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Terça-feira, 19 de março de 2024

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Deveria ter mais sangue

Médico que atendeu Isabele percebeu pólvora no rosto da vítima e estranhou limpeza do local

Foto: Bruno Pinheiro - TV Vila Real

Médico que atendeu Isabele percebeu pólvora no rosto da vítima e estranhou limpeza do local
O médico Wilson Guimarães Novais, que chegou logo após o disparo de arma de fogo, supostamente acidental, que matou Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, no condomínio Alphaville, em Cuiabá, no mês passado, disse que percebeu resíduo de pólvora no rosto da vítima e estranhou a “limpeza do ambiente”. Conforme ele, em situações como esta, a cena deveria ter bastante sangue, já que a cabeça é uma região bastante vascularizada.

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Em seu depoimento, ao qual o Olhar Direto teve acesso, o médico conta que era sócio do pai da vítima e também amigo da mãe dela há muitos anos. Após receber ligação de Patrícia Helen, ele foi até o local e, ao chegar, já se deparou uma a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Politec.
 
Wilson então solicitou ao médico do Samu que subisse com ele até o banheiro, onde estava o corpo de Isabele. Ambos atestaram que a garota já estava sem vida. Foi possível notar que, no momento do disparo, a adolescente estava com os olhos abertos e que havia chamuscamento (resíduo de pólvora) no rosto dela, assim como respingos de sangue.
 
Apenas a cabeça da vítima se encontrava dentro da área molhada do box do banheiro. Um fato que chamou atenção do médico, que é neurocirurgião, foi que ele não viu sangue ao redor do corpo. Conforme ele, sua experiência mostra que o projétil deveria ter provocado muito mais sangue disperso no ambiente.
 
Isso porque, segundo ele, a região em que a vítima levou o tiro é bastante vascularizada, o que provocaria um sangramento instantâneo e brutal.
 
Além disto, o médico conta no depoimento que notou, desde que chegou ao local, que as luzes do quarto e do closet estavam apagadas e havia apenas uma fraca ligada no banheiro. Em seu entender, tudo isto seria incompatível com algo tão grave que ocorreu.
 
Por fim, o neurocirurgião voltou a ressaltar que o ambiente estava muito limpo para uma situação tão grave como esta. Isso porque ele está habituado a atender pacientes que levaram tiros no crânio e que as pressões das artérias fariam jorrar sangue pelo local. Pontuou também que o ambiente estava muito arrumado, o que não seria normal em situações como esta.  

O caso
 
Segundo informações da Polícia Judiciária Civil, por volta das 22h30 Isabele já foi encontrada sem vida no banheiro da casa. A amiga informou à Polícia que efetuou o disparo acidentalmente contra a colega.
 
Isabele morreu com um tiro na cabeça (entrou na região da narina e saiu pela nuca), efetuado pela amiga ao manusear uma pistola PT 380, dentro do condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
 
A amiga de Isabele disse que o disparo foi acidental, pois no primeiro momento a arma, que pertencia ao pai do namorado dela, caiu e ao tentar recoloca-la no case, ela disparou e matou Isabele na hora.

Indiciamento

A Polícia Judiciária Civil indiciou, por posse irregular de arma de fogo, o empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente que matou, com um tiro – supostamente acidental – a amiga Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá. O inquérito estava na 2ª Delegacia do Planalto (Carumbé) e foi coordenado pelo delegado Jefferson Dias Chaves.
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