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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Estudantes de Direito se mobilizam em ato por justiça após morte brutal de colega

Foto: Olhar Direto/ Reprodução

Estudantes de Direito se mobilizam em ato por justiça após morte brutal de colega
Em ato realizado na manhã desta quarta-feira (24), colegas da estudante de Direito Dinéia Batista, brutalmente assassinada por seu ex-companheiro no último sábado, 20, pediram justiça e alertaram mulheres sobre  a violência doméstica. Em frente à Faculdade Cândido Rondon (FCR), onde ela estudava, no Centro da capital, os alunos do sétimo semestre do curso estenderam uma faixa e distribuíram panfletos com informações sobre o caso. Inconformados, eles falaram sobre a falta de segurança no local e relataram que a mulher já havia sido agredida dentro da instituição.


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De acordo com eles, a FCR se negou a decretar luto após o assassinato e só passou a oferecer suporte psicológico à família depois que os estudantes cobraram por assistência. “Infelizmente não tem mecanismos que impeçam o acesso, ele entrava na faculdade facilmente. Poderia, já naquela época, ter acontecido aqui dentro. Já houve outro caso de um marido de uma aluna que entrou aqui armado atrás de outra pessoa, então nós também cobramos isso”, explica um dos organizadores, Pablo Leonardo Rosa.

A aluna Satome Outo também conta ter presenciado várias discussões entre o assassino, Wellingon Fabrício de Amorim Couto. “Ele vinha atrás dela aqui e ela falava pra ele ir embora, então a gente via.”

Lembrada como uma mulher guerreira, ela será homenageada pela turma na formatura, que acontecerá no final do próximo ano. “Evangélica, guerreira, sempre pregou o bem, o amor. Sempre foi companheira. Nós perdemos uma companheira, como se fosse uma irmã nossa. Ela sempre foi trabalhadora, agora que tinha conseguido um lote pra morar. Não tem uma virgula pra falar contra a pessoa dela”, disseram os colegas.

Pablo falou sobre os 25 casos de feminicídio no Estado e lembrou que vítimas de agressão ou ameaças podem procurar por assistência na própria instituição. “A gente pede para que todas procurem seus direitos e não retirem as medidas protetivas, porque muitos acusados se vestem em uma pele de cordeiro e depois voltam a fazer a mesma coisa. Então procurem assistência social, jurídica, para conseguir sair dessa situação. Caso alguma mulher esteja passando por isso, com medo, sem assistência jurídica, basta procurar a faculdade que vai dar esse apoio sem custo nenhum.”

Deste modo, foi reforçada a importância da conscientização. “Por isso queremos conscientizar a população sobre o perigo que correm as mulheres, não só pela Dinéia. Hoje nós vemos que em muitos casos a medida protetiva não é efetiva, porque se tivesse, ela estaria viva. Infelizmente, só depois que acontece que a sociedade se mobiliza. Isso poderia ter acontecido com qualquer uma.”



A manifestação se repetirá no final da tarde, quando um número maior de pessoas deverá ser mobilizado em uma caminhada até a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). “Já tínhamos conversado com a Faculdade para poder realizar o protesto, mas hoje decidiram dar atividade valendo nota e conteúdo de prova, pra impedir as pessoas de sair. O que parece é que eles não querem associar a tragédia ao nome da instituição, mas por volta das 18h, quando chega mais gente, estaremos aqui de novo”, explicou Pablo.

O caso

O corpo de Dinéia foi encontrado na manhã de sábado (20) com sinais de espancamento. Ela foi agredida com murros, lesionada na cabeça com um golpe de tijolo e estrangulada com um fio. O caso de feminicídio aconteceu no bairro Serra Dourada, por volta das 11h30 da manhã.

Welingon Fabrício era ex-presidiário e tinha sido condenado pelo assassinato de sua ex-companheira em 2011 a 17 anos por homicídio triplamente qualificado. Preso, Fabrício declarou  friamente que matou Dinéia por vingança após ser denunciado à polícia. 

A Faculdade

Por meio de nota a Faculdade Cândido Rondon (FCR) repudiou o crime, classificado como “violento e discriminatório”. Também foi expressada consternação com a família da vítima, além de manifestação de desejo de que a Leia Maria da Penha seja plenamente aplicada ao caso.

Confira a íntegra:

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