Alvo de críticas e ataques desde que teve seu mandato cassado por decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), na semana passada, a senadora Selma Arruda (PSL) questionou os gastos realizados pelo adversário político Carlos Fávaro (PSD) antes do pleito eleitoral. A parlamentar também reprovou a atitude do ex-vice-governador de "fazer campanha" durante seu horário de trabalho como servidor do Estado.
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Em entrevista o
Olhar Direto, Selma lembrou a ampla divulgação na mídia de uma contratação milionária feita por Fávaro, do marqueteiro Nélson Biondi, o mesmo que trabalhou na campanha do governador eleito por São Paulo, João Dória (PSDB).
“Antes mesmo da campanha, o senhor Carlos Fávaro anunciou aos quatro cantos do Estado, pela imprensa, todo orgulhoso inclusive, ter contratado o marqueteiro do João Doria, o Nelson Biondi, da agência Nova Estratégia Comunicação, de São Paulo. Vi até algumas notas publicadas que anunciaram contrato de R$ 8 milhões firmado entre as partes, após reunião na Capital paulista”, recordou a senadora.
“Mesmo assim ele não conseguiu votos para ser eleito senador da República. Agora, monta outro time para o mesmo fim. Então, é bem simples fazer a comparação dos gastos de pré-campanha e campanha entre nós dois. Acontece que, a única pessoa que teve que prestar conta da pré-campanha foi eu”, questionou.
A senadora também criticou a forma como o ex-vice-governador está agindo, como se estivesse em período de campanha, no horário que deveria estar trabalhando e mesmo sem a certeza de que haverá novas eleições.
“Enquanto contribuinte e também fiscalizadora dos recursos públicos, me preocupo em ver esse homem, que é servidor público do Governo do Estado, em plena campanha eleitoral, ainda sem eleição prevista, dando coletiva no horário de expediente”, disse.
Fávaro, que comanda o Escritório de Representação de Mato Grosso (Ermat), em Brasília (DF), tem manifestado o interesse em assumir a vaga de Selma Arruda, desde que o TRE cassou o seu mandato, convocando inclusive coletiva de imprensa em Cuiabá, ocorrida na tarde da última quinta-feira (11).
A defesa da senadora já prepara recursos no TRE-MT e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão que determinou a cassação de seu mandato. A juíza aposentada, que teve mais de 670 mil votos, permanece normalmente no cargo até os recursos serem julgados.
Em entrevista a imprensa nesta segunda-feira (15), o ex-vice-governador,que teve mais de 240 mil votos a menos que Selma, a alfinetou dizendo que ela conseguiu a vitória nas urnas, somente por ter burlado a legislação.