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Comerciantes se veem de mãos atadas com segundo fechamento por Covid-19 em Cuiabá

25 Jun 2020 - 09:15

Da Redação - Fabiana Mendes / Da Reportagem local - Rogério Florentino

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Comerciantes se veem de mãos atadas com segundo fechamento por Covid-19 em Cuiabá
Com flexibilização das medidas contra o coronavírus, os casos da doença cresceram a região metropolitana de Cuiabá enfrenta um colapso no sistema de saúde. Comerciantes de Cuiabá se preparam para o segundo fechamento total na cidade, agora determinado pela Justiça, e se veem sem alternativas para manter as vendas.  


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Com os primeiros casos da Covid-19, ainda em março, as atividades consideradas não essenciais foram impedidas de funcionar. Só em maio os estabelecimentos puderam reabrir, desde que cumprissem uma série de medidas de biossegurança.

Vendedor de bolsas, Adão Carvalho relata que nesse período reaberto, houve pouco movimento, não sendo suficiente para pagar as contas em atraso. Ele teve uma queda de 70% nas vendas.


Adão Carvalho

“Recuperei 30% das vendas, 70% foi negativo. Se eu vivesse de aluguel, teria fechado as portas, não iria aguentar. Até comentei com minha esposa, temos sorte de não pagar aluguel, se pagássemos, não iriamos resistir”, comentou.

O comerciante defende o fechamento do comércio em todos os municípios com alto risco de contágio pelo vírus. “Estou de acordo com o prefeito Emanuel, porque se for pra fechar, tem que ser o estado inteiro. Se for pra fechar só Cuiabá e Várzea Grande, eu não sou a favor”, afirma.

Com o fechamento, ele diz que não tem alternativa para fazer vendas. “Estou de mãos atadas, não tem o que fazer, ficar em casa sem ter o que fazer. Não tem alternativa”, lamentou.

Comerciante há 28 anos, Ivanilda Miranda, 49 anos, se mudou de Goiânia (GO) para a Capital mato-grossense, onde vende roupas no atacado. “Eu vim de Goiânia pra montar aqui, tem duas semanas. Eu sempre atendi no atacado e como vendo para lojas, não consegui trabalhar. No dia que entreguei mercadoria para cliente no interior, ele não teve como repassar dinheiro porque foi no dia que fecharam as lojas”, lembra.


Ivanilda Miranda

Ivanilda conta que durante o primeiro fechamento, ela sobreviveu com uma reserva financeira. Mas o dinheiro acabou e Ivanilda resolveu por seu projeto de mudança em prática. “Eu tinha esse projeto de abrir, eu estava esperando e pensei que essa era a hora. Não tinha como ficar em casa aguardando. Com duas semanas que eu abri, já vai fechar” lamentou.

Sócio proprietário de um salão de beleza, Maria Aparecida Ribeiro diz que ainda não conseguiu pagar as dívidas do primeiro fechamento. “A gente paga aluguel, água e luz. Não estamos atingindo a meta, porque os clientes estão afastados, quando vem, tá fechado, e quando a gente está aberto, as lojas estão fechadas”, diz.


Maria Aparecida Ribeiro

“Se abre as lojas, temos movimento, se não abre, não temos”, acrescentou. Ela acredita que o horário dos estabelecimentos do Centro deve ser padronizado por conta do risco de assalto.

Na área da beleza há mais de 15 anos, Maria Aparecida conta que além das dívidas básicas, ela precisa pagar o financiamento do salão. “O que vamos fazer? Todos os comerciantes estão na mesma situação”, acrescentou ela que mantém 10 funcionários no estabelecimento.

Sobre o lockdown, ela argumenta. “Quem precisa, realmente vem trabalhar. Quem puder ficar em casa, fique. Nós precisamos trabalhar. Dependemos do trabalho. Na nossa área, estamos sempre mexendo com água, limpeza. Não é muito contagioso”, conta.

Quarentena obrigatória 

O juiz José Luiz Leite Lindote, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande, determinou que as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande atendam ao decreto estadual que recomenda a quarentena coletiva obrigatória, com suspensão total de atividades que não estejam enquadradas nos serviços considerados essenciais.

Na prática, embora o decreto do Estado não utilize este termo, a região Metropolitana passará a adotar o chamado "lockdown", que vigorará a partir de 25 de junho (quinta-feira). 

Pela decisão, a quarentena coletiva ocorrerá, inicialmente, por 15 dias, mas este período poderá ser prorrogado em caso de reavaliação.  Os municípios devem, ainda, implementar barreiras sanitárias para triagem de entrada e saída de pessoas, permitindo apenas a circulação de quem exerce atividades essenciais e manter apenas os serviços públicos essenciais, exceto salões de beleza e barbearias e academias. As determinações constam no artigo 5º do decreto Estadual nº 522/2020 e devem ser cumpridas a partir do dia 25 de junho.
 
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