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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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CPMI do Cachoeira

Para Pedro Simon, Luiz Pagot perdeu a oportunidade de se tornar herói

Foto: Reprodução

Para Pedro Simon, Luiz Pagot perdeu a oportunidade de se tornar herói
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta terça-feira (28) que Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) poderia ter se tornado herói nacional se tivesse revelado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira o que realmente sabe sobre supostas irregularidades envolvendo governo e empresas. “O senhor perdeu a chance”, disse. Pagot prestou depoimento hoje por mais de oito horas, no Congresso.


“O momento de ele ter falado era lá atrás, quando estava enfurecido. Agora, as coisas esfriaram. Atualmente, ele presta consultoria para empresas que querem ficar bem com o governo (federal). E a comissão decidiu focar nas mulheres do Cachoeira. Na verdade, a Câmara e o Senado perderam a personalidade e não têm competência para investigar corruptores. Com o PT no governo, temos uma comissão de faz de conta”, disse Simon, que não integra a CPMI. “Uma estrutura -- a máquina do governo -- foi colocada em cima de Pagot”, complementou.

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Pagot não quis comentar o discurso de Simon e saiu da sala em que ocorreu a reunião da comissão sem conceder entrevista. “Se ele (Pagot) não vem, somos criticados. Se ele vem e não fala o que era esperado, também somos criticados”, disse o deputado federal Odair Cunha (PT-MG), relator da CPMI. O também deputado petista Paulo Teixeira (PT-SP) disse que “não parece que Pagot tenha se omitido”. “Ele pôde falar tudo o que queria. Não forneceu somente o nome de uma pessoa”.

Para o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Pagot cometeu ao menos dois crimes durante o período em que comandou o Dnit: tráfico de influência e improbidade administrativa porque procurou representantes de empresas que tinham contratos com o departamento para pedir ajuda para a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República em 2010. “Apenas não se estabeleceu as quantias (a serem doadas pelas empresas). Ele enviou boletos (para que as empresas efetuassem as doações). Certamente as empresas entenderam o recado. Talvez tenha ocorrido até prevaricação”, disse Lorenzoni.

Acareação 

A senadora licenciada Idelli Salvatti (ministra das Relações Institucionais), que disputou o governo de Santa Catarina, seria uma das três figuras que procurou Pagot em 2010 para pedir a indicação de empresas que pudessem colaborar com campanha. Na época, ela disputava o governo de Santa Catarina. Hoje, ela emitiu nota negando que tenha procurado Pagot com tal finalidade. Já o ex-diretor disse que aceita uma acareação com a ministra. Além de Salvatti, segundo Pagot, o deputado federal José de Filippi (PT-SP), ex-coordenador de arrecadação da campanha de Dilma Rousseff, e o ex-ministro Hélio Costa (Comunicações) o procuraram para pedir indicação de empreiteiras que poderiam fazer doações para campanhas.

Aditivos 

Pagot negou que aditivos a obras tocadas pelo Dnit passavam de 25% do valor original dos contratos, limite previsto na lei de licitações (8.666/ 93). “Há diferença entre aditivos e mudança de escopo. E aditivos precisam ser aprovados por uma série de instâncias. Se houvesse aditivos acima de 25%, teríamos sido apenados pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União. Todas as empresas registraram crescimento, não apenas a Delta (construtora ligada ao contraventor Carlos Cachoeira), pois havia um acréscimo de obras na praça. Algumas reduziram sua participação por conta da fiscalização imposta”.

Propina 

Pagot negou ter cobrado pedágio de 5% para continuar projetos de empreiteiras junto ao órgão. “Eu não mencionei, não mencionaria e não fiz cobrança de percentual a empresas”, disse. Ele afirmou que a questão foi analisada pela CGU, que o processo foi “esmiuçado” e que nada de anormal foi encontrado.

Demóstenes Torres

O ex-diretor do Dnit disse ter participado de dois jantares na casa de Demóstenes Torres, senador cassado por ter colocado o mandato a serviço do bicheiro Carlos Cachoeira. O primeiro ocorreu no final de 2010. O segundo, em fevereiro do ano seguinte, contou com a presença dos diretores da Delta, entre eles o dono da empreiteira, Fernando Cavendish. “Causou-me estranheza a presença dos representantes da Delta”, disse Pagot, relatando que Torres o convidou para uma conversa reservada e disse que precisava pagar dívidas com a Delta (dívidas que seriam referentes ao apoio recebido em campanha eleitoral). "Respondi que não podia atendê-lo, que não poderia ir ao mercado e dizer: 'reserve uma obra à Delta'”, complementou.

PSDB 

Pagot minimizou as supostas acusações que fez sobre o desvio de recursos públicos para campanhas eleitorais do PSDB. “Depois que eu tinha negado o aditivo (para uma obra do Rodoanel, em São Paulo), no final de 2010, estava em um restaurante e um conhecido meu que trabalha em uma empresa me advertiu de que o aditivo tinha finalidade de contribuir com as campanhas de Serra, Alckmin e Kassab. Ao dizer isso para o repórter [da revista IstoÉ], eu ressaltei que era uma conversa de bêbado em botequim, que não dava para provar. Posteriormente, o repórter usou as palavras que quis”.
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