Após o assassinato da jovem Kendra Rayane Carvalho, na madrugada do último sábado (13), amigos, familiares e desconhecidos passaram a manifestar pesar e luto nas redes sociais. Por outro lado, a página do suspeito de tê-la matado, um ex-namorado da vítima, tem sido alvo de comentários de pessoas pedindo por justiça.

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No Facebook, uma das amigas de Kendra publicou: “Acordar com uma notícias dessas meu Deus... o céu agora ganhou mais uma estrela! Vá em paz meu amor, que Deus te receba de braços abertos. Agora você é um anjo que irá proteger o Bernardo... Não dá nem pra acreditar. Descanse em paz!!”.

Na última foto publicada pela garota, a comoção foi grande: “fico sentido pela família e principalmente, pelo bebê que crescerá sem o amor da mãe. Lamentável tudo isso! Que Deus console a família e os amigos e que a justiça seja feita!”, diz um comentário. “Jesus. Onde vamos parar com tanta violência nesse mundo? Vi agora a reportagem desta menina. Que Deus conforte sua família...”, completa outra pessoa.

Algumas pessoas aproveitaram para lembrar às mulheres de ‘tomar cuidado’: “Ao menor sinal de violência saiam fora, meninas, não aceitem qualquer forma de violência e arrogância, não se envolvam tão facilmente, denunciem, e aos homens, respeitem as mulheres, até mesmo quando lhes parecer errado as atitudes delas, nenhuma mulher é obrigada a aceitar o que não quer de vocês... As mulheres merecem ser bem tratadas, amadas e diante de um não, ajam com dignidade e não pensem em fazer mal as mulheres, meninas, mães... Cuidado meninas, se preservem mais, se unam, se blindem da maldade alheia, ouçam suas mães, revejam suas prioridades! Observem a vida pregressa desses caras e como eles tratam as pessoas, inclusive das próprias famílias deles...”, disse.

O caso

De acordo com informações dos policiais da Delegacia Municipal de Mirassol D’Oeste, a garota estava em uma festa, na 'Prime', onde seu ex-namorado também estava. Ao vê-la, ele teria pedido aos seguranças que a retirassem do local, porque ela não tinha dezoito anos e não poderia estar ali.
 
Kendra foi embora junto a um amigo, Halif Thiago Dos Santosde 25 anos. Neste momento, segundo informações, Ronaldo Ronaldo José de Souza Oliveira, seu ex-namorado e principal suspeito, teria enviado mensagens para a mãe da adolescente, dizendo que queria matar a jovem.
 
O suspeito foi até a casa de Kendra, que fica no bairro Jardim das Oliveiras e, ao chegar lá, efetuou os disparos de arma de fogo contra ela e o amigo. Ela foi atingida por três tiros e morreu na hora. O amigo foi socorrido com vida e encaminhado a um hospital de Cáceres.
 
Logo depois do crime, o suspeito teria enviado uma mensagem para a ex-sogra, pedindo que ela fosse “buscar” a filha, que já estaria morta. A Polícia Civil, no entanto, não confirma essa informação.
 
Ronalgo fugiu. Ele já possui passagem por lesão corporal e uso ilícito de drogas. Kendra deixa um filho. O delegado responsável pela investigação é Miguel Macario.

Feminicídio
 
Em 2018, quase 50% dos casos de morte de mulheres no Estado foram motivados pelo simples fato de serem mulheres. Segundo um levantamento inédito feito pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) junto às delegacias, de janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 38 casos de feminicídio no estado.
 
De acordo com a lei, é definido como feminicídio “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino”, isto é, quando o crime envolve: “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
 
Mulheres vítimas de qualquer tipo de violência devem procurar a delegacia mais próxima para registrar a ocorrência. Além disso, o estado de Mato Grosso conta com sete unidades especializadas de atendimento à mulher, localizadas em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Barra do Garças, Cáceres, Rondonópolis, Tangará da Serra. O registro é importante para que as autoridades policiais possam, inclusive, pedir ao Judiciário medidas protetivas contra o agressor, de acordo com a necessidade.

Em caso de descumprimento da medida, a vítima é esclarecida a procurar com urgência a delegacia para que o Judiciário seja informado e adote medidas que vão desde o uso de tornozeleira eletrônica até prisão preventiva do suspeito.

A Central de Atendimento à Mulher “180” (nacional) é uma ferramenta de denúncias anônimas de violência contra a mulher. O número local da Polícia Civil para denúncias é 197 para a região metropolitana, e 181 para o interior. A ligação é atendida pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).