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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Da Irlanda, cuiabana mobiliza doações para o Pantanal, ganha apoio de influencers e ajuda a arrecadar 11 mil dólares em três dias

Foto: Divulgação

Campanha de doação

Campanha de doação

Quando a cuiabana Dália Moraes viu o que estava acontecendo no Pantanal, próximo à sua terra natal, soube que precisava fazer alguma coisa, mesmo de longe. Ao tentar incentivar seus conhecidos para doar a campanhas já existentes, no entanto, encontrou algumas dificuldades burocráticas. Foi aí que decidiu mergulhar de cabeça no projeto, e com ajuda de alguns amigos engajar uma campanha internacional para arrecadar fundos ao “Pantanal Relief Fund”.


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A campanha publicitária foi criada pelo redator Victor Capato, que morou em Cuiabá por quase dez anos, e o diretor de arte Cortez Pereira. A ideia era engajar primeiro o público internacional, principalmente da Irlanda, e depois voltar as atenções para o Brasil.

“Um dia uma amiga minha, que estuda veterinária, me mandou um link da Ampara [Silvestre], e eu comecei a pedir para todos os meus amigos [doarem]. Todo mundo começou a ajudar”, contou Dália ao Olhar Direto. Somente no primeiro dia, ela conseguiu 19 doações. Depois disso, começou a tentar sensibilizar os amigos irlandeses e de outros países.

“Mas eu pensei, como eu vou pedir pras pessoas aqui, irlandeses ou de outros países, para fazerem uma doação para uma campanha que está em português e pede CPF, endereço, CEP?”, questionou. Como a vaquinha da Ampara está em uma plataforma da ‘Razões para Acreditar’ o domínio é brasileiro, então não é possível fazer doações sem CPF.

Depois disso, Dália descobriu outro projeto de doações que já existia, conseguiu contato com as estadunidenses April Kelly e Abbie Martin, criadoras do fundo internacional de doações, o “Pantanal Relief Fund”, e percebeu que seria mais viável internacionalmente ajudar este fundo.

Pantanal Relief Fund from Cool Brick Studios on Vimeo.

Arrecadação

A primeira frente de arrecadações realizada por Dália foi na loja de Smoothies que ela gerencia, em Dublin, capital da Irlanda. Ela conseguiu convencer o chefe para que uma porcentagem de todas as vendas das bebidas fossem para este fundo do Pantanal. Depois disso, a ideia era começar a campanha internacional.

No entanto, no último domingo (13), como o Fantástico exibiu uma reportagem sobre as queimadas no Pantanal, eles mudaram a estratégia, e passaram a focar a campanha no Brasil. Com isso, conseguiram o apoio de diversos influencers, como Aline Riscado, Carvalhando, Quebrando o Tabu, Rodrigo Costa, AnendFor, Pretta Mesmo, Amanda Ramalho, Luisa Mell, Letrux, dentre outros.

Com esta repercussão, a arrecadação chegou aos 61.778 dólares, e a página da campanha ganhou 1500 seguidores. A ideia é chegar a ainda mais pessoas, principalmente influenciadores, para que as doações aumentem ainda mais.

O próximo passo será o de colar cartazes pelas cidades, tanto do Brasil quanto da Irlanda, e alertar as populações sobre a situação crítica pela qual passa o Pantanal Mato-grossense. O ‘Pantanal Relief Fund’ é liderado pelas organizações Pantera Brasil, Jaguar International, o fotógrafo José Medeiros, Felipe Barros, Instituto Homem pantaneiro, EcoTropica, dentre outros. 

Situação do Pantanal



O Pantanal registrou 14.764 pontos de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) colhidos até segunda-feira (14). O total de 2020 é a maior taxa histórica registrada no bioma, superando o contabilizado ao longo dos anos desde 1998. Uma reportagem da CNN aborda a taxa histórica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O coordenador do Instituto Homem Pantaneiro, o veterinário Dieno Viana disse que a situação de Mato Grosso é mais crítica que a de Mato Grosso do Sul. “A situação mais crítica continua em Mato Grosso, na região da Transpantaneira, Porto Jofre e Barão de Melgaço. Essas são hoje as áreas mais afetadas pelos incêndios incontroláveis. São áreas de difíceis acesso para as pessoas que estão combatendo, seja brigadistas do ICMBIO, pessoas que estão trabalhando voluntariamente, funcionários de fazenda, colaboradores de ONG’s. Só a chuva para ajudar”, afirma.

Olhar Direto está no Pantanal onde acompanha o árduo trabalho desempenhado por bombeiros e voluntários para tentar apagar o fogo que devasta o bioma mato-grossense e que já queimou mais de um milhão de hectares. Nos relatos e vídeos do repórter fotográfico, Rogério Florentino, é possível notar as dificuldades enfrentadas e os improvisos feitos por aqueles que lutam diariamente contra o avanço do fogo.






Um dos principais problemas enfrentados por bombeiros e voluntários na região do Pantanal é o de comunicação. As equipes têm dificuldade de se falarem umas com as outras, o que dificulta na mobilização. Outra questão é que o número de pessoas que lá estão é insuficiente para a quantidade de focos.Como a mata é bastante fechada, os combatentes precisam abrir caminho na ‘mão’, utilizando facões para abrir passagem até os focos. O calor é muito grande no meio da mata e os relatos mostram que a fumaça atua como uma bomba de gás lacrimogênio, dificultando a respiração e causando ardência nos olhos.

Uma análise do Instituto Centro Vida (ICV) realizada com base em imagens de satélite, aponta que até o último domingo (13), mais de 92 mil hectares do Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal de Mato Grosso, haviam sido atingidos pelo fogo. Isso representa 85% da área total do parque, que tem 108 mil hectares. O Parque é o maior refúgio de onças pintadas no mundo.
 
Serviço

Doações para o Pantanal Relief Fund podem ser feitas AQUI.
Informações no INSTAGRAM

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