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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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fora da festa

Licenciado na votação do impeachment, Ezequiel votaria pelo “sim” e diz que “não adianta ter uma democracia quebrada”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Ezequiel Fonseca aposta no impeachment como chance para recuperar economia do país

Ezequiel Fonseca aposta no impeachment como chance para recuperar economia do país

O deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) estava licenciado no dia 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados aprovou a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Todavia, se tivesse votado, o placar teria continuado igual. O voto do suplente, José Augusto Curvo (PSD), o Tampinha, foi “sim”, pela abertura da ação de impedimento, assim como seria o de Fonseca.


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“Infelizmente, eu gostaria de ter votado até porque seria uma marca para meu mandato de deputado federal. Porém, o deputado Tampinha, que me substitui, fez o dever de casa. Nós conversamos muito sobre isso e ele já tinha uma visão [a mesma visão eu a minha] e deu um voto a favor do impeachment”, comentou o parlamentar, em entrevista ao Olhar Direto.

Fonseca conta ter conversado várias vezes com Tampinha antes da votação e que ambos estavam alinhados no voto. Mas, apesar de dizer que votaria pela abertura do processo de impeachment, Ezequiel não acredita que a presidente cometeu um crime de responsabilidade fiscal nas chamadas “pedaladas fiscais”. O impedimento seria uma possibilidade de mudar o comando o país e assim conseguir recuperar a economia.

“Eu não diria que houve crime de responsabilidade daquilo que foi colocado. Acho que problema é que o país esta passando por muita dificuldade e há um desgaste político muito grande. Não apenas no PT, mas em todos os partidos políticos, e eu penso que já foram 13 anos (do PT à frente do Brasil), já está indo para 14 anos. O Brasil não está acostumado com isso, a um período tão grande", observou ele. "Estamos vendo a economia que vai de mal a pior, a crise política que não acaba e o Brasil precisa andar. Talvez esse impeachment seja a solução para zerar essa questão e reiniciar o desenvolvimento do Brasil novamente e a recuperação da economia”, argumentou Fonseca.

Isso porque para ele “não adianta ter uma democracia quebrada”. Questionado sobre os riscos de se cassar o mandato de um presidente sem um devido crime para justificar um impeachment, o parlamentar afirmou que essa questão será vista com cuidado e preservada, mas pontuou como prioridade o resgate da economia.

“Pior do que tudo isso é deixarmos o Brasil quebrar. Da questão democrática vamos cuidar. O Brasil, os brasileiros sabem o quanto é bom a democracia, mas não podemos fazer uma democracia quebrada. Precisamos conversar a democracia, mas precisamos também dar um passo para frente. Qual será a democracia depois de estarmos todos quebrados: O Rio de Janeiro já não consegue pagar os aposentados, aqueles que trabalharam e contribuíram tanto. Antes de perdermos o regime, precisamos cuidar dos brasileiros.”

Fora da festa

Enquanto José Augusto Curvo foi o único deputado de Mato Grosso a votar tanto no impeachment de Fernando Collor de Melo, em 1992, Ezequiel Fonseca acabou como o único parlamentar titular de Mato Grosso a ficar de fora da atual votação. O parlamentar do Partido Progressista diz que até tentou voltar para votação, mas foi impedido pela burocracia e liturgia do cargo.

“Eu me licenciei no dia 18 de janeiro por motivo de doença, de saúde, e acabei ficando fora, justamente porque é uma licença de 121 e o deputado não pode retornar. Se eu fosse secretário, ministro, eu poderia voltar. Mas com esse tipo de licença eu não pude voltar para votar”, contou.

Na ausência de Ezequiel, Tampinha foi um dos parlamentares com um os votos mais incomuns dentre todos os parlamentares. Além de oferecer aquele momento à família, inclusive aos já falecidos filhos, ele também dedicou o voto “sim” ao governador Pedro Taques (PSDB), de quem foi companheiro no PDT e seguiu fiel após as mudanças partidárias.

Se por um lado isso tira de Ezequiel uma “marca histórica”, também o livrou de ter participado de uma sessão comparada a um “circo” por jornais internacionais, como o “El País”, ou “uma noite sombria”, segundo o “The Guardian”.  A votação teve momentos cômicos, como um deputado que disparou uma arma de confetes, bem como controversos, como o em que Jair Bolsonaro (PSC-RJ) homenageou um coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI durante a ditadura militar, que famoso torturador desse período.
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