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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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CASO LILIAN CALIXTO

Mãe do Dr. Bumbum tinha histórico de ameaças contra o ex-namorado assassinado

Foto: Divulgação - PMERJ

Mãe do Dr. Bumbum tinha histórico de ameaças contra o ex-namorado assassinado
A mãe de Jose Roberto Camilo Monteiro, Maria Thereza, ao descobrir que seu filho havia sido assassinado enquanto dormia, no dia 12 de março de 1997, dissera aos policiais que o filho fora ameaçado de morte pela então companheira, Maria de Fátima Furtado, mãe do Dr. Bumbum. Os dois foram presos e indiciados esta semana pela morte da bancária Lilian Calixto, após procedimento estético da cobertura do médico. A reportagem foi veiculada pelo G1-RJ.


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O detetive que pediu o indiciamento da dupla pela morte de José Roberto foi afastado do caso. A investigação não foi à frente, o crime prescreveu, e o processo foi arquivado, a pedido do Ministério Público.
 
Maria Thereza contou no inquérito que na época do crime o filho e a nora brigavam muito. "Certa vez José Roberto lhe dissera que dera um soco em Maria de Fátima", escreveu o perito no relatório. Maria de Fátima teria pedido ao companheiro para ter cuidado, "pois poderia lhe matar". "Isso só acontecerá se eu estiver dormindo", respondeu.
 
José Roberto foi achado com um tiro na cabeça, deitado na cama do quarto que dividia com Maria de Fátima, em uma casa no Recreio dos Bandeirantes. "Coincidência" escreveu o policial.

Jose Roberto Camilo Monteiro assassinado em 1997
 
Em entrevista ao G1, Osvaldo Monteiro, irmão de José Roberto, lembra que na época sua família sofreu ameaças. "Foi muito difícil. Meus sobrinhos foram ameaçados, os filhos do Zé Roberto com a primeira mulher. Então aquilo ali [vê-los na mídia pelo homicídio da bancária Lilian Calixto] me chocou bastante e, infelizmente, tudo voltou à tona", disse Osvaldo. "Uma pessoa morreu e nada aconteceu, essa é a realidade da coisa."
 
Osvaldo também falou sobre a prescrição do crime. "Eu procurei esse processo, sumiu da delegacia. Você procura isso em qualquer lugar no Tribunal de Justiça pela internet e não encontra nada. Eu me aborreci, vi que estava remando contra a maré", disse.
 
Investigador afastado
 
Segundo Osvaldo, o perito que assinou o documento em que pedia o indiciamento de Maria de Fátima e de Denis foi afastado do caso.
 
"Eu estava dentro da promotoria e falei que precisava de uma cópia do processo, porque estava tudo muito esquisito. Ele falou que ia me entregar porque estava sendo afastado do inquérito. Para bom entendedor, meia palavra basta, né?", afirmou.
 
"O homicídio foi uma coisa muito estranha, há muitas controvérsias, é impressionante", continuou. "Estava de pijama, depois não estava de pijama, estava no carro, estava sem carro, quer dizer, eles entraram em contradição o tempo todo", enumera Osvaldo, citando algumas das contradições do caso.

Discrepâncias nos depoimentos também foram notadas no inquérito que investiga a morte de Lilian: horários informados pelos médicos não batem, por exemplo, com o registrado pelo hospital que atendeu a bancária.
 
No dia do crime, em 1997, Maria de Fátima contou em depoimento que estava deitada de bruços, quando ouviu um barulho forte que parecia ser tiro. Ao tentar se virar, foi impedida por uma pessoa que usou um travesseiro para sufocá-la. No entanto, a perícia informou que o travesseiro ao lado da vítima não aparentava ter sido utilizado, já que estava sem nenhum desalinho.
 
Na época, Denis Furtado tinha 24 anos. No documento, o detetive policial João Carlos Faria da Costa constata contradições nos depoimentos de Denis e Maria de Fátima, e pede o indiciamento dos dois pelo homicídio. A defesa dos dois não foi encontrada para comentar o caso.
 
“Diante das declarações colhidas, muitas são as contradições existentes, principalmente no que diz respeito as declarações de Maria de Fatima Barros Furtado e de seu filho, Denis Cesar Barros Furtado”, diz trecho do documento.

Maria de Fatima também disse ter tentado levantar o marido da cama, mas não conseguiu por conta do peso. A perícia disse que o corpo não foi removido de sua posição de repouso em nenhum momento.

Denis disse que ao chegar em casa, o portão estava aberto e os cães não estavam na casa. O motorista da família desmentiu essa versão e disse que o portão estava fechado, sem cadeado, e os cachorros estavam soltos. Denis também disse que passara o dia anterior à morte com a mesma roupa, que ele tinha usado para trabalhar. O motorista contou que viu o médico vestir um pijama em casa.
 
No texto do laudo, o perito diz que: “Tendo em vista as contradições encontradas nos depoimentos entre Maria de Fatima, Denis e as outras testemunhas, tudo nos leva a crer que, Maria de Fatima, contando com a participação de seu filho, Denis, praticaram o homicídio de José Roberto Camilo Monteiro, aproveitando o fato de a vítima estar envolvida em práticas ilícitas do tipo penal estelionato, com finalidade de obter uma vantagem financeira em decorrência dos golpes praticados pela vítima”.

Denis Furtado e sua mãe, Maria de Fátima Furtado, foram presos na tarde desta quinta-feira (19), em um centro empresarial na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele foi detido por policiais do 31º BPM (Barra da Tijuca) após receberem informações do Disque Denúncia.
 
Os dois estavam com mandado de prisão temporária expedido por 30 dias pelo homicídio da bancária Lílian Calixto, que morreu após procedimento estético realizado no apartamento de Denis.
 
A delegada Adriana Belém, responsável pelo caso, afirmou que havia um acordo com a defesa do acusado para que ele se entregasse na tarde desta quinta-feira (19). Porém, a Polícia Militar recebeu uma informação de que o médico estaria em um centro empresarial, onde fica localizado o escritório do advogado e efetuou a prisão.
 
As informações chegaram através do Disque denuncia, que oferecia R$ 1 mil por informações que levassem a Denis e sua mãe. Em coletiva de imprensa, realizada na tarde da última quinta-feira (19), a defesa do médico disse ele sofre de síndrome do pânico e que iria tratar com a polícia a data e o horário que ele se entregaria.
 
O caso
 
Segundo fontes ouvidas pelo Olhar Direto, Lilian teria ido para o Rio de Janeiro fazer um preenchimento de glúteo com PMMA, no sábado (14), pela manhã. Primeiramente, a cirurgia estaria marcada para acontecer em Brasília, mas foi transferida em cima da hora para o Rio. Ela trocou a passagem e foi.
 
No sábado, após o procedimento, Lilian chegou a sair do local onde foi atendida para ir jantar. Logo depois, começou a passar mal e foi hospitalizada e sofreu um mal súbito. A hora da morte foi registrada às 2h da madrugada. No entanto, o Hospital teria ligado para o telefone do responsável – uma amiga, a única que sabia que ela faria o procedimento – só doze horas depois, às 14h deste domingo (15).
 
Lilian foi gerente do antigo HSBC e estava, agora, à frente das contas do banco Bradesco. Natural de Barra do Bugres, ela era muito conhecida na capital. Ela deixa dois filhos. Um rapaz de 25 anos, e uma menina de 13, além do marido
 
O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) abriu procedimento para apurar o caso. Famoso nas redes sociais, o médico possui mais de 600 mil seguidores e ofertava procedimentos de estética no Rio, em São Paulo e em Brasília. Nas redes sociais, ele é conhecido como 'Doutor Bumbum', em alusão aos procedimentos que realizava.
 
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