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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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CASOS CHOCAM

Uso de drogas pode alterar percepção da realidade e levar a crimes graves

Foto: Reprodução

Uso de drogas pode alterar percepção da realidade e levar a crimes graves
Marina Garcia Oliveira, de 66 anos, Marcelo Ferraz e Maria Zélia da Silva, de 55 anos. Essas três pessoas foram brutalmente assassinadas por usuários de drogas nos últimos meses, em três municípios do Estado de Mato Grosso. Os homicídios chamam atenção para crimes associados ao uso de entorpecentes.


"Desde substâncias mais simples e usuais como o álcool, por exemplo, até substâncias com poder mais intenso, como drogas ilícitas, vão estar sujeitos a elevar as alterações na sua capacidade de julgamento e alterações de senso-percepção", afirma o psiquiatra Rodrigo de Jesus Rodrigues da Silva, pós-graduando em Dependência Química pela Unidade de Pesquisa em álcool e Drogas (UNIAD).

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Há cerca de 15 dias, o usuário de drogas Jomarlei Garcia da Silva, de 28 anos, matou a facadas a própria mãe, Marina Garcia, que se recusou a dar dinheiro para ele comprar droga, no município de Cáceres (a 219 km de Cuiabá),

Ano passado, o jornalista Marcelo Ferraz foi morto a pedradas, na avenida do CPA, em Cuiabá, após um desentendimento com Jonh Lennon da Silva, 21 anos, que afirmou, na época, viver 24 horas sob efeito de drogas e que já usou até álcool de posto.

Outro caso chocante aconteceu quando Lumar Costa da Silva, 28 anos, matou e arrancou o coração da tia, Maria Zélia, em Sorriso. Ele disse que tinha tomado LSD no mesmo dia do crime e que havia fumado maconha também.

“Após matar e arrancar o coração da vítima, ele seguiu até a casa da filha dela e ameaçou matá-la. A mulher então entregou a chave do carro para que ele pudesse fugir. Depois, ele bateu em um transformador e disse que a intenção seria apagar as luzes da cidade”, comentou o delegado André Ribeiro, que investiga o caso. 


Delegado afirma que homem que arrancou coração da tia queria fazer outras vítimas; suspeito se cala

Segundo familiares, Lumar é uma pessoa bastante inteligente, fala dois idiomas e já trabalhou em uma multinacional de São Paulo. O comportamento do homem mudou após ele começar a usar drogas e ter uma briga com a mãe. A vítima, que era muito religiosa, não aceitava que ele utilizasse entorpecentes na sua casa, até que o expulsou.

O trio de acusados relatou ter sofrido surto no momento do crime. Em nenhum dos casos houve, até o momento, comprovação atestada pela Perícia Técnica (Politec) de insanidade mental. "Tudo que ocorre abruptamente a gente fala que é um surto. Mas geralmente quando se fala em surto, você está se referindo aquele episódio onde você teve agudamente naquele momento, mas de uma forma descontrolada", explica o psiquiatra.

"Eu não vou estar ouvindo vozes, tendo alucinações, tendo alteração na minha senso-percepção da minha realidade. Simplesmente estourou o meu limite de tolerância com as pessoas e eu explodi, tive um momento de fúria. Isso pode acontecer com qualquer pessoa, mas com uso de substância é mais predisponente".



O médico afirma que o uso de substâncias psicoativas pode desenvolver diversas doenças. "Ela pode predispor uma doença que você já tenha predisposição  genética, algum transtorno psiquiátrico, psicose ou mesmo causar essa psicose. Não somente ela pré-dispõe alguém, mas ela também pode desenvolver essas doenças".

Ele relata também algumas das alterações. "Você tem uma alteração do seu comportamento, agitação psicomotora, agressividade, alteração no seu julgamento, juízo critico. Quando a pessoa está em um grau muito alto de alcoolemia ou até mesmo sobre efeito de alguma substância, você tem um risco muito maior e uma alteração muito mais significativa desse comportamento", acrescenta.

O psiquiatra Rodrigo conta os sintomas do transtorno mental caracterizado por uma desconexão da realidade. "Quando tenho um quadro psicótico, eu tenho alteração da minha capacidade de senso-percepção. Nessa alteração, eu posso estar tendo delírios, eu posso achar que alguém está me perseguindo, que alguém está me vigiando, que a pessoa que está comigo está me traindo, posso achar que tem alguém do meu trabalho me querendo fazer mal", afirma. 


 
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