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Sábado, 20 de abril de 2024

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'SOS CERRADO'

“Tudo tem limite no planeta”, diz ambientalista em protesto pela Amazônia e Cerrado

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

“Tudo tem limite no planeta”, diz ambientalista em protesto pela Amazônia e Cerrado
"Tudo tem limite no planeta”. A afirmação é do ambientalista Luis Gabriel Nunes, que participou de manifestação em defesa da Amazônia e Cerrado, nas ruas de Cuiabá, na tarde desta quarta-feira (28). Em Mato Grosso, 60% dos 13 mil focos de calor registrados pelo Instituto Centro de Vida (ICV) entre janeiro e agosto, se concentram em áreas privadas registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).


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“A gente está tentando dialogar com a população porque isso é além do problema que é mostrado na televisão. Vivemos em um sistema que rege o mundo que é um sistema de constante expansão. Sabemos que não existe nenhuma empresa ou grupo de agronegócio que não quer expandir seu negócios. É típico do empresário, seja ele pequeno, médio ou grande. Não é um crime. É uma coisa que precisamos conscientizar. Um sistema em constante expansão não é suportado em um planeta onde tudo é limitado”, explica ao Olhar Direto.

Geisa da Graça Bastos, estudante de ciências biológicas, defende que os incêndios na Amazônia e Cerrado vão além do problema ambiental, atingindo também o âmbito social, atingindo a população com menor aquisição financeira. O ambientalista Luis Nunes acrescenta que as queimadas atingem também o setor da saúde.



“A gente sabe que as queimadas, além do meio ambiente que é afetado, um dos nossos principais patrimônios, também tem a saúde pública, saúde humana. Há pessoas que têm problemas respiratórios que ficam com [os] problemas [agravados]. Acaba sendo também um problema do SUS”.

“Eu acho que é fundamental vermos que tem atos acontecendo no país todo. A gente precisa mobilizar uma certa massa crítica para tocar as pessoas que não estão conscientes com o que está acontecendo, além de poder ver a diversidade das opiniões. Poder debater para visualizar possíveis ações. 

Em Cuiabá, o ato acontece com oficinas, distribuição de mudas de plantas típicas do cerrado e passeata até a Orla do Porto, onde se encerra. Nacionalmente, os protestos defesa da Amazônia e Cerrado são realizados outras cidades e estados do Brasil ao longo da semana, estendendo-se até o sábado (31).

Ao Olhar Direto, a documentarista Jade Rainho explica ser fundamental que haja essa mobilização a nível nacional, porque só assim será conscientizar aqueles que não tem uma dimensão do que está acontecendo com as florestas, mas confessa que falta propostas concretas para a resolução do problema.

“Às vezes eu sinto nesses espaços de atos e marchas que se fala muito do que está errado, mas a gente não apresenta propostas. Eu sei que isso é devido ao cerceamento que a gente tem na educação, porque para gente se visualizar e perceber o que está acontecendo em nosso redor, nós precisamos de informação e educação para poder articular um pensamento crítico para ver de que formas se pode estar unidos para agir e trazer uma transformação consciente”, conta.

Incêndios em Mato Grosso

Em Chapada dos Guimarães (a 64 km de Cuiabá), o incêndio no Parque Nacional teve início no dia 9 de agosto e foi extinto dez dias depois, no último domingo (18). A área total devastada pelo fogo, somada entre parque e arredores próximos ao distrito de Água Fria, é de equivalente 13,3 mil campos de futebol. 

Por conta do incêndio, os atrativos turísticos da Cidades das Pedras e Vale do Rio Claro tiveram que ser fechados para visitação por motivos de segurança a partir dos dias 10 e 12 de agosto, respectivamente.

Apesar da extinção deste incêndio, desde quinta-feira (22) há outro cerca de três quilômetros do local, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Por conta de queimas prescritas, o Parque está relativamente seguro.

O Parque Estadual Serra Ricardo Franco, na região de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 521 km de Cuiabá), também foi atingido por um incêndio florestal no início do mês. O fogo só foi controlado no dia 10 de agosto, após quatro dias de atuação dos bombeiros. Cerca de 90% do fogo foi controlado.

No sábado (17), diversas ocorrências de incêndios foram atendidas ao longo de Mato Grosso. Somente em Cuiabá, dois incêndios aconteceram na Avenida Miguel Sutil e na Rodovia dos Imigrantes. Já em Campo Novo do Parecis a devastação foi em larga escala, sendo necessária atuação conjunta do Núcleo de Bombeiros da cidade, a Defesa Civil Municipal e a Coprodia, usina de etanol localizada nos arredores da cidade.

Já no domingo (18), pelo menos quatorze pequenos incêndios foram registrados nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso precisou escolher quais das ocorrências atender. Entre os incêndios, houve casos de automóveis pegando fogo e terrenos sendo incendiados no Distrito Industrial e Avenida do Chile, em Várzea Grande.
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