O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, condenou os critérios adotados pelo Governo do Estado para definir a necessidade de isolamento ou não de municípios como enfrentamento ao coronavírus. A manifestação da entidade é uma reação ao decreto governamental que proibiu as prefeituras de isolarem as cidades durante a pandemia, sem que haja permissão do Executivo estadual. 

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“Ao baixar os decretos municipais, os prefeitos estabeleceram regras com a principal preocupação em preservar vidas, sem, contudo, prejudicar o setor econômico. Além disso, os prefeitos não se precipitaram em suas decisões, eles foram prudentes e responsáveis. Acima de tudo, estão cumprindo com a obrigação prevista em lei, que é de proteger a população”, rebateu Neurilan. 

A tensão entre o Governo e as prefeituras vem desde a semana passada. Gestores, a exemplo do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), criticaram a falta de interação entre o Estado e os municípios, que não foram chamados para discutir as medidas de maneira conjunta. 

Criticado inclusive por seus seguidores, conforme divulgado por Olhar Direto, Mauro Mendes só convocou os prefeitos de Cuiabá e de Várzea Grande para alinhar as ações esta semana. Ainda assim, os decretos do Estado e das prefeituras continuam divergentes.  

Nesta quinta-feira (26), Mendes decidiu liberar todas as atividades econômicas no Estado e manter somente o isolamento social da população. O governador criticou também os prefeitos que, na semana passada, determinaram o fechamento do comércio e adotaram toque de recolher em suas cidades. 

Na justificativa do Executivo estadual, Mato Grosso ainda apresenta poucos casos confirmados da Covid-19, portanto, o isolamento total dos municípios não se faz necessário neste momento. O Governo, no entanto, não descarta o endurecimento das regras caso a doença avance.  

Mauro Mendes disse, ainda, que o decreto do Estado sobrepõe o das prefeituras e não descarta punição a gestores que descumprirem as ordens. A Prefeitura de Cuiabá, no entanto, emitiu nota ratificando as medidas restritivas inclusive de fechamento de estabelecimentos comerciais. 

Para Fraga, a atitude do Governo de assumir a responsabilidade pelas ações de combate ao coronavírus não deixa de ser positiva, até mesmo para uniformizar as decisões. Porém, o presidente da AMM destaca que que a população de municípios menores, como Brasnorte, por exemplo, deve ter o mesmo tratamento e cuidado que se tem com a população das grandes cidades.