O governador Mauro Mendes (DEM) justificou esta semana que o baixo indíce de isolamento observado no Estado faz parte da estratégia adotada pelo Governo para lidar com o coronavírus. No último final de semana, Mato Grosso bateu o segundo lugar no pior nível de isolamento social do Brasil. Mendes não descatou decretar o chamado “lockdown” futuramente, mas ponderou que eventuais ações serão adotadas “no momento certo”.
 
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“A pandemia é grave, séria, pode tirar muitas vidas, mas um governante precisa olhar para todos os aspectos do problema. Salvar vidas é necessário, porém se nós fizermos lockdown fora de hora, isso vai prolongar o tempo de paralisação e as consequências econômicas serão gravíssimas. Então, nós estamos tentando equilibrar isso aqui no Estado. É por isso que nosso indice de isolamento está baixo, porque estamos adotando as medidas restritivas sem arruinar a economia”, explicou o governador, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
 
Mato Grosso segue na terceira posição do pior indíce de isolamento, com 38,36%, atrás apenas de Goiás (37,19%) e Tocantins (37.27%). Os dados são da plataforma ‘In Loco’, que analisa a localização dos celulares.  No último sábado (9), Mato Grosso tinha, segundo esta plataforma, 38,04% de isolamento. Ou seja, 61,6% dos cadastrados estava se movimentando pela cidade ou pelo estado. O pior estado, neste dia, foi Goiás, com 37,45%, e o melhor, Ceará, com 50,76%.
 
Na capital, os shoppings, academias, bares e restaurantes estão fechados, mas o comércio foi reaberto no dia 27 de abril. Poucos dias após a reabertura, o aumento na movimentação pela cidade já era notório.
 
Na segunda-feira (11), o repórter fotográfico do Olhar Direto registrou a movimentação pelas ruas de Cuiabá, cidade do estado com o maior número de infectados pelo novo coronavírus.
 
“Nossa estratégia é diferente porque nós temos 141 municípios e 98 deles, até o momento, não registrou um único caso sequer de Covid-19. Ficou muito claro para nós desde o início que não daria para o governador começar a tomar medidas pontuais para cada cidade e muito menos tratar todas as cidades de forma igualitária. Nós temos que aplicar o remédio certo, no lugar certo e na hora certa. Nós sempre fomos favoráveis às medidas restritivas, entretanto elas precisam ser aplicadas no momento certo. Você não pode ter uma dor de cabeça, achar que aquilo é câncer e correr para a quimioterapia. É preciso um diagnóstico correto”, pontuou o governador.