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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Discurso bomba

Fávaro lamenta saída de Moro e torce para que interferência na PF não se concretize

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Fávaro lamenta saída de Moro e torce para que interferência na PF não se concretize
O senador por Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), lamentou – em entrevista ao Olhar Direto – a saída do agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, nesta sexta-feira (24). O parlamentar ainda acrescentou torcer para que a interferência política dentro da Polícia Federal, revelada pelo ex-juiz da Lava Jato, não se concretize, pelo bem da autonomia da instituição.


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“Com profunda tristeza recebo essa noticia da saída do ministro Sérgio Moro. Nós brasileiros reconhecemos o belo trabalho que ele fez no combate à corrupção”, disse o senador, herdou a vaga da cassada Selma Arruda, que era considerada o ‘Moro de Saias’.
 
Fávaro também disse torcer para que a interferência revelada por moro não se concretize. “Peço a Deus que não se concretize, se efetive, as preocupações  dele e os motivos que o levaram a pedir demissão. Que [a PF] continue sendo autônoma, independente, para cumprir seu papel”.
 
Por fim, o senador pontuou que o discurso da bancada do PSD segue unânime na linha do que ele declarou.

Saída de Moro

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou o seu pedido de demissão do governo Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã desta sexta-feira (24). Em seu forte pronunciamento, ele pontuou que a mudança na chefia da Polícia Federal foi uma interferência política, confirmada pelo próprio chefe de Estado; elogiou os governos do PT e PMDB, que não interferiram nas investigações, como foi o caso da Lava Jato e disse ter ficado sabendo da troca apenas durante esta madrugada.

Segundo moro, desde o fim do ano passado, houve uma pressão do presidente Jair Bolsonaro em fazer trocas nas equipes da Polícia Federal. "Não havia nenhum motivo. No caso do Rio de Janeiro, ele quem queria sair do cargo, portanto nós concordamos na promoção da troca, com substituição técnica, indicada pela polícia. A única pessoa que eu indiquei, foi o Valeixo, não é meu papel nomear superintendentes".

"Eu sempre disse ao presidente que não tinha problema em trocar o diretor-geral da Polícia Federal, mas preciso de uma causa, um erro grave. No entanto, o que eu vi, é que ele estava fazendo um trabalho bem feito", explicou Moro. Ele ainda acrescentou que "uma troca destas, seria uma violação da promessa de carta branca. Isso deixa claro que houve uma interferência política dentro da instituição, o que abala um pouco a minha imagem, mas também da governo".

O ministro ainda continuou pontuando que "isso não aconteceu durante a Lava Jato (nos governo do PT e PMDB), a despeito de todos problemas de corrupção que houve". Moro ainda disse que havia a intenção do presidente em trocar outros superintendentes, como no Rio de Janeiro e Pernambuco, sem que fosse apresentada uma causa. 

Moro fez uma comparação da situação com o período em que conduziu os processos da Operação Lava Jato como juiz: "Imaginem se durante a própria Lava Jato, ministro, diretor-geral, presidente, a então presidente Dilma, o ex-presidente, ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações sobre as investigações em andamento?", questionou.

"Na quinta-feira (23), houve esta insistência, eu disse que seria uma interferência política e ele confirmou isto. Para evitar uma crise, durante uma pandemia, sugeri um nome, mas não obtive resposta. Não sei qual será a escolha, foi ventilado o nome de um delegado que passou mais tempo no congresso do que na ativa", continuou o ministro.

Moro revelou que, após pressões para que saisse, Maurício Aleixo disse que seria melhor ele sair para que fosse realizada uma substituição adequada. "Nunca voluntariamente, mas decorrente de uma pressão".

"Fiquei sabendo da demissão durante a madrugada e não assinei este decreto. Em nenhum momento houve pedido formal de exoneração. Depois, me comunicou que, ontem a noite, recebeu uma ligação de que sairia como exoneração a pedido e se ele concordava. Falou: 'vou fazer o que?'. Fui surpreendido, achei que isto foi ofensivo. A Secom afirmou que sim, mas isso não é verdadeiro", acrescentou.

Moro explicou que esta atitude seria uma forma de Bolsonaro o ver fora do cargo e comentou que existiram outras divergências entre os dois, mas que foram sempre resolvidas. 
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