O deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB) disse torcer para que a tentativa de colaboração premiada do ex-deputado José Riva seja homologada pela Justiça. O emedebista foi acusado por Riva, em suposta delação, de ter recebido “mensalinho” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso desde 1995. Para Romoaldo, Riva deu as declarações na tentativa de escapar da prisão.

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“É normal. O cara está condenado a 100 anos, tem que se defender, né?! Tomara que seja homologada mesmo e ele fique solto, ele não merece ser preso, não. Trabalhou aí por 20 anos, ajudou muito Mato Grosso. Eu nunca fui preso, mas imagino que cadeia deva ser muito ruim. Ele tem que falar algo mesmo, mas daí tem que provar. A minha consciência está limpíssima. Eu entrei nessa Assembleia como um homem rico, me orgulho do meu trabalho na política, mas hoje, financeiramente, eu sou bem pior”, disse Romoaldo, que garantiu não guardar ressentimentos pelo ex-colega ter lhe envolvido nos supostos esquemas.

Conforme revelado por Olhar Direto, um documento representando suposta proposta de colaboração premiada entregue por José Riva ao Ministério Público (MPE) apresenta lista com 38 nomes de ex-deputados e deputados que supostamente receberam mensalinho na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Os fatos tiveram início em 1995 e alcançaram montante aproximado de R$ 175 milhões.

Para comprovar os crimes, o ex-parlamentar se comprometeu a apresentar transferências bancárias, depósitos bancários, notas promissórias e testemunhas.

Além de Romoaldo, outros quatro parlamentares com mandato em vigência também são acusado de terem recebido propina na Assembleia. São eles: Dilmar Da’Bosco (DEM), Ondanir Bortolini (Nininho), Carlos Avalone (PSDB) e Sebastião Rezende (PSC).

Na semana passada, o presidente do Legislativo mato-grossense, Eduardo Botelho (DEM), afirmou ter conversado com Riva e também com membros do Ministério Público. Segundo ele, o documento vazado à imprensa é falso.

Questionado sobre a veracidade dos fatos supostamente delatados por Riva, Romoaldo disse que irá comprovar sua inocência, mas que há possibilidade de os esquemas terem de fato ocorrido.

“Ele foi chefe do Legislativo, esteve no poder por 20 anos, atuou em todos os Governos. Agora, cada um que ele citou tem que provar sua inocência. Eu vou provar a minha. Mas eu torço que a delação seja homologada para que o Riva possa ficar solto. Ele não merece ficar preso”, pontuou.