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É necessário identificar ‘sinais de alerta’ da mente em meio à pandemia, alerta psiquiatra

31 Mai 2020 - 07:58

Da Redação - Fabiana Mendes e Isabela Mercuri

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Werley Peres

Werley Peres

População em casa, sem poder encontrar amigos e familiares, bombardeada por notícias negativas e com muito medo. Esta é a receita perfeita para o adoecimento mental, e é também o que os números indicam: de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP),  89,2% dos especialistas entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes devido à pandemia de covid-19. Para o médico Werley Perez, de Cuiabá, identificar os sinais de alerta é o primeiro passo para proteger a si mesmo e aos familiares de doenças como depressão e transtorno de ansiedade.

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Os sinais, segundo o médico, são dormir menos (ou muito mais), não conseguir executar uma tarefa, ou ficar preocupado falando do mesmo assunto por muito tempo. “Uma coisa que está prejudicando muito é o excesso de informação negativa que os noticiários estão passando. As pessoas estão literalmente vendo e respirando isso o dia inteiro, então pessoas com quadro depressivo, de ansiedade, devem evitar noticiário demais, ver uma vez por dia, evite grupos de WhatsApp falando coisa ruim o dia inteiro”, alerta.
 
Segundo Werley, o essencial é tentar manter, ao máximo, a rotina de atividades, além de exercitar a cabeça tentando aprender coisas novas. “Pra quem não faz tratamento psiquiátrico fica mais fácil de cuidar disso, porque não tem nenhuma patologia ainda” afirma. “Sem sombra de dúvida é [necessário] tentar trazer a rotina que tinha o mais próximo da pessoa, como por exemplo, se fazia alguma atividade física, continuar fazendo, ter alimentação um pouco mais balanceada, evitar refrigerante, açúcar, ganho de peso. Tentar ler um bom livro, escutar uma boa música, e em especial ficar bem próximo das pessoas que te fazem bem, as pessoas que te deixam pra cima, que não vão colocar ainda mais pânico no seu dia a dia”.
 
Para o psiquiatra, outro excesso a ser evitado é o de consumo de álcool. “Tem muita gente bebendo muito nessa pandemia, porque acaba sendo um escape, achando que vai melhorar a ansiedade, e no dia seguinte está pior. E você também tem aumento de desavenças na família, violência domestica, isso também está relacionado com o nível de ansiedade das pessoas e efetivamente acaba favorecendo maior numero de agressão física ou verbal”, declara.
 
Em casos de pessoas que já possuíam doenças, como depressão ou transtorno de ansiedade, Peres afirma que é natural que piorem neste período e, por isso, os médicos podem aumentar as doces de medicamentos. “E a gente sempre fala da religiosidade, quem tem religião precisa manter a fé. Um dos pilares da nossa mente também é manter o espirito, e como é que se mante, com oração, meditação”, completa.
 
Segundo dados da ABP, divulgadas pela Agência Brasil, a pesquisa foi realizada com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal, correspondentes a 8% do total de psiquiatras do país. De acordo com o levantamento, 47,9% dos consultados tiveram aumento nos atendimentos após o início da pandemia. Essa expansão atingiu até 25%, em comparação ao período anterior, para 59,4% dos psiquiatras entrevistados.

Do total de entrevistados, 44,6% afirmaram ter percebido queda no número de atendimentos, por razões diversas, entre as quais interrupção do tratamento pelo paciente com medo de contaminação pelo vírus, restrições de circulação impostas pelas autoridades e redução no atendimento aos grupos de risco.
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