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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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ELEIÇÕES 2018

Especialista diz que redes sociais não serão decisivas em MT e indica “remédio” contra fake news

Foto: Marcus Mesquita/Mídia News

Especialista diz que redes sociais não serão decisivas em MT e indica “remédio” contra fake news
As novas regras impostas pela legislação eleitoral obrigaram os candidatos a adotarem outras formas de campanha nas eleições deste ano. Com o aumento do acesso à internet, as redes sociais, principalmente pelo baixo custo, têm sido a principal ferramenta utilizada. Mas, se por um lado a propaganda na rede atinge um número maior de eleitores, entre outros pontos positivos, por outro, o ambiente virtual é um terreno fértil para as chamadas “fake news”. O Olhar Direto conversou com um especialista, que avaliou como este fenômeno deve impactar nas eleições em Mato Grosso, e indicou alternativas para atenuar e combater a propagação de notícias falsas.


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“Os números indicam que aqui em Mato Grosso esse processo ainda é muito incipiente. Evidentemente daqui a 4 anos, ou daqui a 2 anos nas eleições municipais, isso vá se aprofundar mais. Porque quanto mais ele estiver enraizado nas redes sociais, a partir de agora, isso vai gerar um efeito semelhante ao que existia na TV em décadas anteriores. Mas como o numero de seguidores na internet ainda é baixo, a tendência é que aqui no Estado possa fazer uma diferença menor do que a média nacional”, avaliou Thiago Cury Luiz, jornalista especialista em política e transmídia.

A tese de Cury de que as redes sociais ainda não devem trazer grandes resultados nas eleições em Mato Grosso já é sentida por alguns candidatos, se analisarmos somente àqueles que buscam o Governo do Estado.

Dos cinco candidatos a governador, somente Pedro Taques (PSDB) possui um número expressivo de seguidores no Facebook e no Instagram – as duas redes sociais mais utilizadas. O tucano, inclusive, chegou a sugerir oportunismo de seus adversários que só passaram a integrar a rede, segundo ele, visando a eleição.

Taques tem 163 mil seguidores no Facebook e 32 mil no Instagram; Arthur Nogueira (Rede) possui pouco mais de mil “amigos” no Facebook e 537 seguidores no Instagram; Mauro Mendes (DEM) tem 11 mil no Facebook e 6 mil no Instagram; Moises Franz (PSol) tem cerca de mil seguidores no Facebook e apenas 61 no Instagram; e Wellington Fagundes (PR) tem 19 mil seguidores no Facebook e 3 mil no Instagram.

“Eu acho que é prejudicial aos próprios candidatos começarem a trabalhar com as redes sociais só agora, na reta final. Quer dizer, faltam menos de dois meses para o primeiro turno acontecer e, na verdade, nós já estamos há pelo menos uma eleição de ter se popularizado bastante as redes sociais. Então, no pleito desse ano já era esperado que eles iniciassem a campanha utilizando essas ferramentas. Até porque, a tendência é que a cada eleição as discussões se concentrem mais no ambiente da internet e menos de outras formas como santinhos ou programas de TV e rádio”, avaliou Cury.

“Mas eu não acredito que o eleitor faça uma leitura de que ele está sendo oportunista por criar uma rede social só agora, eu acho improvável. Eu analiso mesmo pelo viés do capital político. Eu acho que quando a campanha se concentra nas redes sociais ela tem um benefício e um problema. O beneficio é que as pessoas estão cada vez mais antenadas às coisas que acontecem. O grande problema é que a internet, aí falando especificamente das redes sociais, fomenta a disseminação de noticias falsas”, acrescentou.

Fake News

As “Fake News”, ou notícias falsas como propõe a tradução literal do termo, se tornaram um dos principais assuntos debatidos nestas eleições. O Facebook, o Twitter e o Youtube possuem políticas próprias no sentido de coibir a propagação desse tipo de material. O Whats App, no entanto, ainda não apresentou alternativas, embora seja uma das redes sociais que mais difundem as fake news, de grupo em grupo, sem que o emissor original da mensagem possa ter controle do que é replicado.

“Essa é uma tônica que já esteve presente nas eleições de 2014 aqui no Brasil, foi muito presente nas eleições dos Estados Unidos em 2016 e está muito fortemente visível na eleição desse ano. Então esse é um desafio que está colocado para o eleitor, porque ao mesmo tempo em que ele tem agora uma possibilidade maior de conhecer os candidatos e as propostas de todos, muito do que é consumido na internet tem um teor bastante duvidoso. O maior problema, na verdade, dessas eleições em nível local é esse”, acredita Cury.

O uso das fake news, normalmente, é estratégico e visa atender justamente interesses de grupos políticos. No Brasil – e em Mato Grosso não seria diferente – a divisão ideológica e o radicalismo tanto da esquerda quanto da direita tem feito com que as noticias falsas encontrem terreno fértil. Mas o contrário, quando candidatos simulam dados ou alguma situação em benefício próprio também acontece.

A alternativa proposta por Cury são as agências de checagem, também chamadas de “fact checking”.

“Muitas vezes, os candidatos inflam dados, feitos que não condizem exatamente com o que ocorreu. O que a gente indica para o eleitor tentar se desvencilhar dessas noticias falsas é consultar algumas agencias que a gente chama de fact-checking, de checagem dos fatos. São três, na minha visão, as principais agencias que fazem isso: uma que chama ‘Truco’, a outra chama ‘Lupa’ e tem uma terceira que chama ‘Aos Fatos’. No nosso caso aqui de Mato Grosso é mais difícil de encontrar, mas nesse viés nacional da eleição é fundamental se manter conectado a esse tipo de agência. Pode ser uma maneira bastante eficaz de tentar fugir das fake news, independentemente dos candidatos ou dos posicionamentos”.
 
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