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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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EFEITO BOLSONARO

PSL em Mato Grosso: a ascensão e o declínio do partido político que cresceu 117% em um ano

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

O presidente Jair Bolsonaro, durante visita a Mato Grosso, em junho deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro, durante visita a Mato Grosso, em junho deste ano.

A “onda Bolsonaro”, responsável por arrastar multidões de novos filiados ao Partido Social Liberal (PSL) em todo o Brasil, deverá ser a mesma força responsável por diminuir consideravelmente, em número e expressividade, a sigla que, somente em Mato Grosso, cresceu 117% neste ultimo ano. Para se ter idéia, em agosto, no ultimo ato realizado pelo partido no Estado, quase 5 mil pessoas assinaram ficha de filiação. Esta semana, o maior representante da legenda no país, o presidente da República Jair Bolsonaro, anunciou que estava deixando o PSL para fundar seu próprio partido, que deverá ter o nome de Aliança pelo Brasil.


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Fundado em 1994, pelo deputado federal pernambucano Luciano Bivar, o PSL permaneceu inexpressivo ao longo dos últimos 20 anos. Até que no ano passado, com a chegada do então deputado Jair Bolsonaro, até aquela época filiado ao Partido Social Cristão (PSC), o partido dobrou seu número de membros, elegeu a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados e o presidente da República.

O avanço do partido em Mato Grosso foi tão impressionante quanto o observado a nível nacional. No ano passado, o PSL saiu do baixo clero – não possuía nenhum representante nem na Assembleia Legislativa, nem na bancada federal – para o topo: elegeu a senadora mais votada: Selma Arruda; o deputado federal mais votado: Nelson Barbudo; além de dois deputados estaduais: Claudinei Lopes e Silvio Favero.

Neste momento a sigla conta com quatro prefeitos, além de vice-prefeitos, vereadores e lideranças locais. Ao todo, são mais de 10 mil filiados com ficha assinada e em processamento no Tribunal Regional Eleitoral.

Em declínio

A primeira grande baixa no PSL mato-grossense ocorreu em setembro, quando Selma Arruda – eleita sob a alcunha de “a senadora de Bolsonaro” – deixou o partido para se filiar ao Podemos. Na época, a justificativa dada pela parlamentar para a desfiliação foi a mesma que deu início à crise entre o clã bolsonarista e Luciano Bivar.

Chamada de “Moro de Saias”, Selma é uma das principais articuladoras pela abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende investigar integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficou conhecida como CPI da Lava Toga. A senadora teria sofrido pressão partidária – por parte de Bivar e do filho de Bolsonaro, o também senador Flávio Bolsonaro – para desistir da CPI.

Naquela época, vários líderes do PSL já anunciavam descontentamento e pretensão em deixar a sigla. A crise foi ampliada depois que a investigação sobre supostas candidaturas-laranja no partido ganhou força. Bivar é um dos citados pela Justiça Eleitoral e teria, segundo o Ministério Público, usado uma candidata laranja para desviar dinheiro do fundo especial de campanha. Além de Bivar, o ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, que é deputado pelo PSL, também é investigado. Ambos negam as irregularidades.

Fim da era?

Depois de muita especulação, o presidente Jair Bolsonaro anunciou oficialmente, no final da tarde da ultima terça-feira (12), que estava deixando o PSL para fundar seu próprio partido, que deverá se chamar Aliança Pelo Brasil.

O comunicado foi feito em uma reunião com alguns parlamentares da sigla, que avaliam a partir de agora se irão acompanhá-lo ou não em seu novo projeto. Entre os participantes estava o deputado federal, Nelson Barbudo, atual presidente do PSL em Mato Grosso.

Em vídeo, divulgado em suas redes sociais, Barbudo afirmou que sua permanência no PSL também está com os dias contados. “Eu estou no PSL até a criação do partido e esperaremos a formação do novo partido. Quero convocar uma grande reunião no Mato Grosso para que os 126 diretórios decidam o que nós haveremos de fazer. Eu particularmente acompanharei o presidente Bolsonaro se realmente o partido for formado. Aqueles que quiserem permanecer no PSL terão o apoio do deputado Nelson Barbudo, porque não sou de deixar companheiros para trás”, declarou.

A nível nacional, pelo menos metade dos parlamentares do PSL já decidiram que vão abandonar a sigla. Se a criação do partido de Bolsonaro for adiante, a tendência é que as forças de centro se fortaleçam ainda mais no Congresso. Com a base esfacelada, o Governo pode ter mais dificuldades na relação com o Legislativo.
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