O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) leu no início da tarde desta segunda-feira (16) a
carta de renúncia do ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT), preso em Brasília (DF) desde a última sexta-feira (13) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do processo do mensalão.
Com a leitura da carta em sessão do plenário, a Câmara dos Deputados oficializa a saída de Henry do cargo, que
renunciou ao mandato de deputado na sexta, antes da prisão. Se não tivesse renunciado, ele teria de enfrentar um processo de cassação. Isso porque a Câmara considera ser responsável pela palavra final nesse tipo de situação, apesar do STF ter dito que a perda do mandato deveria ser automática. No documento, o ex-parlamentar afirmou ter sido absolvido pela sociedade mato-grossense.
Henry citou ter sido reeleito em 2006 e em 2010, quando conquistou o quarto e quinto mandatos consecutivos de deputado federal, respectivamente. No pleito de 2006, ele já tinha sido acusado de envolvimento com o mensalão e com a máfia das ambulâncias. Ele também mencionou que enfrentou dois processos de cassação, mas que foi absolvido em ambos.
Na carta, o pepista declarou que não há provas cabais do envolvimento dele com o esquema (mensalão). Ele não terá direito à aposentadoria da Câmara. A defesa já pediu ao STF transferência para que ele cumpra a pena (em regime semiaberto) em uma unidade prisional em Mato Grosso, trabalhando durante o dia.
“Meu sentimento é de dever cumprido para com os mato-grossenses. A sociedade do estado sabe dos benefícios que consegui arrastar para alavancar o seu desenvolvimento e manifestou isso nas sucessivas eleições e nas inúmeras honrarias concedidas durante esses anos de atividade política”, consta da carta, encaminhada à presidência da Câmara na última sexta.