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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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de madrugada

Blairo dá “voto decisivo” e Dilma é afastada da presidência para prosseguimento de impeachment no Senado

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Os três senadores de Mato Grosso

Os três senadores de Mato Grosso

Todos os senadores de Mato Grosso, Blairo Maggi (PP), José Medeiros (PSD) e Wellington Fagundes (PR), votaram a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Às 3h07 da madrugada de quinta-feira (12), Maggi foi o 41º a declarar voto a favor do impedimento, número necessário para garantir o afastamento da petista e o seguimento do processo no Senado. A votação de fato, feita em painel eletrônico, foi realizada às 5h20, mais de 20 horas após início da sessão.


“Nós apenas estamos abreviando um processo que naturalmente, se não fosse o processo de impeachment, aconteceria em 2018. (...) Meu voto, teoricamente, é o de número 41. Teoricamente, já aconteceu, nós temos o afastamento da presidente para processar o impeachment”, discursou Blairo Maggi.

Ao total, 55 senadores votaram pela admissibilidade do processo, enquanto 22 se posicionaram contra. Com esse resultado o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumirá interinamente até o final do julgamento, o qual tem prazo máximo de 180 dias para acontecer. As previsões são de que ela se manifeste às 10h da manhã desta quinta-feira (12) em uma coletiva de imprensa que será realizada após a divulgação de um vídeo nas redes socais. Já pela tarde, por volta das 15h, acontecerá a entrada de Temer no Palácio do Planalto.

Medeiros

O primeiro senador da bancada estadual a votar foi José Medeiros, o 2º a usar a tribuna para se posicionar no Senado, logo após Ana Amélia (PP-RS), a primeira a falar. Ele focou seu discurso em desconstruir a bandeira do PT, a de que o impeachment de Dilma Rousseff se trata de um golpe, bem como criticou a negociação de cargos feito pela presidente afastada em troca de uma base de sustentação no Congresso.

“Esse discurso de golpe apenas demonstra um novo episódio de irresponsabilidade institucional do governo, que prefere inflamar aqueles que ainda lhe apoiam, ao invés de buscar acalmar os ânimos e debater com substância o mérito das imputações”, discursou.

“Sempre na linha de que os fins justificam os meios, tentou-se de tudo: foram liberadas emendas por decreto e a toque de caixa para a alteração da meta fiscal; organizou-se uma verdadeira dança das cadeiras no comando da articulação política; fez-se reforma ministerial por encomenda, com delivery de cargos à minguada base aliada”, completou.

Fagundes

Em um discurso moderado, sem críticas a administração de Dilma Rousseff e com elogios aos movimentos organizados contra e a favor do impeachment, Wellington Fagundes alertou para a necessidade da reforma política. Para ele, o fato de o executivo nacional ter o poder de fazer e, entretanto, não levar essas mudanças adiante tem levado a classe política ao desgaste perante a população.

“Nesse momento de crise, nossas respostas tem que se adequar a esse tempo de necessidade. O Brasil não pode parar. E esse Senado, pelo conhecimento e experiência dos nobres senadores, por ser a casa do diálogo e da moderação, tem reais condições de resgatar a esperança aos brasileiros de forma muito mais efetiva, garantindo assim a soberania popular.   Venho, portanto, fazer um apelo: precisamos nos dedicar às reformas com total prioridade. O cidadão nos cobra no dia-a-dia e até nos pergunta ‘por que vocês, os políticos, tanto falam delas e não as fazem? Isso tem levado a classe política a um descrédito que é muito ruim para democracia”, ponderou.

Fagundes ainda ressaltou a necessidade de revisão do Pacto Federativo e repetiu seu discurso municipalista a respeito da sobrecarga dos municípios em deveres, tendo a menor parte do orçamento. Por sim, criticou a morosidade do próprio Poder Legislativo. De acordo com ele, o Congresso precisa trabalhar mais, uma vez que, não importando quem seja o presidente, a crise deverá continuar. “Nossa crise é sobretudo política”.

Esse é o segundo processo de impeachment  em que Wellington Fagundes vota. No primeiro, de Fernando Collor de Mello, em 1992, estava na condição de deputado federal.

Maggi


Antigo aliado de Dilma, Maggi chamou governo de "cadáver insepulto"/Foto: Guilherme Alves Filho

O quadragésimo primeiro discurso com voto declarado a favor da admissibilidade do processo de impeachment foi do senador Blairo Maggi. O número significou que o alcance da maioria simples no Senado, o necessário para afastar a presidente Dilma Rousseff para dar seguimento ao processo de impedimento.

Maggi iniciou sua fala dizendo não se interessar pela discussão política ou jurídica, mas sim pelos resultados na economia nacional. O republicano afirmou que o Brasil desandou financeiramente por conta de mentiras para maquiar as contas públicas, com objetivo de levar Dilma Rousseff à reeleição em 2014.

Antigo aliado da presidente do PT, ele afirmou ser a favor do impeachment há tempos, para tentar recuperar o crescimento da economia. E, caso o governo conseguisse barrar o processo ainda na Câmara e então reorganizar a base aliada, ele e o restante da oposição deveriam ajudar, mas, como o impeachment passou pelos deputados federais e agora passa a ser admitido no Senado, os petistas não deveria ir às ruas conclamar a população.

“Meu colegas que defendem o não-impeachment se posicionam como alguém que vai para rua, alguém que vai infernizar a vida do brasileiro, alguém que vai fazer oposição responsável e também alguém que vai fazer oposição irresponsável. É isso que nós não podemos admitir. Temos que fazer nossos discursos, nossas brigas, dentro do parlamento. Não tem o direito, quem está sendo afastado do Governo, de provocar as ruas, de fazer baderna, de atrapalhar ainda mais a economia do país, de infernizar ainda mais a vida daqueles que estão com problemas, daqueles que precisam trabalhar e das empresas que precisam produzir para se salvar”, asseverou.

O senador ainda criticou o discurso que afirmou “dividir o Brasil”, que seria o argumento de que o impeachment é apoiado pela “elite branca”. Segundo ele, o PT tenta se apropriar dos trabalhadores, mas são os empresários quem mais fazem por essa classe, se auto incluindo como alguém que luta pelos operários por pagar bônus salariais e dar condições de trabalho aos funcionários da própria empresa.

“Aí ouço meus colegas que subiram na tribuna e tentam dividir o Brasil como se as pessoas pobres, os mais necessitados fossem propriedade do Partido dos Trabalhadores. Não é propriedade de vocês. Eu, como agricultor, como empresário, como político, também defendo trabalhador. E não defendo só no discurso, defendo na prática. Eu defendo fazendo, pagando bom salário, dando condição de trabalhar, pagando bônus para 100% das pessoas que trabalham na minha empresa. Isso é ajudar o trabalhador. E eu não quero que nada aconteça com os trabalhadores. Eu quero que o cidadão negro, o cidadão necessitado, possa pegar um avião e andar para onde quiser. Ora, como pode dizer que uma elite branca é contra isso, gente? Isso é querer dividir o país, querer se apropriar de uma coisa que não é de vocês. O Brasil é de todos nós”, completou.
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