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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Turismo

Parque de diversões da Alemanha Oriental atrai curiosos da Guerra Fria

No meio da floresta de Plänterwald, em um dos bairros esquecidos no leste de Berlim, está escondido um dos tesouros mais valiosos da época da Alemanha dividida: o Spreepark.


Enferrujando entre árvores e lama, dinossauros e barcos em formato de cisne são alguns dos poucos sobreviventes do que já foi um dos mais populares parques de diversão de Berlim Oriental. Fechado para visitantes desde o início dos anos 2000, o lugar hoje atrai um misto de curiosos e nostálgicos da época da Guerra Fria.
Aberto em 1969 pela família alemã Witte, o parque era um dos principais pontos de entretenimento do lado leste do muro que dividiu Berlim durante quase três décadas.

Nos anos 90, porém, enquanto a Alemanha trabalhava em sua reunificação e o lado ocidental apresentava um universo de opções de diversão antes inexistentes no lado oriental, o Spreepark entrou em decadência.

"O número de visitantes caiu e o dinheiro foi acabando", explicou à BBC Brasil o administrador do local, Gerd Emge. Como consequência, o parque acabou fechando em 2001, deixando suas atrações abandonadas a céu aberto.

Pouco depois, a família dona do local foi envolvida em um episódio polêmico, quando o patriarca e um de seus filhos foram presos tentando contrabandear para a Alemanha 167 quilos de cocaína dentro de uma atração para o parque chamada "Tapete Voador".
Nostalgia
Quase 25 anos se passaram desde que o muro que dividia a capital alemã foi derrubado. A nostalgia pelos tempos da Alemanha Oriental, no entanto, é intensa entre a população, e pesquisas de opinião mostram que muita gente ainda sente falta daquela época.

Esta foi a motivação de Emge quando, há oito anos, ele decidiu organizar um passeio guiado, de trem, pelo parque - caminhar pelas ruas de pedra do Spreepark não é considerado seguro, já que muitos brinquedos têm suas estruturas apodrecidas e enferrujadas.

O passeio, que custa 15 euros por pessoa, acontece duas vezes por dia apenas durante os finais de semana e tem atraído um público cada vez maior interessado em conhecer de perto as relíquias de um passado não tão distante assim. "Aqui é o último paraíso da RDA (República Democrática da Alemanha)", disse Emge. De acordo com ele, cerca de 300 pessoas passam por ali todos os sábados e domingos.

Nos últimos anos, o futuro do parque vem sendo discutido entre os administradores e as autoridades da cidade de Berlim. Muitos investidores --entre eles um grupo que controla parques de diversão na Bélgica-- já manifestaram interesse em assumir as rédeas do Spreepark. No entanto, nenhum acordo prosperou. Muito é especulado sobre o que poderia ser feito no terreno onde hoje estão os brinquedos do finado Spreepark. Uma das hipóteses mais controvertidas seria o possível plano para o desenvolvimento de um projeto imobiliário no local.

Para Emge, a causa é política: "Se temos interessados em assumir o terreno para que o parque volte a funcionar, por que nada foi decidido ainda?". O Senado de Berlim, responsável pelo governo da cidade, não comenta o caso, e um pedido feito pelo Partido Pirata para revelar os detalhes do contrato não teve resposta.
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