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Sábado, 20 de abril de 2024

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Niuan nega uso de prefeitura como “trampolim” e se lança a estadual com críticas ao governo

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Niuan nega uso de prefeitura como “trampolim” e se lança a estadual com críticas ao governo
O vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro (PTB), rechaça a tese de que tenha usado a Vice-Prefeitura de Cuiabá como trampolim político para alavancar sua pré-candidatura a deputado estadual e sustenta que está dando poder ao eleitor para que este decida onde pode ser mais útil. O próprio Nian acredita que pode colaborar mais do que em sua condição atual e revela que sua intenção de ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa atende a um chamamento do PTB e visa uma reestruturação do partido.


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O PTB chegou a ter pré-candidato próprio ao Governo de Mato Gross, mas resolveu aderir ao projeto oposicionista encabeçado por Wellington Fagundes (PR) quando Antônio Joaquim desistiu de tentar se aposentar do Tribunal de Contas do Estado. Assim como o partido está definido na oposição, Nian também tem discurso formado, crítico ao governo Pedro Taques (PSDB). Em entrevista ao Olhar Direto, o vice-prefeito apontou o que considera falhas na gestão e também na postura do governador. Para ele, a tônica da campanha da oposição deve ser o mesmo da que garantiu a Emanuel Pinheiro (PMDB) a vitória em Cuiabá, a ideia de que é preciso olhar para frente, e não mais para o “retrovisor”.
 
Falando sobre seu colega de gestão na prefeitura, Niuan afirma que tem mantido uma boa relação com o prefeito e avalia que o vídeo entregue em delação por Silval Barbosa (PMDB), no qual Pinheiro aparece recebendo dinheiro, é um problema “pessoal” do prefeito e que não respinga no vice.
 
Confira abaixo trechos da entrevista de Niuan Ribeiro ao Olhar Direto:
 
Por que essa decisão de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa?
 
Foi um chamamento do meu partido.  O partido está montando uma chapa proporcional, a gente precisa fazer deputado federal, estadual. Até porque a gente entende que vai conseguir se fortalecer e aplicar nossas ideias se tivermos uma cadeira na Assembleia Legislativa. Hoje, o PTB não tem um deputado estadual, um deputado federal. Então, para agregar essa chapa, e atendendo um pedido do partido, eu coloquei meu nome a disposição como pré-candidato a deputado estadual. Estou como vice-prefeito e coloquei meu nome como pré-candidato a deputado estadual. Importante dizer, que não precisa renunciar a cadeira vice-prefeito para entrar na candidatura. E a candidatura só se consolida a partir de junho ou julho, quando vão ter as convenções. Até lá eu coloquei meu nome à disposição da sociedade para que ela avalie se quer Niaun como um deputado. Eu acho, particularmente, que eu posso contribuir muito mais para Cuiabá, para a Baixada Cuiabana e para Mato  Grosso como deputado do que como vice-prefeito. Apesar de que a gente vem fazendo um trabalho intenso, junto com o prefeito Emanuel Pinheiro, tenho andado em todas as regiões de Cuiabá, tenho atendido as comunidades em diversas demandas de saúde, educação. Ando nas escolas e nos postos de saúdes. Demandas comunitárias de pavimentação asfáltica, de mini-estádios. Várias coisas a gente tem acompanhado junto com o prefeito, eu considero que a gente tem atuado de uma forma muito intensa e proativa, mas eu acho que eu posso desenvolver muita coisa positiva para Cuiabá na Assembleia Legislativa. E quem avalia isso é a população. Até porque eu acho que a política precisa de uma reoxigenação.
 
Essa candidatura é fruto de uma frustração das suas atribuições como vice-prefeito? O cargo atendeu suas expectativas?
 
Todo mundo sempre colocou, sempre coloca o vice-prefeito, vice-governador como figura meramente decorativa. Inclusive, antes de eu assumir, várias pessoas me questionaram isso, e eu sempre costumo dizer, que independente de ser vice-prefeito, eu sou um cidadão. E com mandato de vice-prefeito minha responsabilidade aumenta. Então, eu tenho desenvolvido meu trabalho, independente de eu ter uma pasta, secretária, na Prefeitura, ou não. Até porque assumi responsabilidade para com a população. Eu fui pedir voto e disse que ia trabalhar com a população. É claro que se eu tivesse uma secretária, acho que poderia desempenhar um trabalho muito mais focado. E o resultado do meu trabalho poderia aparecer de forma muito mais evidente, muito mais patente, mas isso é uma escolha do prefeito, e eu dei muita liberdade para ele.
 
Nesta perspectiva, para não ficar só como vice, apesar de estar desempenhando uma função bacana, um trabalho legal, e eu falo isso porque as pessoas têm me dito, as pessoas têm reconhecido isso. Não porque eu acho, não porque surgiu de mim, eu acho que como deputado eu posso agregar muito naquela casa de leis pra enriquecer o debate, subir o nível e reoxigenar o cenário político de Mato Grosso.
 
Quais são as suas bandeiras como deputado?
 
A questão da educação é uma bandeira histórica que meu pai sempre carregou e eu quero trabalhar, porque eu entendo que um país só vai pra frente com uma educação de qualidade. Além disso, eu gosto muito de carregar a bandeira do empreendedorismo, da geração do emprego e da geração de renda. Porque eu entendo que a atividade privada é a mola propulsora de uma sociedade. O Governo do Estado ele é mero fomentador, ele tem que dar oportunidades, ele tem que gerar um ambiente de negócios propício e adequado para que o cidadão possa desenvolver o seu negócio. E como a gente faz isso? Através da desburocratização da legislação, através de políticas públicas que facilitem o comércio e a atividade econômica. Então eu entendo que isso é gerador de riqueza. É a sociedade que gera riqueza, não é o Estado que gera riqueza. O Estado, ele pega o produto da riqueza das pessoas, através dos tributos, dos imposto, e transforma isso em políticas públicas, ele direciona, principalmente para aquelas pessoas que mais necessitam e que não têm oportunidades. Então eu entendo a propulsão, a profusão de políticas públicas que facilitem um ambiente de negócios para o empresário, para que ele possa gerar emprego e renda. É uma bandeira muito importante. A bandeira da educação e da igualdade e é claro, a gente tem que carregar a bandeira de uma política mais transparente, uma política mais adequada, que atenda aos anseios do povo. Eu acho que isso é uma exigência da sociedade, inclusive, e eu acho que vai ter uma renovação muito grande na Assembleia Legislativa, eu ouso dizer que mais de 60%, por tudo o que vem acontecendo no ambiente e no cenário, eu acho que cabe à gente a responsabilidade de tentar atrair um pouco da juventude, as pessoas para conversarem sobre política, pro ambiente político, porque é o ambiente que transforma a sociedade.
 
Com essa bandeira de desenvolvimento econômico, você tem acompanhado os debates que vêm sendo travados nesse sentido na Assebleia Legislativa? Qual é a sua opinião, por exemplo, sobre o FEF [Fundo de Estabilização Fiscal]?
 
Eu não vejo com bons olhos a criação do fundo porque pra mim parece mais que o Governo do Estado não fez a lição de casa, não enxugou o governo, apesar de que a segurança é um ponto importante da gestão, só que ele [Taques] nomeou um numero excessivo de concursados, ou seja, inchou a máquina ainda mais, e ele tinha que ter visto primeiro se as receitas iam dar conta das despesas, administrar é isso. Então esse fundo eu não vejo com bons olhos, isso é resultado de uma falta de atenção com os números do Governo do Estado, receita/despesa, porque apesar da crise econômica no Brasil, cabe dizer que ano passado o PIB do Estado de Mato Grosso cresceu quase 12%, né? Os repasses federais diminuíram, só que o administrador do Executivo tem que estar de olho nesses números pra saber se ele pode aumentar os gastos, aumentar as despesas do Estado ou se ele tem de diminuir, se ele tem de enxugar. Então eu acho que não enxugou o suficiente, ai você chegar no quarto ano de mandato e acho que essa é uma das coisas que têm trazido desgaste para o governador Pedro Taques, é chegar no quarto ano de mandato e ainda jogar a culpa da má gestão, de um fundo emergencial, no governo passado. Eu acho que esse não é o discurso que a sociedade quer, inclusive a nossa gestão se elegeu com o discurso de bola pra frente, ou seja, vamos parar de olhar no retrovisor, a população quer perspectivas futuras, ela quer oportunidades , ela quer otimismo, e não só ficar falando do erro dos outros. Quando a gente assume um mandato, a gente sabe que as dificuldades são muitas e enormes. Cabe ao administrador, ao Executivo, ter criatividade o suficiente para achar soluções.
 
Você acha que essa tônica da campanha vitoriosa de vocês na Prefeitura de Cuiabá tem de se repetir agora na candidatura de oposição ao governo Pedro Taques, uma vez que o PTB já anunciou apoio ao projeto de Wellington Fagundes?
 
Eu acho que isso ai é uma filosofia de vida. Não adianta a gente ficar olhando os problemas, os problemas existem, e o administrador tem que estar lá para resolver os problemas, não adianta a gente ficar jogando pedra na vidraça alheia, a gente tem que consertar os vidros e quem se coloca à disposição para governar um estado, um município, não adianta ele ficar olhando para os erros da gestão passada. Ele tem que olhar os erros da gestão passada numa perspectiva histórica e pedagógica, pra ele não cometer os mesmos erros e fazer de uma forma melhor. Agora, quem vai fiscalizar, julgar e culpar... isso ai é papel do Mistério Público, da Polícia Federal, do Tribunal de Contas. Acho que na democracia a gente tem que ter muito bem definido qual é o papel de cada agente público e é o Executivo que cabe administrar. Se ele ver alguma coisa irregular, ele tem que abrir isso para que o órgão específico investigue, mas não ficar numa atividade apenas preponderantemente de denunciar, de ficar julgando a gestão passada. Então faça melhor, se mostre mais competente.
 
Voltando um pouco à tua atividade como vice-prefeito, o próprio Emanel Pinheiro disse recentemente que apoia a sua saída para disputar a eleição. Como está a sua relação com ele, tendo em vista que há alguns meses rumores davam conta de que se não houve um rompimento existiu pelo menos um atrito, inclusive com o episódio em que ele supostamente saiu da prefeitura e não lhe avisou. Como está hoje em dia essa relação?
 
A minha relação com ele é positiva, dentro de uma perspectiva que eu sei do meu tamanho, sei que sou um vice-prefeito, fui eleito como vice-prefeito e ele como prefeito. Então eu não tento fazer as vezes de prefeito. Se um dia eu vier a ser prefeito, ai sim eu vou exercer com toda a independência o cargo de prefeito. Independência, eu digo assim, vou aplicar as minhas idéias. Agora eu busco proporcionar um ambiente de estabilidade para ele, até com essa crise toda que ele vem passando, procuro ser um parceiro da gestão, porque eu entendo que a população é quem mais sofre com um governo e uma gestão conturbada, então não é o meu papel esse. Dentro de uma perspectiva, a gente tem uma relação de cortesia, uma relação de amizade, em que eu foco nos interesses da população. Ou seja, tem que dar estabilidade para a gente fazer uma administração positiva, independente das coisas que venham a acontecer extra-gestão, que estão acontecendo extra-gestão, que é uma coisa particular e pessoal dele e que cabe aos órgãos competentes darem o direcionamento.
 
Você acredita que de alguma o vazamento desse vídeo entregue pelo Silval Barbosa na delação premiada te atingiu enquanto homem público e aliado de Emanuel Pinheiro?
 
Não, não me atingiu pessoalmente até porque aconteceu em uma época em que eu mal conhecia o atual prefeito Emanuel Pinheiro, então não tenho vinculação nenhuma com isso, é uma questão pessoal e atinente à pessoa dele. Eu acho que as pessoas enxergam muito bem isso.
 
Sobre o seu desligamento, você falou que é o eleitor que vai decidir se você sai ou não, mas ainda assim você não teme ficar estigmatizado como alguém que usou a prefeitura como trampolim político?
 
Não é um trampolim político na medida em que coloquei o meu nome à disposição como pré-candidato. Eu só vou definir isso no ambiente das convenções e eu acho que a classe política tem estado muito dissociada do povo, não tem ouvido, e eu coloquei o meu nome à disposição até para ouvir da população sobre o que ela acha dessa possibilidade. Se ela achar que eu posso ser mais útil como vice-prefeito, que eu estou trabalhando mas eu acho que eu poderia fazer muito mais, ou como um deputado, com um mandato que ai sim é meu e eu vou ter independência total para propagar as minhas ideias. E esse trabalho que eu estou fazendo como pré-candidato, eu estou ouvindo a população e vai ser a oportunidade de eu ouvir o reflexo da sociedade e ai eu vou definir o ambiente das convenções se eu e sou ralmente candidato.
 
Como um ‘plebiscito’, você vai ouvir a população para ela decida em qual cargo ficar...
 
Exatamente, essa é a minha tese, é o que eu acredito. Estou colocando isso sob o julgo da população. Porque na democracia, em última análise, quem decide é a população, e eu vou ter a sensibilidade suficiente para entender que se a população quiser entender que eu fique como vice-prefeito, eu fico como vice-prefeito. Eu assumi uma responsabilidade para com o povo e é para ele que eu tenho que prestar conta, entendeu? Agora, se a população entender que ‘olha Niuan, você realmente está sendo subutilizado na Prefeitura e eu acho que você tem muito mais a somar como deputado estadual’, ai é a nível de Estado já, não só de Baixada Cuiabana, apesar de que o meu foco é Cuiabá e a Baixada Cuiabana, mas ai eu posso contribuir a nível de Estado em políticas macro, porque é uma casa de leis. Então, se a população achar... É importante dizer que eu estou colocando o meu nome para que a população me diga ‘Niuan, eu acho que você tem que ficar como vice-prefeito’, ou não, ‘ Niuan, eu acho que você deve ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa’. Eu estou muito sensível a isso e inclusive coloquei meu nome para sentir a situação.
 
O PTB tem um histórico recente de muita força no legislativo, o que aconteceu para o partido chegar nessa atual situação e o que vocês estão fazendo para reverter esse quadro?
 
O PTB hoje é presidido pelo ex-prefeito Chico Galindo a nível estadual, eu estou na Presidência Municipal do partido, e o meu trabalho tem sido de reaproximar o PTB das bases. Eu vejo que o PTB ficou um pouco afastado da base, afastado um pouco, inclusive, do interior, na forma de fazer política, no diálogo, e eu acho que a política é a arte de dialogar, de trocar ideias, então esse é o trabalho que eu venho fazendo. Infelizmente hoje a gente não tem nenhum deputado estadual e federal, até por isso o partido me convocou, vamos dizer assim, para colocar meu nome à disposição, para eu poder ajudar na chapa proporcional a somar votos. Hoje a gente sabe que a gente precisa de um quoeficiente pra fazer um deputado de no mínimo 60 mil votos. Então eu não faço deputado com menos de 60 mil votos. Eu posso ter 35 mil votos e um cara ter 11 mil, se ele fez o quoeficiente de 60 mil, ele vai ser eleito e eu não. Então eu estou tentando fortalecer o meu partido, somar, para que a gente volte a ter essa representatividade que a gente já teve. Cabe dizer que o PTB em 1988 teve a reestruturação, o meu pai é filiado desde 1988 ao PTB, eu sou filiado, tenho 33 anos de idade, mas sou filiado há 16 anos no partido. Quase metade da minha vida eu estou dentro do PTB, é meu único partido e o PTB já chegou a ter um senador, o Lorembergue Nunes Rocha, chegou a ter uma bancada de quatro deputados federais, vários deputados estaduais, então era uma força muito grande dentro do estado e hoje por questões que são da política mesmo a gente perdeu um pouco dessa representatividade e uma das minhas missões é tentar levar o PTB à frente novamente.  
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