De janeiro até o dia 31 de maio de 2019, 46 casos de homofobia foram registrados em Mato Grosso, além de quatro mortes. Os números foram divulgados pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), neste 28 de junho, quando é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT.

Leia também:
Criminalização da homofobia tem efeito pedagógico contra aspectos subjetivos do preconceito, explica advogado

Os números foram calculados com base nos boletins de ocorrência. Outras estatísticas também chamam atenção. Desde 2011, aconteceram no estado 482 ocorrências e 89 mortes, e o número aumentou de 15 em 2015 para 111 em 2018. De 2017 para 2018, o número de mortes relacionadas a homofobia aumentou de 14 para 22, sendo que neste último ano sete foram registros de suicídios.

Segundo o secretário do GECCH, major PM Ricardo Bueno, o aumento dos números pode estar ligado à maior confiança das vítimas em denunciar. "Estamos evoluindo ano a ano neste sentido e os policiais não podem ser vistos mais como inimigos, ao contrário, eles são formados e capacitados constantemente visando ao atendimento digno e acolhimento a estas vítimas", frisa ele, que participou da audiência pública "50 anos de luta pelos direitos LGBT", realizada pela Assembleia Legislativa (ALMT), nesta quinta-feira (27.06).

O GECCH é responsável por acompanhar as ocorrências envolvendo crimes de homofobia, que são registradas em Mato Grosso, e capacitar policiais para o atendimento humanizado e acolhedor às vítimas.

Para o secretário, a confiança nos canais de denúncia e nas forças policiais é uma das conquistas resultantes da luta do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis (LGBT) por direitos.

O dia 28 de junho foi instituído como ‘Dia Internacional do Orgulho LGBT’ após o conhecido episódio do levante do Stonewall Inn, ocorrido em Nova Iorque, em 1969 – há 50 anos. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, em sua maioria LGBTs e pessoas em situação de rua, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas com frequência. O levante durou mais duas noites e, no ano seguinte, resultou na organização na 1ª parada do orgulho LGBT, realizada em 1º de julho de 1970, para lembrar o episódio.

Como procurar ajuda

Para os casos ligados à depressão e prevenção ao suicídio, o Centro de Valorização da Vida (CVV) está à disposição 24 horas pelo Disque 188. Com relação às ocorrências criminais, os números da segurança disponíveis são o 197 (Polícia Civil) e 190 (Polícia Militar). Já o contato do GECCH é (65) 3613-8112 ou gabgecch@sesp.mt.gov.br.