Uma jovem de 20 anos foi detida depois de tentar enterrar um feto, em um cemitério no município de Primavera do Leste (a 244 quilômetros de Cuiabá), na noite do último sábado (11). Ela teria pedido para o coveiro para fazer o enterro, mas ele se recusou devido a falta de documentação que comprovasse a morte.

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O coveiro, que não quis ter a identidade divulgada, contou à reportagem da TV Centro América que pediu para a jovem ir até um hospital para pegar um atestado de óbito, mas ela preferiu voltar para a casa com o feto.

“Quando falei que precisava passar por um hospital para poder ter um atestado de óbito, pois sem um documento não posso fazer sepultamento, ela não aceitou”, disse. Foi então que ele acionou a Polícia Militar.

Uma equipe se deslocou até a casa da mulher e encontrou o feto, posteriormente encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), que deverá apontar a causa da morte. A suspeita alegou que não sabia que estava grávida e tomou um chá abortivo por descuido.

“Agi da maneira correta, não só como coveiro, mas como ser humano também. Naquele momento senti angústia, tristeza e pensei se aquele aborto foi mesmo espontâneo. Por isso, chamei a polícia”, disse o coveiro. Após ser ouvida na Delegacia de Polícia, a jovem foi liberada.

A descriminalização do aborto já chegou a ser discutida no Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, No Brasil ainda é considerado um crime, com penas previstas de 1 a 3 anos de detenção para a gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico ou qualquer outra pessoa que realize em outra pessoa o procedimento de retirada do feto.