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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Ministro Sérgio Moro pede demissão do governo Bolsonaro após demissão de chefe da PF

Foto: Divulgacão/Paulo Alceu/ND

Ministro Sérgio Moro pede demissão do governo Bolsonaro após demissão de chefe da PF
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou o seu pedido de demissão do governo Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã desta sexta-feira (24). Em seu forte pronunciamento, ele pontuou que a mudança na chefia da Polícia Federal foi uma interferência política, confirmada pelo próprio chefe de Estado; elogiou os governos do PT e PMDB, que não interferiram nas investigações, como foi o caso da Lava Jato e disse ter ficado sabendo da troca apenas durante esta madrugada.


Segundo moro, desde o fim do ano passado, houve uma pressão do presidente Jair Bolsonaro em fazer trocas nas equipes da Polícia Federal. "Não havia nenhum motivo. No caso do Rio de Janeiro, ele quem queria sair do cargo, portanto nós concordamos na promoção da troca, com substituição técnica, indicada pela polícia. A única pessoa que eu indiquei, foi o Valeixo, não é meu papel nomear superintendentes".

"Eu sempre disse ao presidente que não tinha problema em trocar o diretor-geral da Polícia Federal, mas preciso de uma causa, um erro grave. No entanto, o que eu vi, é que ele estava fazendo um trabalho bem feito", explicou Moro. Ele ainda acrescentou que "uma troca destas, seria uma violação da promessa de carta branca. Isso deixa claro que houve uma interferência política dentro da instituição, o que abala um pouco a minha imagem, mas também da governo".

O ministro ainda continuou pontuando que "isso não aconteceu durante a Lava Jato (nos governo do PT e PMDB), a despeito de todos problemas de corrupção que houve". Moro ainda disse que havia a intenção do presidente em trocar outros superintendentes, como no Rio de Janeiro e Pernambuco, sem que fosse apresentada uma causa. 

"Na quinta-feira (23), houve esta insistência, eu disse que seria uma interferência política e ele confirmou isto. Para evitar uma crise, durante uma pandemia, sugeri um nome, mas não obtive resposta. Não sei qual será a escolha, foi ventilado o nome de um delegado que passou mais tempo no congresso do que na ativa", continuou o ministro.

Moro revelou que, após pressões para que saisse, Maurício Aleixo disse que seria melhor ele sair para que fosse realizada uma substituição adequada. "Nunca voluntariamente, mas decorrente de uma pressão".

"Fiquei sabendo da demissão durante a madrugada e não assinei este decreto. Em nenhum momento houve pedido formal de exoneração. Depois, me comunicou que, ontem a noite, recebeu uma ligação de que sairia como exoneração a pedido e se ele concordava. Falou: 'vou fazer o que?'. Fui surpreendido, achei que isto foi ofensivo. A Secom afirmou que sim, mas isso não é verdadeiro", acrescentou.

Moro explicou que esta atitude seria uma forma de Bolsonaro o ver fora do cargo e comentou que existiram outras divergências entre os dois, mas que foram sempre resolvidas. 



Outros pontos do pronunciamento

"Antes de ser ministro, fui juiz e tive diversos casos relevantes e, desde 2014, participei da 'Operação Lava Jato', que mudou o combate à corrupção no país. Este cenário foi modificado. Foi um trabalho do Judiciário, Ministério Público e outros órgãos. Na parte da investigação, principalmente a Polícia Federal", disse o ministro no início de sua coletiva.

Moro ainda citou que não houve qualquer tipo de interferência do governo passado nas investigações da Lava Jato, o que poderia ser feito de várias formas. "Foi garantida a autonomia da Polícia Federal nestas investigações".

"É certo que o governo da época tinha inúmero defeitos, com a corrupção. Mas foi de suma importância a manutenção dos cargos na Polícia Federal. Houve autonomia das instituições de controle e investigação", disparou o ministro.

Moro lembrou que, o acordo com o presidente Jair Bolsonaro, antes de assumir o ministério, era que ele teria carta branca para nomear todos os assessores, inclusive dos órgãos policiais. "Na ocasião, foi noticiado que eu teria pedido uma nomeação ao Supremo Tribunal Federal (STF), não houve isto".

"Pedi que se algo acontecesse comigo, que a minha família recebesse uma pensão, foi a única condição que eu coloquei, quando assumi o minitério. O presidente concordou com isto e com a carta branca que me daria na minha Pasta", acrescentou Moro.

O ainda ministro destacou também todas as ações feitas pela sua gestão até o momento. "Não pedi que o Coaf viesse para o Ministério da Justiça, mas ele veio e o fortalecemos".

Moro pontuou que o mote da sua gestão foi "faça a coisa certa e arque com as consequências". 

Atualizada às 10h49.
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