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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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ECONOMIA AOS COFRES

Transplante de rins entre irmãs marca retomada do procedimento em MT após dez anos

Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

Transplante de rins entre irmãs marca retomada do procedimento em MT após dez anos
Paralisado há dez anos, o transplante de rins foi retomado em Mato Grosso, na tarde de terça-feira (14), após a realização do primeiro procedimento cirúrgico que transplantou o órgão entre duas irmãs, Glacelise Bettini da Silva Medrado, de 42 anos, receptora do órgão e Carmem Regina da Silva Medrado, de 47 anos, doadora. 


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A cirurgia, que durou aproximadamente sete horas, sem nenhum tipo de complicação, foi realizada pela equipe do Centro Cirúrgico do Hospital Santa Rosa, unidade credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar a operação de transplante renal no Estado.

A paciente Glacelise Bettini explicou que, em meados de 2015, percebeu que algo não estava certo com a sua saúde. O primeiro sinal manifestado no organismo percebido por ela foi a cor da sua urina que teve uma alteração. Após a realização dos exames, o resultado apontou que o rim não estava funcionando de forma adequada.

Já com o diagnóstico de insuficiência renal, Glacelise chegou a realizar o procedimento para implantação da fístula e realizar o tratamento do rim por meio da hemodiálise. Porém, a paciente explicou que pediu ao médico outras alternativas de tratamento para resolver o seu caso de saúde.

"Eu falei ao doutor que não queria fazer a hemodiálise, fiquei desesperada, e pedi qualquer outro recurso. Ele disse que eu poderia fazer o transplante e perguntou se teria alguém para fazer a doação do órgão", explicou.

Glacelise indicou a irmã, Carmem, para ser a doadora. Porém, antes informar ao médico de quem seria a doadora, ela não tinha pedido autorização e nem sabia se ela aceitaria passar pela cirurgia para doar o rim e salvar sua vida.

Carmem, a doadora, disse que ao receber o pedido de ajuda para salvar a vida da irmã aceitou imediatamente. "Foi de boa, não pensei duas vezes. Na hora falei sim e perguntei o que eu precisava fazer. Vamos realizar tudo que for preciso", disse há época. 

No quarto de internação a emoção contagiou às irmãs, confiantes de que tudo daria certo na cirurgia, elas se abraçaram e declaram que ser pacientes desta primeira cirurgia que marca o reinicio "é maravilhoso, pois depois vamos ser testemunhas que passamos pelo processo e vencemos todas as etapas".

O governador Mauro Mendes, acompanhado da primeira-dama Virginia Mendes, comemorou o retorno do serviço. " Mato Grosso era um dos poucos estados brasileiros que não realizava essa cirurgia. Depois de muito trabalho da equipe da Secretária Estadual de Saúde, do Hospital Santa Rosa - que foi habilitado para realizar os procedimentos 100% pelo SUS - os pacientes poderão fazer a cirurgia sem precisar pagar nenhum centavo por esse procedimento", ressaltou o governador.

Além disso, o chefe do Poder Executivo disse que a reativação do serviço irá proporcionar um "alivio" aos pacientes, pois com essa oferta de transplante renal, todos poderão realizar a cirurgia sem precisar sair de Mato Grosso.

"São quase mil pacientes em nosso Estado que têm indicação clínica para transplante. Esses pacientes poderão procurar nossa Secretaria para realizar os procedimentos e, nos próximos meses, se Deus quiser, essas pessoas terão suas dores e sofrimentos aliviados pela possibilidade da realização desse procedimento feito em Mato Grosso", disse Mauro Mendes. 

Além do trabalho do governador, o resultado dessa grande conquista faz parte do esforço  da primeira-dama Virginia Mendes, sensível à causa justamente por ter um rim transplantado há quase seis anos. Madrinha oficial do transplante renal, a primeira-dama trouxe celeridade à desempenho do processo.

Virginia acompanhou todas as etapas, fortaleceu a causa e pediu para que toda a equipe de profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), sob a gestão de Gilberto Figueiredo, dedicasse empenho em todas as tratativas formais junto ao Ministério da Saúde para o retorno dos serviços.

"Estou muito feliz! Primeiramente agradeço a Deus. Agradeço também o nosso governador por estar proporcionado tudo isso e agradeço a toda a equipe médica, pois foi um procedimento realizado com muito sucesso. Eu sou transplantada, eu só tenho a agradecer", disse Virginia Mendes.  

"Aproveito a oportunidade para falar às pessoas que não tenham medo do transplante, vocês podem ser doadores em vida Como exemplo, está aqui meu esposo, minha alma gêmea, minha vida, que me salvou e é um doador vivo. Então, às pessoas não precisam ter medo da doação, somos testemunhas que isso pode ser feito para salvar vidas. Além de mim, temos o caso dessas duas irmãs que realizaram este lindo gesto de puro amor na doação de rim entre vivos", completou.  

Segundo informações da assessoria de imprensa, o programa de transplante renal iniciou suas atividades em 1999. Porém, a última cirurgia de transplante de rim realizada em Mato Grosso ocorreu em maio de 2009. O reflexo da desativação desse procedimento foi o acumulo de pacientes na fila de espera e que precisaram ser encaminhados para outros Estados para realizar o procedimento.

De acordo com os dados da Central de Transplante da SES-MT, atualmente, 1.800 pacientes estão realizando hemodiálise. A estimativa é de que 50% dessas pessoas tenham indicação para o transplante renal.

Diante desse percentual, o secretário estadual de saúde, Gilberto Figueiredo, comemorou a reativação dos procedimentos de transplante renal. Além disso, antes do processo cirúrgico, o gestor visitou as irmãs. Na ocasião, o gestor destacou que, com o retorno da oferta desse serviço, os pacientes podem realizar o tratamento em domicílio.

"Este é o primeiro transplante, um procedimento de alta complexidade no qual os pacientes precisam deixar nosso Estado, um difícil processo, mas que agora passa a ser realizado novamente aqui. Esta é apenas a primeira de uma série de outras duplas de pacientes que já foram avaliadas para fazer o transplante", revelou o secretário de estadual de saúde, Gilberto Figueiredo.


Marcos Vergueiro/Secom-MT
"Eles – governador e primeira-dama – se empenharam muito, sempre tiveram um carinho especial, desde o início, pois entendem a importância da reativação do processo. A primeira-dama torce para que tudo isso seja um grande sucesso e estava angustiada para que tudo fosse restabelecido o quanto antes. Por isso, assim como a gente, eles estão comemorando este grande momento que marca a retomada do transplante de rim em Mato Grosso", adiantou Gilberto.

Economia na saúde

A reativação do procedimento cirúrgico de transplante renal irá gerar uma economia no orçamento do Governo de aproximadamente R$ 10 milhões por ano. De acordo com a secretária adjunta de Regulação, Controle e Avaliação da SES-MT, Fabiana Bardi, o Estado ficava responsável pelo custeio do tratamento e desembolsava valores exorbitantes para atender e garantir a prestação de saúde aos pacientes por meio Tratamento Fora de Domicilio (TFD).

"Nós últimos anos, o Estado vem gastando com o (TFD), principal órgão de encaminhamento desses pacientes para outras cidades, algo em torno de R$ 22 milhões. Deste total gasto, 50% era exclusivo para atender pacientes da nefrologia. Com a retomada do transplante dentro do Estado, é estimada uma economia de aproximadamente 10 milhões", explicou a Fabiana Bardi.

Outro importante benefício é a agilidade do processo para a realização da cirurgia aos pacientes de Mato Grosso. Antes da reativação do procedimento, todos eles dependiam da disponibilidade do agendamento em perspectiva nacional, gerando um maior tempo de espera. Agora, o tempo de espera é reduzido e a SES-MT garante aos pacientes toda a assistência com medicação, consultas e vigilância do processo.

Serviço de Transplante

O Governo de Mato Grosso possui ativo, desde 2000, o programa de transplante de córnea. Os procedimentos para realização desta cirurgia são realizados em duas unidades de saúde credenciadas: O Hospital de Olhos de Cuiabá e Instituto da Visão - Visionare, todos ofertando os serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O processo de doação pode ser realizado de dois modos: o doador vivo e o doador cadáver. O vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação e que seja compatível com o receptor. Além disso, a pessoa viva pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. De acordo com Lei n°10.211/2001, para casos de doação de transplante intervivos, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não-parentes somente com autorização judicial.
Doadores cadáveres são aqueles que tiveram o diagnóstico de morte encefálica, geralmente são vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, que exige a realização de exames que comprovem a morte. Para atestar a legitimação da morte, os exames precisam ser analisados por um médico intensivista e um reurologista para confirmação da morte. Após toda parte de atestado da morte, é necessário a permissão, documentada, de autorização da família.
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