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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Sabe a diferença entre queimadas, incêndios florestais e focos de calor? Bombeiros explicam

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Sabe a diferença entre queimadas, incêndios florestais e focos de calor? Bombeiros explicam
Por conta dos recorrentes incêndios em Mato Grosso, o Corpo de Bombeiros Militar, por meio do Governo, explica as diferenças entre queimadas, incêndios florestais, focos de calor e outros termos que podem ser associados ao tema. 


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Foco de calor

Um foco de calor é um dado capturado pelos satélites de monitoramento que estão a uma altitude de 700 a 900 km sobre o planeta. Os sensores do satélite registram temperaturas acima de 47°C. Ao longo dos anos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tem avançado na auditoria das detecções de focos de calor com intuito de evitar falsas detecções, desta forma, dificilmente um foco de calor detectado não seja incêndio ou queimada. Um incêndio ou uma ocorrência podem gerar um ou vários focos de calor, dependendo da extensão da linha de fogo.

Queimada

A queimada faz parte das técnicas tradicionais da agricultura familiar, em quase todo o Brasil. O objetivo é limpar uma área para o plantio de culturas temporárias. As cinzas contribuem com a fertilidade num primeiro momento, mas o fogo recorrente empobrece o solo. Depois de algumas colheitas essa área é deixada para descanso com a recuperação da vegetação. Para a queimada não se transformar num incêndio é preciso aplicar algumas técnicas de segurança, entre elas a construção de aceiros.

No período proibitivo de fogo em Mato Grosso, mesmo as queimadas prescritas ficam suspensas até que seja decretado o fim.

Aceiro

A abertura de aceiro é fundamental para a contenção do fogo. Ele consiste em uma faixa sem vegetação, que impeça o avanço das chamas. Pode ser aberto com ferramentas como enxadas e rastelos, com trator ou com fogo. O aceiro de fogo (ou aceiro negro) só é recomendado por quem domina a técnica, sob risco de causar um outro incêndio.

Incêndio florestal

Incêndio é o fogo que devora, segundo o dicionário, o fogo que avança fora de controle. O Corpo de Bombeiros Militar classifica como Incêndio Florestal (ou simplesmente IF) o incêndio em vegetação em área rural, mesmo se for em área antropizada (agrícola) ou de vegetação nativa.

Incêndio em terreno urbano

A fiscalização e controle de terrenos urbanos são de responsabilidade das prefeituras municipais, mas o Corpo de Bombeiros Militar também atende a ocorrências de fogo em terrenos urbanos já que esses afetam a vizinhança, mesmo que não haja patrimônio em risco. Apesar de atingirem áreas menores e causarem menor impacto ambiental, os terrenos urbanos representam a maior quantidade de ocorrências de incêndio em vegetação atendidas pelo CBM. Isso se deve ao fato dos chamados serem mais frequentes, já que incomodam diretamente os cidadãos.

Punição

Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), ou de seis meses a um ano e multa, se culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare.

Incêndios em Mato Grosso

Em Chapada dos Guimarães (a 64 km de Cuiabá), o incêndio no Parque Nacional teve início no dia 9 de agosto e foi extinto dez dias depois, no último domingo (18). A área total devastada pelo fogo, somada entre parque e arredores próximos ao distrito de Água Fria, é de equivalente 13,3 mil campos de futebol. 

Por conta do incêndio, os atrativos turísticos da Cidades das Pedras e Vale do Rio Claro tiveram que ser fechados para visitação por motivos de segurança a partir dos dias 10 e 12 de agosto, respectivamente.

Apesar da extinção deste incêndio, desde quinta-feira (22) há outro cerca de três quilômetros do local, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Por conta de queimas prescritas, o Parque está relativamente seguro.

O Parque Estadual Serra Ricardo Franco, na região de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 521 km de Cuiabá), também foi atingido por um incêndio florestal no início do mês. O fogo só foi controlado no dia 10 de agosto, após quatro dias de atuação dos bombeiros. Cerca de 90% do fogo foi controlado.

No sábado (17), diversas ocorrências de incêndios foram atendidas ao longo de Mato Grosso. Somente em Cuiabá, dois incêndios aconteceram na Avenida Miguel Sutil e na Rodovia dos Imigrantes. Já em Campo Novo do Parecis a devastação foi em larga escala, sendo necessária atuação conjunta do Núcleo de Bombeiros da cidade, a Defesa Civil Municipal e a Coprodia, usina de etanol localizada nos arredores da cidade.

Já no domingo (18), pelo menos quatorze pequenos incêndios foram registrados nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso precisou escolher quais das ocorrências atender. Entre os incêndios, houve casos de automóveis pegando fogo e terrenos sendo incendiados no Distrito Industrial e Avenida do Chile, em Várzea Grande.

Segundo um levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV), que foi publicado pelo Inpe, entre janeiro e agosto de 2019, o estado registrou mais de 13 mil focos de calor, o que representa um aumento de 87% em relação ao ano anterior. Deste montante, 60% se concentram em áreas privadas registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
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