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​Sem propostas

Após quase um mês, Mendes não recua com grevistas: ‘quem fala a verdade diz sempre a mesma coisa’

24 Jun 2019 - 14:30

Da Reportagem Local - Carlos Gustavo Dorileo/ Da Redação - Lucas Bólico

Foto: JLSIQUEIRA / ALMT

Após quase um mês, Mendes não recua com grevistas: ‘quem fala a verdade diz sempre a mesma coisa’
O governador Mauro Mendes (DEM) reiterou na manhã desta segunda-feira (24) a posição do Governo do Estado diante da greve na Educação, que completará um mês nesta semana. De acordo com ele, não há condições de atender o pleito dos professores e o Paiaguás não oferecerá sequer uma contraproposta par tentar encerrar a paralisação. “Quem fala a verdade pode ser perguntado de várias formas, em diversos fóruns, em diversas circunstancias, e vai dizer sempre a mesma coisa”, argumentou.


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Mendes sustenta que existem dois entraves para que o governo ceda à pressão grevista. O primeiro, e mais evidente, é a falta de recursos do Estado e a impossibilidade de aumentar despesas. O segundo é de ordem legal, pois o Estado já estourou a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estipula o grau de comprometimento que a administração pública pode ter com folha de pagamento.
 
Na semana passada, os professores grevistas reuniram-se com deputados estaduais na tentativa de buscar uma mediação no diálogo junto ao Governo. Ficou de resultado do encontro a possibilidade de a Assembleia Legislativa pensar uma proposta para que, mesmo em longo prazo, atenda os servidores. O governador Mauro Mendes alegou que não foi informado de nada oficialmente.
 
“Não, não recebi [proposta da AL]. Gente, nós não demos o aumento, as pessoas têm que aprender a conviver com a verdade e não com as mentiras que normalmente são contadas na política por políticos ou por quem gravita na política. E a verdade é uma só. A Lei de Responsabilidade Fiscal e é clara e ela proíbe dar aumento de pessoal quando você estoura o limite. Isso tem conseqüência. Está lá o nosso empréstimo que foi barrado por conta disso. Então nós temos que aprender a respeitar as leis nesse país. Se a Assembleia disser que não é para cumprir lei nenhuma, então fecha a Assembleia, fecha o Congresso Nacional”.
 
De acordo com Mendes, apesar de o Estado ter uma posição consolidada sobre a impossibilidade de atender à greve na Educação, o governo está disposto a dialogar com a categoria quantas vezes for necessário.
 
“Foi feita uma solicitação de uma audiência e certamente o governo vai participar de todo e qualquer diálogo que for instado, seja por que instancia for. Falamos várias vezes com o Sintep, sempre dissemos a mesma coisa porque estamos falando a verdade. E quem fala a verdade pode ser perguntado de várias formas em diversos fóruns, em diversas circunstancias e vai dizer sempre a mesma coisa. Nós temos um problema de legalidade para dar esse aumento e um problema de condição financeira para dar esse aumento também. Então podemos ter uma audiência também e nessa audiência vamos dizer a mesma coisa”.
 
Educação parada há quase um mês
 
A greve em Mato Grosso começou no último dia 27 de maio e completará um mês na quinta-feira. A principal reivindicação dos grevistas é o cumprimento da lei 510 de 2013, que realinha em 7,69%, anualmente, o salário dos profissionais da educação básica de Mato Grosso. O Governo, por sua vez, menciona o estouro da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), hoje em 61%.

Corte de ponto

O Governo do Estado está cortando o ponto dos profissionais em greve. A categoria chegou a recorrer à Justiça, mas o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) manteve autorização para que sejam descontados da folha dos educadores os dias parados em razão de greve. A decisão foi dada na última quarta-feira (19), pela desembargadora Maria Erotides Kneip.
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