Fagundes informou que Pagot não disse "nada de novo". 

 Em entrevista à revista Época em abril deste ano, Pagot apontou Fagundes como a pessoa que mais defendia a Delta. Segundo ele, o deputado federal "fez pressão para que o Dnit diminuísse o rigor no episódio em que se decidiu pelo desmanche dos trechos da BR-163 (Serra de São Vicente-MT) que estavam com a camada de concreto fora das especificações; Wellington cobrava celeridade na obra; ele não disse, mas obviamente estava lá por interesse da Delta".

Requerimento

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou ao Olhar Direto que vai providenciar um requerimento solicitando que Fagundes compareça à comissão. De acordo com Rodrigues, ele e o também senador Pedro Taques (PDT) vão apresentar um requerimento para a convocação do deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP). Em relação a Fagundes, Taques informou ainda vai refletir sobre a questão. Ao Olhar, a assessoria de  Fagundes disse que o deputado prestará depoimento à CPMI se for convocado ou convidado. 

Pagot assumiu o cargo de diretor-geral do Dnit em 2007 e foi afastado em 2011, após denúncias de irregularidades. Na época, o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, também deixou o cargo e se abriu uma crise política entre o PR e a presidente Dilma Rousseff. Escutas telefônicas da Polícia Federal revelaram que o contraventor Carlinhos Cachoeira teria articulado contra Pagot por ter contrariado interesses da construtora Delta.


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