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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Vítima teria furtado padrasto

Cuiabano matou enteado em Portugal por vingança, aponta investigação

Foto: Reprodução

Cuiabano matou enteado em Portugal por vingança, aponta investigação
As investigações da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal apontam que o cuiabano Joaquim Lara Pinto, acusado de assassinar o próprio enteado, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto em 2016, a 100 metros de casa, em Portimão (Portugal), teria cometido o crime por vingança. Documentos obtidos pelo Olhar Direto apontam que o mato-grossense teria comprado passagem para toda a família, mas a mulher dele não queria deixar o adolescente. Além disto, consta no relatório que a vítima teria furtado dinheiro do padrasto.


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Consta na investigação da PJ que o cuiabano fez a reserva de passagens para o Brasil, em dezembro de 2015, para sua mulher e a filha, de apenas sete meses. Ao todo, foram pagos 1.443 euros pela viagem, que aconteceria em fevereiro de 2016.
 
Posteriormente, Célia Barreto, que é mãe de Rodrigo Lapa, se recusou a deixar Portugal, por não querer deixar o filho sozinho. Além disto, a mulher também impediu que Joaquim Lara levasse a filha deles, de apenas sete meses.
 
“Por este motivo, o suspeito foi obrigado a viajar para o Brasil sozinho, o que lhe terá provocado uma forte contrariedade financeira (o dinheiro gasto nos bilhetes não lhe foi reembolsado) e emocional (teve que deixar a companheira e a filha de sete meses)”, diz trecho do documento.
 
As investigações ainda concluem que, revoltado com todas as contrariedades, na manhã do seu embarque, Joaquim teria decidido se vingar do enteado, “castigando-o gravemente, provocando-lhe a morte e escondendo o seu corpo”.
 
“Eventualmente, terá conseguido recuperar o remanescente dos montantes alegadamente furtados, que se encontrariam no interior da mochila, bem como o telefone celular do menor, que foi encontrado 19 meses depois no quarto do suspeito, em Cuiabá”, aponta outro trecho do documento.
 
O melhor amigo de Rodrigo, N.P., disse em depoimento que, em dezembro de 2015, o adolescente teria confessado que furtou dinheiro de Joaquim Lara. Além disto, viu que o menor tinha bastante quantia em dinheiro dentro da sua bolsa, com notas de 100, 50, 20 e 10 euros, dizendo tratar-se de mais de 800 euros.
 
Posteriormente, Rodrigo teria comprado um Iphone 5S, aparelho encontrado 19 meses depois do crime na casa de Joaquim Lara, em Cuiabá, com o dinheiro furtado. Nas semanas seguintes, o adolescente teria feito outras compras, provavelmente com o mesmo montante que teria sido pego do mato-grossense.
 
O furto do dinheiro também foi relatado por uma vizinha e amiga próxima de Rodrigo. Ela ainda confirmou a compra do telefone celular com o uso do montante tomado de Joaquim Lara.
 
Em meados de maio, o advogado Pedro Proença, que representa o pai de Rodrigo, Sérgio Lapa, disse ao Olhar Direto que luvas de látex, utilizadas no crime, foram encontradas, no dia do crime, junto ao corpo de Rodrigo Lapa. O material foi analisado pela perícia, que apontou a presença de DNA do cuiabano nelas.
 
“Para lá do horror inerente às fotografias tiradas da vítima no local do crime e na autópsia médico legal, só por si reveladores da tremenda brutalidade dos fatos, os advogados do pai da vítima foram confrontados com provas obtidas pela Polícia Judiciária (PJ) de Portimão que apontam sem qualquer margem de dúvida para o referido Joaquim Lara como o autor do homicídio”, disse o advogado.
 
Por conta disto, a defesa peticionou à Procuradora Geral da República uma petição pedindo intervenção urgente junto as autoridades judiciarias brasileiros para que promovam, de forma urgente, acusação contra Joaquim Lara pelo crime de homicídio qualificado. Além disto, requereu a nomeação de um representante especial para acompanhar o processo no país e informar a PGR de Portugal sobre o desenvolvimento do processo.
 
Em setembro de 2017, Joaquim se apresentou na Interpol. Porém, o advogado dele, Raphael Arantes, explicou ao Olhar Direto que ele permaneceu em silêncio durante todo o depoimento. “Foi apresentado um laudo de um médico psiquiatra, que aponta que meu cliente encontra-se impossibilitado de prestar depoimento”.
 
O laudo aponta que o cuiabano está “sem discernimento”. A defesa ainda ressalta que irá aguardar o andamento processual e lembra que desde o início, Joaquim se apresentou espontaneamente à Polícia Federal: “O único interesse é esclarecer a situação e demonstrar a sua inocência no caso”.
 
O caso
 
O cuiabano Joaquim de Lara Pinto é alvo de investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal que apura a morte do enteado dele, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto a 100 metros de casa, em Lagoa, após uma semana de desaparecimento. O mato-grossense já tinha as passagens para o Brasil compradas um mês antes da morte do adolescente. Segundo a imprensa local, ele é apontado como o principal suspeito.
 
De acordo com as informações da imprensa local, o adolescente desapareceu no dia 22 de fevereiro de 2016, mesmo dia em que Joaquim retornou ao Brasil. Rodrigo Lapa foi encontrado com as mãos amarradas e uma corda atada ao pescoço. Segundo a mãe do garoto, Célia Barreto, o cuiabano já havia marcado a viagem há um mês.
 
Exames complementares divulgados pela Polícia Judiciária de Portugal apontam que o jovem Rodrigo Lapa, de 15 anos, foi morto por estrangulamento mecânico, provavelmente pelo braço de seu padrasto, o cuiabano Joaquim Lara Pinto. Depois se contradizer em vários depoimentos e alegar que padrasto e enteado tinham uma boa relação, a mãe do adolescente, Célia Lapa, confessou ter presenciado a agressão sofrida por Rodrigo e ouvido seus gritos no dia do assassinato.
 
Após uma discussão, Joaquim teria se escondido e esperado o adolescente sair do quarto para agarrá-lo pelo pescoço e arrastá-lo para a cozinha da casa onde viviam, mantendo-o imobilizado. De acordo com a imprensa portuguesa, a mulher alegou não ter contado isto à polícia antes por medo de que Joaquim fizesse alguma coisa contra ela ou contra a filha que tem com ele, que na época tinha seis meses. Mesmo assim, a mulher teria mantido contato por telefone com o companheiro após o crime.
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