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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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TERRA PROMETIDA

MST pede investigação em Rosário, denuncia envolvimento de políticos e 'violência' dos barões do agronegócio

Foto: Reprodução/24Horas News

Gleba Marzagão, em Rosário Oeste, que segundo o MST é ocupada por políticos e barões do agronegócio

Gleba Marzagão, em Rosário Oeste, que segundo o MST é ocupada por políticos e barões do agronegócio

A operação ‘Terra Prometida’, que desmantelou uma quadrilha acusada de cometer crimes de invasão e venda de terras públicas no município de Itanhangá, desencadeada pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (27), acendeu o sinal de alerta para o intenso conflito agrário que existe em Mato Grosso. Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Estado de Mato Grosso (MST-MT) manifestou apoio à ação da PF e da Justiça Federal, mas denunciou o envolvimento de mais políticos graúdos em esquemas de grilagem de até 3 milhões de hectares em todo o estado.


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“O MST vem a público reconhecer a importante ação da Polícia Federal e da Justiça Federal para desmontar o esquema mafioso e criminoso que o agronegócio executa em Mato Grosso para grilar terras públicas da União e terras devolutas do estado”, diz o início da nota assinada pela Direção Estadual do movimento.
 
Em entrevista ao Olhar Direto, o diretor do MST, José Vieira de Souza, o Zezão, afirmou que milhares de hectares de terras públicas estão sendo invadidas por grandes produtores rurais e políticos. A denúncia principal é da ocupação ilegal e violenta na Gleba Marzagão, no município de Rosário Oeste.
 
“Pelas informações que recebemos, ali são 78 mil hectares de terras da União ocupadas pelo Rei da Soja e por políticos do DEM e PSD. O Incra até tenta intervir, mas a força política é mais forte”, disse Zezão. Segundo o diretor, o agronegócio se utiliza ainda de violência contra as minorias no campo para ganhar o direito pela terra.
 
“O agronegócio se utiliza das mais variadas formas de violência física e psicológica contra os mais distintos povos do campo (pequenos agricultores, quilombolas, indígenas) para avançar sobre os territórios. O MST sempre foi contra a venda de lotes da Reforma Agrária e sempre denunciou essa prática.. O estado não tem nenhum proprietário com mais de 100 mil hectares de terras registrado em seu nome; porém, os reis da soja plantam mais de 200 mil hectares, alegando serem ‘terras arrendadas’. Muito estranho com esse boom da soja os proprietários preferirem arrendar suas terras ao invés de produzir”, afirma a Direção do MST na nota.
 
Zezão lamentou que os sem terra passem em média 8 anos esperando a regularização fundiária de uma área. “Nosso povo Sem Terra, os verdadeiros beneficiários da Reforma Agrária, estão passando em média oito anos em acampamentos na beira de estrada para conseguir um lote de 20 hectares, enquanto os barões da soja se apropriam de forma criminosa de dezenas de milhares de hectares, utilizando-se até de assassinatos”, denunciou o líder do movimento.
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