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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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CRITÉRIOS TÉCNICOS

Mendes garante que “ciência” pautará ações do Governo: não administro pensando em reeleição

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Mendes garante que “ciência” pautará ações do Governo: não administro pensando em reeleição
No mês passado, quando o coronavírus não passava de uma “sombra” na vida dos mato-grossenses, o governador Mauro Mendes (DEM) comemorava que pela primeira vez depois de quatro anos o Executivo tinha fechado suas contas “no azul”. O democrata, porém, veio a público anunciar a estimativa de queda de até 50% na arrecadação do Estado. 


Em meio à crise, que segundo especialistas será maior do que o crash de 1929, e ao falso dilema entre salvar vidas ou a economia, Mauro garante que fica com “a ciência” e se desprende de compromissos eleitorais futuros, ao contrário do que pregou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao criticar governadores que adotaram medidas de isolamento social em seus estados – como ocorreu em Mato Grosso. 

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“Deixo claro que as ações do Governo estão sendo pautadas por critérios técnicos, científicos, e não pensando em projetos eleitorais. Já demonstrei, enquanto prefeito de Cuiabá, que não administro pensando em reeleição. O que queremos é tomar as melhores decisões, que garantam a saúde e a qualidade de vida do povo mato-grossense", defendeu o governador, em entrevista ao Olhar Direto

Para tentar diminuir os impactos da retração econômica, o governador suspendeu a renovação de alvarás e tributos como o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) neste primeiro semestre. 

O ICMS, por exemplo, não será cobrado das micro e pequenas empresas, que são tributadas pelo Simples Nacional, nos meses de abril, maio e junho. O IPVA, que já havia sido suspenso nos meses de março e abril, também não será corado em maio. 

Crise com Bolsonaro 

Seguindo uma estratégia anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - que desistiu dela no dia seguinte -, o presidente Jair Bolsonaro contrariou as recomendações do seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e segue defendendo o chamado isolamento vertical — apenas idosos e pessoas do grupo de risco seriam isolados, e o resto da população poderia circular normalmente.  

A tese que move essa ideia é a de que os impactos econômicos decorrentes do isolamento total causarão mais mortes que o próprio coronavírus e, por isso, seria necessário encontrar um equilíbrio.  

Bolsonaro vem criticando os gestores estaduais e municipais duramente e acusando-os de politizar a questão. O governador Mauro Mendes chegou a dar declarações parecidas, mas tomou o cuidado de dizer que não concordava com o presidente.  
Vale destacar que o governador Mauro Mendes foi um dos primeiros a adotar medidas de restrição para o enfrentamento da Covid-19. No seu encalço, prefeitos também passaram a definir regras para o funcionamento das cidades. Mais tarde, porém, o próprio governador criticou a atitude dos prefeitos e alertou que a “palavra final” sobre o que deveria ou não ser liberado era do Executivo estadual. 

"Em nosso estado, nós vimos prefeito que não tem caso suspeito e decretou praticamente 'lockdown' na cidade, para tudo. Não tem a menor razoabilidade. Não tem o menor sentido. Nós vamos aguentar 90 dias de comércio fechado? É um problema gigante. Eu estou muito preocupado com as pessoas, com as pequenas e micro empresas, com o emprego dos mato-grossenses. Então, por isso que eu defendo o meio termo. Dizem que a virtude está no equilíbrio: nem aquilo que o Bolsonaro falou – com todo o respeito ao nosso presidente - ‘tudo normal, como se nada tivesse acontecendo’; e nem aquilo que outras pessoas defendem de fechar tudo. Vamos continuar parando aquilo que pode ser parado neste momento, vamos redobrar as nossas medidas de segurança e prevenção e vamos colaborar, principalmente o grupo de risco”, pondera o governador. 

O quadro em Mato Grosso 

Atualmente, o Estado contabiliza 90 casos confirmados da Covid-19 e monitora outros 446 casos notificados de síndrome respiratória aguda grave. Dos casos confirmados até agora, 59% são mulheres e 41% de homens. A média de idade das vítimas é 44 anos. Entre elas está uma criança de no máximo cinco anos.  

O vírus

O coronavírus se transmite com grande facilidade, de forma que caso medidas de contenção não sejam colocadas em prática, até dois terços da população podem se infectar antes de se obter um nível de imunidade populacional capaz de barrar a transmissão. Soma-se a esse dado, o alto percentual de casos que evoluem para formas graves com necessidade de internação (de cerca de 15%), a letalidade de cerca de 2% na população geral (sendo muito maior em grupos de risco) e o alto impacto da doença entre profissionais qualificados essenciais, como trabalhadores da saúde. 

Dessa forma, além de uma piora da situação sanitária, como evidenciado em partes do Reino Unido, Holanda, norte da Itália e outros países europeus, a interrupção das medidas de contenção defendida por Bolsonaro não será capaz de impedir o impacto econômico do coronavírus no Brasil. 
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