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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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EM DEFESA DA EDUCAÇÃO

Aula pública na UFMT contra cortes na Educação convoca para nova paralisação nacional

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Aula pública na UFMT contra cortes na Educação convoca para nova paralisação nacional
A aula pública “Em defesa da Educação! Contra os cortes e ataques às universidades!” aconteceu na manhã desta quinta-feira (23), na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. O evento funcionou como um espaço de exposição e esclarecimentos sobre o atual momento da Universidade diante do contingenciamento anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) e sobre as ações que estão sendo desenvolvidas nacionalmente com o objetivo de reverter à situação. Na ocasião, houve a convocação para o Movimento Nacional em Defesa da Educação prevista para acontecer no próximo dia 30, na Praça Alencastro. O novo ato é um "esquenta" para a Greve Geral contra a Reforma da Previdência, proposta pelo Governo Federal, que ocorrerá dia 14 de junho. 


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Na última mobilização, ocorrida no dia 15 deste mês, mais de cinco mil pessoas foram às ruas em protesto contra o contingenciamento de recursos anunciado pelo governo Bolsonaro na área da Educação. De acordo com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a redução de repasses atingirá 3,5% do orçamento total das instituições. O valor, no entanto, equivale a 30% dos recursos que as UFs e IFs têm para gastar com manutenção e investimento em pesquisas, por exemplo, visto que a maior parte do orçamento está toda comprometida e não pode ter destinação alterada. De acordo com a UFMT, a redução de 30% dos valores inviabiliza a instituição em poucos meses.
 
A reitora da UFMT, professora Myrian Serra pontuou que a aula pública mostra a importância de um espaço para a discussão de pautas voltadas à educação pública. Segundo ela, é cogitada a possiblidade de que aconteçam as aulas públicas para os trabalhadores que estudam no período noturno. Ela também acrescentou que irá solicitar um levantamento de todos os contratos (mais de 70), para posteriormente, chamar especialistas da própria Universidade, que poderão construir uma alternativa de gestão, para que não haja prejuízos ao ensino, pesquisa, extensão, além dos serviços terceirizados.
 
“Outra questão que me chama muita atenção, mesmo não sendo muito grande, mas pode fazer diferença, é levarmos a administração, militâncias acadêmicas, estudantes, professores e técnicos, uma proposta ao Consuni [Conselho Universitário], na semana que vem, para que o dia 30 de maio entre no nosso calendário acadêmico, como dia de mobilização da UFMT, em todos os campi”. Após o pronunciamento, a reitora foi aplaudida. 
 
Representante do Diretório Central das/os Estudantes de Cuiabá (DCE), Vinicius Brasilino, salientou que a Universidade pertence ao povo brasileiro, de Mato Grosso, e aos mais pobres, que, segundo ele, nunca tiveram espaço. “Nós não vamos assinar embaixo do decreto do Governo Bolsonaro. Eu tenho só um mutirão pra fazer, mutirão para barrar o corte, mutirão para derrubar esse ministro, mutirão para derrubar o presidente. Porque eles estão fazendo um mutirão para botar o nosso povo em um estado de subserviência”, disse.



“A sociedade mato-grossense precisa entender que o Hospital Júlio Muller pode fechar as portas. A nossa orquestra pode deixar de fazer belíssimas apresentações, nosso zoológico pode fechar. Eu estou realmente exausto, com sangue no olho, porque é isso que cada um de nós estudantes temos que ter. Portanto, esse é o nosso momento, esse é nosso tempo, a hora é agora de defender a Universidade, defender nosso futuro que está aqui”, acrescentou. Na ocasião, ele ainda pediu a suspensão do aumento da refeição no Restaurante Universitário (RU), que deve acontecer em agosto. 
 
Já o representante do DCE-VG, João Lucas, afirmou que a população poderá falar de progresso, quando houver educação e uma universidade pública de qualidade, que seja respeitada pelos governantes.  “Não vamos aceitar que esse Governo diga que somos idiotas, que não sabemos a fórmula da água, que não sabemos uma conta de matemática básica. Nós vamos para as ruas e vamos mostrar que aqui dentro temos ensino de qualidade e vamos lutar para que esse ensino permaneça”.



Membro da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT), Leia de Souza Oliveira acredita que o corte na Educação acontece por conta da resistência que se instala nas universidades, contra projetos que ameaçam a soberania, o desenvolvimento, direitos humanos e democracia.
 
“O ataque não é apenas de corte, é a concepção de universidade. É uma politica de difamação das mídias, que coloca em xeque a proposta de universidade. Por isso é importante um espaço de reflexão como esse, porque os estudantes são elementos estratégicos na mobilização e na conscientização do País”.

A aula começou às 9h30 e terminou por volta das 11h30. Além disso, contou com a presença de membros do reitorado, representantes das unidades acadêmicas e dos campi do interior mato-grossense. 
 
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